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sábado, 21 de fevereiro de 2015

O TI-TI-TI DE MADEMOISELLE NICODALLE BOVARY FRANÇOIS, A BLOGUEIRA QUE VEIO DIRETO DO FRIO DE PARIS, PARA VER O CARNAVAL DE BUÍQUE E AQUI PERMANECER SEM QUE NINGUÉM SOUBESSE, DURANTE ESSES QUATRO DIAS DE CARNAVAL. LEIA A MATÉRIA E CONHEÇA UM POUCO MAIS DE MADEMOISELLE BOVARY.

O TI-TI-TI DE MADEMOSEILLE BOVARY, DIRETO DA FRANÇA PARA BUÍQUE


Por Mademoiselle Nicodalle Bovary François, direto de Paris


PARA QUEM NÃO SABIA – Direto de Paris, França, para nossa surpresa, aqui aportou uma bela jovem parisiense, mais conhecida nos meios blogueiros europeus como Mademoiselle Bovary, exclusivamente para conhecer um pouco de nossa cultura carnavalesca das festividades momescas, de nossa cidade, que por alguma razão que ninguém bem sabe ou conhecimento tem, veio por acaso, acertando aleatoriamente no mapa daqui de Buíque e sem que ninguém soubesse, passou os quatro dias de carnaval completamente entocada na Pousada Santos, segredada por sete chaves, apenas uma ou duas pessoas que antecipadamente ela procurou saber de seus hábitos e eu, fui uma dessas escolhidas. Entendo muito pouco de francês, só mesmo algumas palavras soltas que aprendi ainda no curso ginasial, mas ela falava um português afrancesado, mas dava para entender muito bem o que ela dizia. Pessoa muita grã-fina, gente boa mesmo, muito bonita e perfumada, se embelezou com nossa terra e prometeu no próximo carnaval voltar, para fazer uma análise mais profunda de nosso carnaval e de nossos costumes, que imaginava ela ser diferente do restante do Brasil.

NÃO SE FEZ DE ROGADA – Mademoiselle Bovary, não se fez de rogada não senhor. Esteve todo o tempo conosco, mas sem aparecer, pois queria fazer o seu trabalho completamente no anonimato para não chamar a atenção de ninguém, muito menos de alguns faroleiros de Buíque, que existem em todos os lugares, que costumam dizer que até o peido de certas pessoas, é um verdadeiro perfume de gardênia, legítimo azzaro francês “pour homme”, só para se encontrar bem agarradinho com o saco do chefete de plantão, feito o piolho branco conhecido como chato. A belle jovem francesa, fez o seu trabalho para publicar em seu Blog em Paris, só voltado para assuntos pitorescos e análises aprofundadas de certos hábitos e costumes, além de fatos sociais que sempre ocorrem na nata da podridão social, em que ela não perdoa ninguém e não deixa por menos, além de detestar os fazedores e disseminadores de mentiras. Fez questão também, de conhecer todos os blogues de Buíque. Não disse qual deles era melhor, mas olhou para alguns deles, com os olhos arregalados, nariz torcido, não pelos erros de português que até ela mesma percebeu, mas pelas mentiras cabeludas que viu divulgarem nesses quatro dias em que ficou em Buíque e disse-me ela, que vai acompanhar lá de Paris e de vez em quando, vai se comunicar comigo via internet, pelo celular ou telefone fixo e me fez um convite inédito de visitar Paris quando quisesse, com o que fiquei encantado. Quem sabe se nesses dias não tiro umas fotos na Torre Eiffel, hem? – Bem, só o tempo dirá.

POVO SE DEIXA ENGANAR COM BESTEIRAS – Uma das coisas que Mademoiselle Bovary percebeu, foi o fato de que o povo daqui deixa se enganar por muitas besteiras, qualquer tolice. Disse-me ela, num português arrastado, puxando em seu francês, “orra, Manuel Modestius, por que essas personnes brasilianas daqui, non son mais inteligente parra ver que eston sendo enganadas, heim! – Com o que, de pronto, respondi, “olha Mademoiselle Bovary, isso falando pausadamente para ela entender bem, é porque as nossas condições de subserviência chegou a um poder de mando, que dista ainda da época de do nosso colonialismo, de Lampião, do coronelismo brabo, que tanto você, que estudou bem nossa história, deve saber disso, com o que ela questionou novamente, mas Manuel, “come asim, a gentele está viviendo em plienio século XXI e non ser mais poissible isso non!” – É Mademoiselle, mas aqui é Buíque. Na França não tem um Buíque desses, será que tem? – Você não quer levar esse de presente para você não? – Com o que ela caiu na risada e eu também. Foi muito interessante esses dias com que passamos com Mademoiselle Bovary. Ela, apesar de tudo, se encantou. Só não gostou de tantas mentiras que ouviu por aqui, principalmente de se dizer que aqui se fez o maior carnaval de todos os tempos. Quer dizer, não que ela tenha obrigação de saber dos carnavais anteriores, mas segundo ela mesma me falou, antes de vir de Paris para Buíque, buscou se inteirar de todos os detalhes de nossa terra, inclusive da política corrupta com a qual convivemos no nosso dia-a-dia. Mas sabedora de que todo o Brasil é corrupto, não foi nenhuma novidade saber que aqui também é Brasil, apesar, claro, de ela mesma ter feito uma ressalva, de que aqui poderia ser uma exceção à regra. Pelo visto, de turista mesmo, só tinha ela, pois na Pousada Santos, não deu de cara com mais ninguém, mesmo de outro lugar do nosso próprio país.

