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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A MATÉRIA DE HOJE FALA SOBRE A SEMANA DA PAIXÃO, EM QUE DEMONSTRA MUITOS FATOS HISTÓRICOS DA RELIGIOSIDADE DAS PESSOAS, MAS QUE PARA MIM, PAIRA MUITO CETICISMO, MAS RESPEITO A CRENDICE DE TODAS AS PESSOAS

A SIMBOLOGIA DA SEMANA DA PAIXÃO


       Uma das coisas que em minha criancice não poderia deixar de esquecer, é da denominada semana santa, isso criação da Igreja Católica Apostólica Romana. Sempre fiquei, como em outros eventos festivos de Buíque, ansioso para chegada da semana santa, isso porque, a abastança, mesmo na simplicidade de uma vida rude, de uma rústica casinha, assim mesmo, com muito esmero, minha mãe trabalhava dobrado, com dedicação, amor, cuidados milimetrados no preparo de um bacalhau no coco, feijão e arroz da mesma forma. Não era leite de coco artificial, que na época ainda não existia, mas sim do próprio coco, ralado à duras penas numa raladeira apropriada. Ainda lembro como se fosse hoje, minha mãe de lenço amarrado à cabeça, um avental preso ao pescoço e descendo à cintura, fazendo o nosso almoço da chamada sexta-feira santa. Não compreendia muito bem o porquê de se degustar bacalhau somente e especialmente naquela semana, porque comer carne verde ou de outro tipo qualquer, era pecado mortal. Bem, coisas de minha mãe.
      Acreditava, mas mesmo assim, ainda com pouca idade para a real compreensão do mundo e das coisas que nos rodeiam, levantava lá minhas dúvidas, mas tinha que seguir o ritual, em estrita obediência à minha mãe. Tinha mais, a questão de jejuar. Era uma imposição sagrada e todos tinham que obrigatoriamente que jejuar, senão era uma atitude pecaminosa não fazendo isso. Não lembro bem, mas acredito que sempre quebrava o jejum. Meu pai, esse sim, ficava agitado, aperreado com a demora da espera do almoço, porque minha mãe, por ser muito cuidadosa e caprichosa no que fazia, nunca fazia o almoço no horário certo, porque na verdade, a ceia da semana santa, era muito trabalhosa e demorava muito o seu preparo, cozimento e colocação à mesa. Irritado, meu pai esbravejava, mesmo assim, conseguia jejuar, mas ele também, não tinha lá muita crendice nesse tipo de coisa. Fazia mais, por imposição de minha mãe e quanto a nós, eu e meus irmãos, da mesma forma. Afinal, para que jejuar, era uma indagação que ninguém tinha uma explicação pronta.
     Depois de algum tempo, foi que vim a entender que era para repetir o mesmo sofrimento de Cristo, quando de seu jejum por cerca de quarenta dias, quando partiu solitariamente para o deserto, acho que deve ser isso. Por essa razão, as pessoas cristãs, teriam que provar pelo menos em parte, desse sofrimento solitário de Jesus Cristo de Nazaré. Nunca fui de acreditar muito nisso não, entretanto, o que mais me apiedava, era ver o Cristo depois de todo àquele calvário, após às doze estações, vir a ser crucificado na cruz. Achava tudo aquilo doloroso, como de fato deve ter sido mesmo. Achava muito cansativo acompanhar minha mãe, para cada noite, passar por cada estação na Igreja Matriz de São Félix de Cantalice, ou em outro lugar, para acompanhá-la nesse caminhar do calvário simbólico de Jesus e o padre explicando cada passo dado por Jesus até o dia de sua morte, que terminava na sexta-feira santa, o dia escolhido simbolicamente, de sua morte. Por isso mesmo, não se tem uma data certa para se relembrar do calvário de seu sofrimento até à sua morte na cruz.
      Quanto à ressurreição, não sei se isso de fato aconteceu não. Tenho minhas dúvidas, mas os que na época ficaram próximos de Jesus Cristo na Cruz, tem os seus testemunhos de mais de dois mil anos e isso, para os crédulos é o bastante e suficiente. Não se discute, porque o divino e os dogmas, não devem jamais ser discutidos ou questionados, senão puramente para aquiescer e concordar com tudo. Nunca fui de acreditar na forma como tudo isso aconteceu, mas que isso de fato aconteceu de verdade, não tenho dúvida, porque é um fato histórico para mim e a história pode também, ser contada de várias maneiras, a depender da ótica de ninguém a escreveu. Documentos antigos, são muito difíceis de ser decifrados e, desses existem muito poucos. Só para se ter uma ideia, até hoje se tem dúvidas quanto à data de fundação, passagem para Vila e emancipação de minha cidade, Buíque, imagine um fato histórico dessa magnitude ocorrido há mais de dois mil anos, hem? – Que o fato existiu, disso não se pode ter a menor dúvida, até mesmo, porque a própria Igreja Católica, da forma que mais lhe foi conveniente, vem incrustando a ideologia e doutrina cristã, de conformidade com a evolução dos tempos. O que hoje se prega, embora os fundamentos são basicamente os mesmos, não é a mesma coisa que há dois mil anos, porque o tempo hoje é uma coisa, naquele distante tempo passado, as coisas, o modo de vida, a comunicação, era tudo diferente do que é hoje em dia. Então para pessoas céticas como eu, só podem mesmo pairar muitas dúvidas e mistérios.
     Mas na questão de semana santa, encaro como uma semana normal qualquer. A desculpa para os crédulos, vejam só que hipocrisia, é que outra bebida, a não ser o vinho, se pode tomar, porque este representa o sangue de Jesus derramado em nome da salvação da humanidade. É outro fato com o qual não concordo ou tenho minhas dúvidas. Afinal, muitos enchem à cara de vinho durante esses dias de semana santa. Tomei muito vinho, não porque fosse semana santa, mas sim, porque gostava de beber e só, menos para cumprir com determinada imposição da doutrina cristã. Ora, vejam a hipocrisia, se o sujeito pode beber vinho, se embriagar, ter uma ressaca pior do que outra qualquer, então por qual razão não se beber outras espécies de alucinógenos alcoólicos, que da mesma forma tiram a pessoa do mapa, embriagam e levam ao pecado do mesmo jeito! – Semana santa para mim, é apenas mais uma tradição criada por imposição de credos religiosos doutrinários, mas que, na minha opinião, não faz ninguém se redimir com o Salvador, muito menos com Deus, pelo menos para os que não são crédulos. Quanto a mim, é só mais uma semana para deglutir um delicioso bacalhau e, quando estava ingerindo o veneno tóxico do álcool, o vinho, me esbaldava e terminava por passar por algumas ressacas pesadas, daquelas que até um pingo d’água a gotejar próximo do sujeito, parece com uma tonelada caindo em cima de sua cabeça. Mesmo assim, respeito o rito doutrinário cristão e as pessoas que acreditam, nada contra, afinal de contas, todos livremente, tem também o direito de acreditar ou não, naquilo que bem ou como bem entenderem, principalmente na Semana da Paixão.

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