FAGULHAS A VAGAR
Manoel Modesto
Qual
fagulha no espaço a vagar
Não
passamos disso nesta roda viva
Quer
seja aqui, ali, acolá, ou em qualquer lugar
Mas
deste curso não há quem sobreviva.
Tudo
vem assim levemente
Como
quem nada quer
Vem
de mansinho, de repente
E
leva-nos para um lugar qualquer.
O
cetro é pesado e traiçoeiro
Atinge
a todos de uma só pancada
Não
há no mundo timoneiro
Que
possa evitar essa dor da estancada.
Vem
forte, cruel e a ninguém perdoa
Quer
rico, pobre ou nobre
A
todos viventes atordoa
O
certo é que da vida nada sobre.
Como
fagulhas dispersas no ar
Somos
incógnitas perdidas
Viventes
a vaguear
Na
dor da alma de vidas sofridas.
Cada
apagar de uma luz
Ficam
a dor, as lágrimas, a ferida
E
nesse mistério que ninguém sabe a que conduz
Fica
sempre o lamento da escuridão de uma vida.
Por
isso mesmo na alegria e na dor
Digo
que nesta vida nada somos
Vivemos
um dissonante clamor
A
chamar das fagulhas o amor.
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