É MUITA
GENTE CHAMANDO OS OUTROS DE LADRÕES, ASSIM, PURA E SIMPLESMENTE, SERÉ QUE PODE?
Parece que a coisa se tornou
moda. Todos os dias em nosso cotidiano de vida, quer você saia na rua para ir a
algum lugar para resolver qualquer coisa, que o assunto não é outro, a não ser
se chamar alguém de ladrão. O substantivo masculino, de acordo com o nosso pai
dos burros, parece que veio a se tornar banal de tal maneira, que muita gente
termina se convencendo que realmente não existem mais pessoas honestas, retas e
honradas na face do Planeta. O mundo está povoado por ladrões. Umas partes com
mais, outras com menos, mas o prato do dia, tem que ser o assunto de que “pegaram
alguém com a mão na botija; que político fulano ou beltrano ia comprar um
fazendão com dinheiro roubado dos cofres públicos; que servidor fazia parte de
uma rede criminosa de roubalheiras e por aí se vai. É um assunto predileto e
dominante no momento atual em nosso país. Também, com tanta bandalheira, quer
verdadeiras ou não, que a mídia joga no ar, ninguém sabe ao certo quem
realmente é o ladrão ou o honesto, ou vice-versa. A questão é que, todo mundo é
ladrão até que se prove o contrário, o que pelo visto, isso já se tornou regra,
não exceção.
Nas pessoas comuns que integram o rol da iniciativa privada,
uns se arvoram: “ah!, sou um trabalhador honesto ou empresário, que vivo com as
minhas coisas em dia, pago meus impostos, por isso mesmo, por manter uma
conduta ilibada, posso chamar os outros de ladrões, porque vivo decentemente,
criei minha família de forma honrada e honesta e na política, só existe ladrão.
No mundo real das coisas, as roubalheiras que existem hoje no país, não se
limitam tão-somente ao setor público não senhor, que isso sempre existiu e da
outra parte também. A mentalidade brasileira é de sempre ter em mente um plano
para roubar o dinheiro público, uma grande maioria absoluta que entrou para à
política; grande maioria da iniciativa privada que sonega impostos, não vive
religiosamente em dia com o fisco e, da mesma forma, não passam de ladrões
também e, se tiverem uma brechinha, tiram indevida vantagem (roubo mesmo) da
iniciativa pública, para enriquecer ilicitamente também cada vez mais e assim
por diante e isso a gente ver mais de perto em nossos próprios municípios, que
são os nosso monturos ou terreiros.
O que dá para se notar e isso ninguém é imbecil a ponto de
não perceber, é que existe muito sujo falando do mal-lavado, esta é uma
realidade que muitos não querem admitir. Até mesmo grandes empreendimentos
privados, se valem de financiamentos públicos para tocarem grandes
empreendimentos, principalmente via BNDS, BNB, CEF, Banco do Brasil e depois,
dão o cano, saem de fininho, depois que fazem de conta que investiram o
dinheiro e deixam o buraco por conta do povo brasileiro e isso ninguém nunca
viu ou faz de conta que é daltônico, vê um mundo de coloração diferente. Só a
título de exemplo, aqui mesmo em minha terra, Buíque, implantaram com muito
estardalhaço um grande empreendimento de industrialização da mandioca,
aproveitando todos os seus derivados, adquiriram grandes glebas de área de
terras, e de que estavam gerando empregos diretos e indiretos. Só que, no meio
do caminho, com o projeto em andamento e os empreendedores, quando se imaginava
que o projeto estava andando a todo o vapor e firme, vê-se que está
completamente abandonado e o dinheiro que foi financiado pelo BNDS, está aí
para, não se sabe quem, pagar a conta. Nem empreendimento, nem emprego, ou
coisa que o valha. Então isso da iniciativa privada, é o que, hem? – Some-se a
isso, inúmeros projetos semelhantes implantados em uma grande parte dos mais de
cinco mil municípios brasileiros e vejam a quantos milhões ou bilhões essa
conta de dinheiro que saiu dos cofres públicos para às mãos da iniciativa
privada, vai realmente voltar aos cofres das instituições financeiras para
financiarem novos projetos, hem? – Empenham, hipotecam os empreendimentos, que