CHEGOU A CONHECER O VELHO MUTUKA – Nesses dias dessa folia meio desencontrada e com atrações de nomes inventados de última hora, mesmo assim, ainda tive tempo de leva-la na casa de meu amigo Mutuka, que ficou extremamente encantado com a francesa Mademoiselle Bovary. Por gostar de um bom vinho e o velho Mutuka que é puxado a um vinhozinho, não mediu esforços, pegou logo uma de suas garrafas do estoque e começaram a tomar vinho, isso se não me falha à memória, do sábado à noite até por volta das três horas da manhã do domingo, tomando vinho e trocando conversa, e em certo momento, o velho Mutuka já meio embalado pelo estado etílico, pegou o seu teclado e disse, bem minha querida francesinha, agora vou tocar um pout-pourri especialmente para você e aí começou com umas músicas lá dos anos sessenta para setenta e a francesa, também embalada pelo vinho, ficou encantada e começou e dançar, para nosso deleite. Mutuka foi tão ousado, que chegou até mesmo a puxar uma música francesa da década de setenta, um ode ao sensualismo, que fez um grande sucesso, de Jane Birkin et Serge Gainsbourg, Je T’aime, com o que deixou a francesa sensualíssima com o som daquele toque sensual que tanto fez sucesso por todo o mundo nos anos dourados. Com a gente existia mais umas duas ou três pessoas de confiança, para que ninguém soubesse que a blogueira francesa estava aqui para fazer uma cobertura do nosso carnaval e fazer um estudo de nossos hábitos e costumes. Mas ela se esbaldou pra valer e ficou felicíssima por nos conhecer. Foram momentos maravilhosos e inesquecíveis com a blogueira francesa em Buíque, neste carnaval recente que se passou.

FICOU ENCANTADA COM BUÍQUE – A blogueirinha francesa, ficou extremamente encantada com Buíque e disse-me que da próxima vez vem especialmente para conhecer o Parque Arqueológico Vale do Catimbau, com o que me prontifiquei para lhes dar a máxima assistência possível e comigo levar o velho Mutuka à tiracolo. Ao ir embora, não ficou com a melhor das imagens de Buíque, mas mesmo assim, ficou em sua memória que existem por aqui, como em qualquer lugar do mundo por onde ela já andou, pessoas boas que podem fazer a diferença em Buíque. Pode ela perceber também, que com poucos francos (moeda francesa), se pode fazer um grande carnaval em nossa terra, não um arremedo de festa momesca, mas sim, uma verdadeira festa sem gastar milhões de francos, porque tanto aqui, como lá na França, também existem os surrupiadores dos cofres públicos, só que lá, a coisa é bem diferente daqui. Lá se pune os criminosos públicos, enquanto que aqui, quem se apropria indevidamente do que não é seu, chega até mesmo a ser premiado, fato para ela, de uma cultura estranha inculcada na mentalidade de grande parte do povo brasileiro. 

QUE SEMPRE SEJA BEM-VINDA – O nosso conhecimento e convivência nesses dias com Mademoiselle Bovary, apesar de curtos, foram muito proveitosos para nós que passamos com ela grandes e belos momentos. Foi realmente enriquecedor a troca de ideias, de amenidades e de diferenças de cultura. O que ela não gostou mesmo, foi a falta de sinceridade de parte do povo, da disseminação de muitas mentiras, de se buscar enganar o povo com coisas fúteis e banais e o pior ainda, segundo ela, é que o povo buiquense aceita tudo isso de forma passiva, sem nada dizer, omisso, calado, aceitando até mentiras divulgadas por um canal de televisão que foi pago para vir aqui fazer uma reportagem, para alardear mentira pelos quadrantes do Estado, com o que ela ficou indignada. Mas como aqui é Buíque e Brasil, nada disso é novidade para nós, mas para Mademoiselle, não era, porque seus costumes, sua crença, sua filosofia de vida, não era como essa da degenerescência moral como vem sendo a nossa. Até uma próxima vez, minha belle de jour francesinha!

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