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terça-feira, 21 de abril de 2015

NA VERDADE, JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, O CONHECIDO TIRADENTES DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA, O QUE QUERIA MESMO ERA TORNAR AS MINAS GERAIS INDEPENDENTE E NÃO O BRASIL, E DE QUE, NA VERDADE, NAS MÃOS DA ELITE DOMINANTE, NÃO PASSOU DE UM BODE-EXPIATÓRIO EM FAVOR DE ALGUMA PROMESSA, QUE TERMINOU COM O SEU PRÓPRIO ENFORCAMENTE E POSTERIOR ESQUARTEJAMENTO.

TIRADENTES, BODE EXPIATÓRIO DAS ELITES?


     Nasceu filho do português Domingos da Silva Xavier, proprietário rural, e da portuguesa nascida na colônia do Brasil, Maria Paula da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos nove filhos, Joaquim José da Silva Xavier, que veio a ficar conhecido como Tiradentes, por que se fosse hoje, ele era alcunhado de arranca-dentes, protético, “dentista”, ou denominação similar para se referir a quem não tem a graduação de odontologia que qualifica o profissional dessa área para o regular exercício da profissão, além de ser inscrito no seu órgão de classe. Na época de Joaquim Xavier, não existia isso não. Bastava tão-somente habilidade, para ser o dentista do lugar para mesmo sem anestesia alguma, tratar da dentição das pessoas e da elite de onde o sujeito vivesse.
     A questão de Joaquim Xavier, que mesmo exercendo esse seu mister sem qualificação para isso, se é que na época existia esse tipo de coisa, o fez ficar conhecido em São João Del Rei, em Minas Gerais e por isso mesmo, é que foi incluído num grupo de inconfidentes formado à época pela nata da elite da sociedade de sua época. Na verdade, era provavelmente o único que não era graduado, mas os demais, sim, eram de uma estirpe social mais elevada daqueles tempos, que resolveram se reunir para conspirar contra à coroa portuguesa, com vista a implantação de uma república, com inspiração na Carta da Virgínia de 1776, nos Estados Unidos, e da Revolução Francesa de 1789. Além de dentista, Joaquim foi tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou nos domínios portugueses do continente americano, especialmente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
     Dentre os integrantes desse movimento insurreto, se destacaram os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim Silvério dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor. Os objetivos do movimento era justamente estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar indústrias no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer de São João Del-Rei, a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás Antônio Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas Gerais, como ocorreu nas áreas colonizadas pela coroa espanhola. Então na verdade o movimento da Inconfidência Mineira não tinha uma amplitude para libertar o Brasil, a nível nacional, mas sim, a colônia mineira, como ocorreu noutras colônias, sendo uma das mais notáveis, a Revolução de Pernambuco de 1.817, tendo sido liderada por Antonio Carlos de Andrada e Silva e por Frei Caneca Antônio Carlos de Andrada e Silva e do Frei Caneca.
      Esses movimentos libertários, não deixaram de ser importantes, mas a vingarem, não teríamos o Brasil com toda essa área e unificação, que temos hoje. Seria uma série de republiquetas esfaceladas e não seríamos o país com a dimensão que somos. Tiradentes, assim como tantos outros, tiveram claro, a sua importância histórica nesse processo, embora tenha sido usado como bode expiatório, porque na hora em que os inconfidentes foram deletados, a maioria amofinou e, como Joaquim Xavier, o Tiradentes, era o menos notável do grupo, assumiu toda a culpa, certamente a troco de algum benefício no futuro, amparado na promessa de alguns dos poderosos que ele mesmo inocentou, mas o que ganhou como recompensa mesmo, foi o seu enforcamento vil, cruel e depois, seu corpo despedaçado e espetado em estacas para servir de exemplo para futuros insurgentes. O que valeu à pena para Tiradentes, é que de qualquer forma, seu nome ficou na história como uma simbologia da luta pela libertação do Brasil do jugo dos portugueses, mas que na verdade, historicamente, ele não passou mesmo foi de um bode-expiratório, como muitos aparecem na atualidade. Para simbolizar ainda mais a sua imagem, o fizeram parecer com a imagem de Jesus Cristo, que na verdade também, ninguém sabe como era, apenas no imaginário popular, alguns acham que ele era o tipo bonito, cabeludo, com barbas compridas, olhos azuis, quando nada disso existe comprovação alguma. Ninguém sabe direito da real imagem de Tiradentes, quiçá de Cristo, que viveu há dois mil anos.
     Na verdade, a Inconfidência Mineira, foi um marco histórico muito importante para a Independência do Brasil, que apesar de suas sequelas, hoje a gente pode perceber, que se todas as revoltas e insurreições ocorridas Brasil afora, tivessem logrado êxitos, certamente não teríamos esse imenso país que tanto amamos, mas sim, uma divisão de colônias portuguesas emancipadas em países, que certamente não representariam para o mundo, a força que o Brasil unificado hoje representa. Então apesar do levante de movimentos em várias partes do Brasil colônia, a condição de país unificado vingou e acredito, que a história demonstrou que foi muito o melhor caminho para o povo brasileiro, que apesar de suas diferenças regionais, é um país indivisível e unificado, o que só vem mesmo a nos fortalecer, faltando apenas, vergonha na cara de muitos políticos salafrários, para mudar a face do Brasil e honrar nomes como o de Tiradentes, que foi um dos mártires que lutou porque acreditava em seus princípios, apesar de ter sido usado no movimento da Inconfidência Mineira, como um mero bode-expiatório, porque quanto aos demais, pessoas da nata e da elite da época, receberam à pena capital do enforcamento e do banimento de suas futuras gerações, fato que também não vingou para Tiradentes, que é reconhecido um herói nacional, dentre tantos outros. Na verdade, nada pode ser modificado, mudado de uma forma ou de outra, sem o levante, os movimentos, saídos do próprio povo, em suas insatisfações contra quem está no poder de mando, impondo determinadas linhas políticos em favor, em muitos casos, da manutenção de um status quo desumano e selvagem, por isso mesmo, é que, todas e quaisquer movimentações que venham do povo e tenham um fundamento de legitimidade na defesa de seus interesses vilipendiados, devem com toda certeza, lograr o devido êxito para colocar à pique o establishment vigente que tudo pode e determina em desfavor dos interesses da maioria do povo de determinado país.

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