depois de inutilizados, paralisados, com o maquinário imprestável, sendo
corroído pelo tempo e pelo desuso, não dá sequer para pagar os juros dos
grandes empréstimos. E aí, a pergunta que não quer calar e pelo visto, muitos
fazem de conta que também não estão vendo, quem vai pagar por essas contas? –
Empreendimento previamente planejado com o intuito de se roubar neste país, é o
que não falta. Vamos partir para o BNB, que também é uma instituição de
financiamento de grandes e pequenos empreendimentos! – Quantos financiamentos
do BNB saem para pequenos, médios e grandes negócios e o dinheiro não volta,
hem? – Se for na iniciativa privada rural, o dinheiro já é contraído supostamente
para inversão em alguma atividade rural, não é aplicado e depois o agricultor
ou pecuarista, o que faz mesmo, é dar um calote, porque acreditam que dinheiro
do governo não se paga e, esse dinheiro que tinha por finalidade desenvolver
algum empreendimento benefício para um nicho comunitário, é usado para compra
de carrões, construção de mansões, para fazer turismo, menos para ser aplicados
nas verdadeiras finalidades previstas e isso, é também um meio de roubo.
Trabalhei no BANDEPE por dezesseis anos e vi de perto como a
coisa era, até por que cheguei a trabalhar num setor de gerenciamento. Quem
quebrou o Banco Estatal, foi nada mais, nada menos, que os políticos e os
particulares, que se valendo da parceria, da roubalheira política, contraiam
empréstimos polpudos no Banco e nunca chegaram a pagar. Aqui mesmo em Buíque,
teve muito político que fez isso e nunca pagou um centavo sequer ao banco.
Quando achar oportuno dou nome aos bois, mas para um banco que se prestava a
financiar o desenvolvimento de Pernambuco nas áreas industriais e rurais, foi
praticamente um fiasco e os investimentos através de financiamentos, era só
para os políticos e particulares se utilizarem de financiamentos e nunca darem
o devido retorno, terminando o banco como terminou, além de que, o uso do banco
politicamente para inchaço com empreguinhos sem concurso para apadrinhados
políticos e isso também contribui para à bancarrota do nosso banco estatal, por
isso mesmo, não teve outra saída, que não sua liquidação e venda a troco de
bananas ainda no governo de Miguel Arraes de Alencar, que ainda fez uso do
banco, dizendo que ia reestruturá-lo, mas tudo não passou de um estelionato
político-eleitoral, principalmente por parte de Eduardo Campos, quando vivo e
candidato a governador pela primeira vez. Tudo mentira para angariar votos dos
que perderam os seus empregos.
Acredito piamente, que se for dizer pega ladrão por todo esse
Brasil afora, poucos ficarão para apagar as luzes acesas, porque a roubalheira
pelo visto, incrustada que está na mentalidade do brasileiro, até mesmo o
nascituro, já vem com esse caractere hereditário na memória e só vem a ser um
homem honesto de verdade, se vier a acreditar, que roubar não é a coisa certa a
ser feita, pelo bem do nosso país, e na conduta, retidão, procedimento,
dignidade e honradez de quem se diz honesto e age como uma pessoa honesta de
verdade. Então minha gente, para vocês que tanto saem gritando por aí, pega
ladrão!, olhem primeiro para o histórico de vida de cada um, porque no seu
bolso, o seu parco ou muito dinheiro, pode ter também uma origem um tanto
quanto duvidosa, ou será que estou falando de chorumelas, hem? – Essa historinha
que geralmente a gente costume ouvir de que: “sou um cidadão brasileiro, pago
meus impostos em dia”, não passa de conversa fiada, porque se tiver uma
brechinha, faz uma magicazinha de colocar alguma conta fantasma na sua própria
declaração de renda, para lesar o fisco e não pagar imposto de renda que,
diga-se de passagem, está arrancando os olhos da cara de quem é honesto. Até
parece que o país também, quer que todo mundo seja ladrão mesmo, com essa
escorchante carga tributária em cima de quem é honesto de verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário