FAZER O BEM,
NÃO OLHAR A QUEM
Filosoficamente, do ponto de vista da filantropia, nada mais
incorreto do que esse fraseado, de “fazer o bem, sem olhar a quem”. Explico. Em
primeiro lugar, a maioria das pessoas que se predispõe a fazer o bem através de
ONG’s, instituições de caridade, de entidades religiosas, muitos destes, o
fazem, não propriamente fazendo o bem com algum ânimo de isenção de
simplesmente só se fazer o bem, sem sequer saber quem quer que seja; em segundo
lugar, quem busca agir dessa forma, por trás está sempre um fato que aconteceu
na vida de pessoas, ou isoladamente de uma pessoa qualquer, em que busca
através da caridade, se justificar perante a um Entidade que foi a responsável
pela obra da Criação de tudo que existe na face da Terra, para se redimir de
seus pecados e, em terceiro lugar, muitos mascaram esse preceito filosófico
beneficente, no sentido de usar meios legais através de instituições sem fins
lucrativos, para fazer uma espécie de lavagem de dinheiro, que de alguma forma,
chegou sujo nas mãos de alguém e nada melhor para se justificar junto ao fisco,
do que fazer e disseminar filantropia através da bondade gratuita e
beneficente, como forma de dar uma aparência de ser um grupo de pessoas do bem.
Na minha ótica, é assim que ocorre com esses fazedores do bem, sem olhar a
quem.
Minha discussão dissertativa, vem à despeito de que, existem
muitas organizações que fazem e promovem filantropia, em que por trás dos
bastidores, por baixo do tapete, sempre existe um plano arquitetado milimetricamente
para de alguma forma se tirar alguma vantagem, mesmo a título da miserabilidade
alheia, esta é a verdade. Já tomei até conhecimento de que existem entidades
filantrópicas desse porte, que chegam ao cúmulo, de a pretexto de fazer o bem à
pessoas carentes, esquecidas da vida e do mundo, em que distribuem fartamente
cestas básicas vencidas, objetos de doações de muitos conglomerados
empresariais de grande porte, que vencidos alguns de seus produtos colocados à
prateleira e, para não destruir por imprestáveis para o consumo humano, nada
melhor do que darem a uma instituição filantrópica, para dessa forma, fazer o “bem”,
sem olhar a quem, só que, com cestas básicas vencidas, o que é um tremendo
desrespeito e falta de humanidade, que dizem ter de sobra, o que a realidade vem
a mostrar é bem diferente.
Ainda existem outros mais por aí, que se utilizando de outros
métodos sofisticados, abrem determinadas ONG’s ou instituições similares, ou até
mesmo escolas profissionalizantes, a pretexto de através de tais mecanismos e
de malabarismos contábeis, utilizarem tais meios para fazer uma lavanderia de
dinheiro e até mesmo, fazendo uso de dinheiro público, o que é mais vergonhoso
ainda. Pior ainda, é não pagar devidamente os funcionários como manda a
legislação trabalhista, porque em se tratando de instituições de caridade,
todos devem se apiedar e dar um pouco de si, inclusive o seu suor trabalhando
além do permitido pelo direito obreiro, sem receber devidamente pelos direitos
trabalhistas e se reclamar, chegam mesmo até a ser ameaçados e dificilmente
conseguem outro colocação na região de domínio de tais entidades, porque existe
uma troca de informações entre interesses comuns, para que o fulano ou sicrano
que colocou uma dessas instituições na Justiça do Trabalho, não venha a arrumar
um outro emprego, porque foi um problema no emprego anterior. Quer dizer,
existe muita instituição posando de beneficente e de santinha do pau-oco por aí
afora, que na verdade, o que querem mesmo, não é propriamente o bem dos outros
sem olhar a quem, mas sim, existem única e exclusivamente para atender os
interesses de algum grupelho de pessoas, que na verdade só buscam através de
determinados meios legais e das armadilhas contábeis bem elaboradas, ora para
aparecer bem na telinha quando existe uma reportagem de uma grande emissora de
TV ou então, para aparecer bem na foto de ser mais uma pessoa que está
preocupada com os pobres, coitados e indigentes deste país ou pelo menos, de
parte dele. Na minha vida, sempre tive como filosofia, de “sempre fazer o bem,
seja lá a quem for desde que tenha condições”, senão, como promover o bem se
sequer condições tenho de atender às minhas próprias e pobreza ou falta de
alguma coisa ou bem consumível ou não, ninguém divide, ou será possível dividir
o indivisível? – Não sou egoísta, capitalista ou apegado a coisas materiais,
mas a gente só pode fazer o que está ao alcance de nossas mãos. Ninguém pode
dar um salto além de que suas pernas alcançam, não é mesmo minha gente camarada? - Enquanto isso, o que vemos é que a pobreza e a miséria continuam em todos os quadrantes de nosso país e a riqueza de uma minoria cada vez mais aumentando de forma desonesta e sem que tenha havido causa para isso, esta é a realidade em que vivemos.
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