O EFEITO BORBOLETA
A natureza tem seus
mistérios, que dificilmente se pode explicar, mesmo cientificamente. Tudo na
verdade, vem de um grande mistério insondável, em que o homem, o estudioso de
determinado assunto, por mais que entre a fundo no assunto, jamais chegará a
uma conclusão verdadeiramente finalista, porque sempre outras surgirão por
outras pessoas que estudaram ou estudam o mesmo assunto e, no final de contas,
cada qual chega a conclusões díspares. Pior é o fato de que, muitos conceitos
mudam assim de repente, sem que a gente sequer saiba por qual razão um fator
dantes conclusivo, veio a ser modificado. O que não muda de verdade, são os
números, as ciências exatas, porque são postulados que vem de estudos que se
firmaram e comprovadamente se provaram através de teoremas e equações numéricas,
que são fatores realisticamente imutáveis.
A medicina, comparada com os tempos medievais ou mesmo antes
disso, era coisa para curandeirismo. Hoje não, ser médico não é simplesmente
olhar o paciente, examinar aqui, acolá, dar um toque em alguma parte do corpo e
simplesmente diagnosticar a doença do examinado. A questão hoje em dia vai
muito mais além do que isso, mas ainda existem médicos às antigas, que ainda acertam
bem mais, do que os que se valem de todos os meios e recursos sofisticados
disponíveis à moderna prática da arte da medicina. O médico moderno, para dar
um diagnóstico sério sobre um paciente que por ele é examinado, suspeito de
alguma doença, exige uma bateria de exames para que depois, venha a prescrever
à medicação, ainda assim, grande maioria não acerta e o paciente dificilmente
vem a ter a cura devida. Não acredito em médicos que em seu receituário,
prescreve uma infinidade de veneno medicamentoso, isso porque, com toda
certeza, ele está prescrevendo uma medicação na base da chutometria, em que um
daqueles medicamentos pode dar certo ou não. O que acertar na mosca, cura o
paciente, mas quanto aos demais, pode deixar o paciente com outras espécies de
males da anatomia humana, isso porque, ao curar um órgão, uma dor seja aonde
for no corpo humano, produz uma sequela ou gera uma outra doença em órgão
diferente daquele do qual se queria curar. Na verdade é assim à medicina na
prática. É complicado medicar, mesmo assim, se o tempo volvesse, é uma
profissão que a abraçaria de corpo e alma, pois só o fato de salvar vidas, é demais
gratificante, se bem que, quando se perde uma, para o médico consciente, ele
chega a sofrer, mas com o passar do tempo, também se acostuma com o efeito
borboleta do ser humano, que muda de um estágio para outro, no decurso de sua
vida, até chegar ao fator fenomênico da inexorável morte.
Não digo que outras profissões não venham a ser nobres. Gosto
muito de ser advogado, afinal foi a profissão em que me graduei há 25 anos e
isso, também veio a calhar na minha forma de agir e de pensar, mas é uma
profissão muito ingrata, incompreendida e muitas vezes, o sujeito leva rasteira
de seus próprios pares, além de enfrentar autoridades que estão mais para
déspotas, deuses, diabos e os escambau à quatro, mas não deixa também de ser
emocionante, quando a gente consegue soltar ou absolver um constituinte nosso,
principalmente, quando paira no ar a dúvida do princípio da inocência, aí sim,
soltar para em liberdade responder a processo ou absolver de uma determinação
acusação tipificada como crime, a mim me parece uma grande glória na vida do
profissional do direito. Às vezes até chego a fazer verossimilhanças entre o
médico e o advogado, pois enquanto àquele salva vidas, este último,
proporcionada à liberdade a quem tem cerceado o seu sagrado direito de ir e vir
livremente.
O assunto efeito borboleta, me veio à lume, a respeito das
várias transformações que passa esse inseto de período de vida que não
ultrapassa os três meses, vindo de um óvulo, vindo de um ovo, passando por
lagarta (larva), para, numa fase posterior, sair do casulo e se transformar
misteriosamente em borboleta. Umas menos e outras mais belas, que nessa fase,
passam a se alimentar do néctar das flores ou do suco de frutas e assim passam
o seu curto ciclo vital. Também, se fazendo as devidas adequações, podemos de
alguma forma, nos comparar com as borboletas, em que passamos por diversas fases
de mutações em nossas vidas, que vai desde o enclausuramento na fase de
gestação numa bolsa envolto por um líquido especial, vital para a essa fase de
vida, para, depois vir a ser expelido obrigatoriamente e vamos sempre nos
transformando no decurso de nossas vidas, pelo menos a carcaça a nos encobrir,
até chegarmos no momento final, em que, do casulo, chegamos ao ponto final de
nossas vidas e isso, é um fator que ninguém pode ter a capacidade de mudar, nem
a medicina, por mais avançada que esteja, tampouco outros ramos das ciências ou
seja lá o que for. Na verdade, o efeito borboleta vem impositivamente para
qualquer um de nós e ninguém escapa. Alguns acreditam que o efeito morte, nos
transforma e nos transporta para outra fase numa espécie de uma nova fase de
recriação da alma, que passa a ser o espírito de quem em vida um dia, foi um
ser humano e teve uma alma, o que seria mérito tão-somente daqueles que não
fossem portadores de alguma doença mental, porque desprovidos de alma, com
certeza, não teriam espírito e aí, nesse efeito borboleta, o mistério continua
sendo ainda bem maior, por mais que os homens e mulheres avancem velozmente em
seus estudos cada vez mais sofisticados, mecanizados e informatizados, ainda
assim, o mistério, o inexplicável permanecerá no efeito borboleta para séculos
sem fim amém.
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