AFINAL, SE
QUER FORMAR UM GRUPO DE OPOSIÇÃO, OU DE TRANSAÇÃO?
Conheço à política
buiquense, como a palma de minha mão. Afinal, qual a razão de sempre me
encontrar inserido em nossa política, desde meus tenros anos de idade? – Lembro
como se fosse hoje, quando participei da campanha de Blésman Modesto, pelo
menos nos rústicos comícios da época, candidato a prefeito lá no início da
década de 60, contando apenas com mais ou menos, meus tenros 10 anos de idade
e, sempre me vem à memória um comício do qual participei na Vila de Santa Clara
(atual Tupanatinga), na época um rústico vilarejo socado lá embaixo num grande
buraco, onde no centro, ficava à residência do Coronel Zé Emílio de Melo; na
Vila do Carneiro, foi outro comício marcante, porque quando da volta, já na
entrada de Buíque, onde hoje é o posto de gasolina, houve um violento homicídio
em cima do caminhão em que eu me encontrava, bem pertinho de mim, em que um
sujeito sangrou um outro, por uma discussão tola, com uma faca-peixeira na veia
aorta, no pescoço da vítima, que não chegou a dar dez passos, se esvaindo de
sangue que jorrava feito água de uma cachoeira e, assim de repente, caiu de
bruços violentamente no solo e ali mesmo veio à óbito. Então minha gente,
quando falo de nossa política, sei do que estou falando e quando digo, se fosse
contar a história politicamente incorreta de Buíque, de tudo que está arquivado
em minha memória, muitos políticos em seus túmulos iriam se remexer, ou será
que não?
Por isso mesmo, tenho propriedade e conhecimento para falar
de política em minha terra. Sei dos conchavos de bastidores, das tramóias às
escondidas, das traições justamente de onde não se esperava, tão-somente em
face de interesses meramente espúrios da política, ou para encampar ou
acobertar interesses escusos, acaso quem venha a ser o escolhido procure
justamente abafar o mal-feito de quem hipotecou o apoio a determinado político
ou pessoa neófita que entra na política como cega em tiroteio. Só sei que a
gente chegou a um estágio, em que não se pode pensar mais dessa maneira e, na
verdade, o que tem que se buscar, é justamente um candidato ideal, formando uma
hoste de oposicionistas de homens e mulheres sérios e probos, às claras, em plena
luz do dia, esta é a verdade nua e crua, porque a formar grupo político por
formar, sem demonstrar nenhuma intenção de busca e perseguição do inovador,
então pior por pior, que se fique como está e venha nossa amada terra, como alguém
já houvera profetizado, a ser finalmente, coberta pela erva do melão.
Na verdade, ou se forma um grupo de oposição, ou melhor ficar
cada um calado e quieto no seu lugarzinho comum de sempre e, no momento
oportuno, poderão aparecer as candidaturas e a partir daí, se o povo quiser
analisar o histórico de quem se propõe a ser o nosso próximo dirigente, que
busque acertadamente, sem a mercancia de seu voto, de forma consciente, se
quiser mudar, que procure depositar o seu voto de confiança em quem tem uma
carta de intenções por escrita e não meramente quem tem uma carta branca nas
mangas, como ocorreu com o atual dirigente, que inclusive, equivocadamente este
escriba, nele deu o seu aval, mesmo tendo conhecimento de per si, de que ele jamais poderia vir a ser o melhor para Buíque,
mas como não se tinha uma outra vertente de escolha, ruim por ruim, votei nele
mais uma vez e, como quem ganhou na sena por duas vezes, foi eleito e veja a
situação de nossa terra como se encontra nesses últimos mais de seis anos de
desgoverno.
Pode-se até dizer: não, mas vamos dar uma parada
regulamentar, ficar calados e aguardar, que talvez quem sabe, venhamos a ter o
apoio oficial de quem estar no poder! – Aí minha gente, convenhamos, que grupo político
de oposição da porra, é esse afinal? – Ou se forma um grupo de oposição de
verdade, ou então de oposicionista temeroso, não se deve brincar. Se eu me
propus a ser oposição, digo com toda convicção do mundo e de minh’alma, que
situação jamais serei, por que não sou nenhum Judas, não traio minhas próprias
convicções, tampouco sou vendilhão do Templo. O que sou, sustento e não abro
mão, nem em cima de um trem carregado de dinamite, esta é a minha verdade nua e
crua. Não brinco de oposição, pois nesta passei por praticamente a maior parte
de minha vida, então por qual razão aguardar mansamente, na base do banho-maria,
um possível apoio do atual prefeito, se não convém à oposição apoio algum desse
naipe, muito menos, para quem deve estar disposto e preparado para mudar a
faceta política de nosso município, me respondam?
Oposição se faz fazendo uma linha demarcatória, como num
jogada de futebol em que se está seriamente disputando uma partida de final de
jogo e não meramente um ensaio de jogo previamente comprado. Não estou na
política de Buíque, para brincadeiras e posar de oposição sem ser oposição. Ou se
é oposição, ou então, melhor ficar calado, por que de grupo de oposição de
transação, digo com toda convicção de minha vida, de minha história e de minha
retidão moral e intelectual, que desse tipo de grupo, NÃO CONTEM COMIGO, porque
estou do lado daqueles que querem à mudança de verdade e não apenas arremedo de
mudanças, na vã esperança, de aguardar o trem do momento, chegar à sua estação.
Comigo, camaradas, é prego batido, ponta virada! - Quem quiser ser nosso futuro prefeito, tem que firmar às claras e com força nas tintas, um novo contrato social entre as intenções de governar nossa terra, como o nosso povo, senão, não há como se proceder as reformas e mudanças inadiáveis das quais precisamos para moralizar a administração pública de Buíque. Tem mais, só com boas vassouras e muito sabão, é que poderemos varrer toda laia da corrupção de nossa terra, como fez Jânio Quadros, em sua campanha, do meio para o final da década de sessenta, mas com uma diferença, concretizando de verdade, a nossa varredura, o que não aconteceu com o destemperado ex-presidente Jânio Quadros.
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