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terça-feira, 7 de abril de 2015

OS DUENDES E OS PAPAS-FIGOS DE MINHA INFÂNCIA, APENAS DAVAM SUSTOS DANADOS! - OS DE HOJE, ROUBAM, DILAPIDAM PATRIMÔNIOS, MATAM E ESFOLAM, CRUEL E VIOLENTAMENTE.

OS DUENDES E OS PAPAS-FIGOS DE MINHA INFÂNCIA


      Quando criança, acredito que lá por volta de meus tenros cinco para seis anos de idade, não posso cronometrar bem o tempo, mas uma coisa que me metia um medo danado, eram os duendes a me infernizar no meu sono noturno, em minhas rústicas rede ou cama de dormir. O susto era grande quando eles apareciam de baixo de minha cama ou da rede, para me fazer susto, querendo me carregar ou puxar os dedos dos meus pés. Eram figurinhas horrendas, feias mesmas, pequeninas, mas com cara de cruéis. Depois vieram os papas-figos, quando fim morar na cidade para estudar. Não sei por que, mas sempre me vem à mente lembranças desses tempos em que os duendes e papas-figos, me assustam pra valer. Às vezes até, fico a imaginar que eles ainda continuam no meu subconsciente a tentar me assustarem pelo resto de minha vida.
      Fico a imaginar que a perseguição deles à minha pessoa, é uma coisa que ainda não saiu de minh’alma, de meu subconsciente. É uma perseguição, pelo visto, por toda minha existência. Por que duendes ou papas-figos, hem? – Não sei bem explicar, o porquê de me vir à mente essas histórias desses assustadores duendes e papas-figos de minha triste e não muito distante infância, passada no lúgubre, abandonado e distante na época, da cidade, do Sítio Cigano, para, numa segunda fase, virem os papas-figos. À noite, quando não de Lua Nova, era escura feito breu, lá no Sítio Cigano. Pior, quando das noites de tempo de seca braba, de noites longas e de escuridão profunda, saía das caatingas que não se avistava um palmo à frente do nariz, os fogos-corredores, que na época a gente imaginava serem almas penadas. Tempos depois, vim a saber, que não se tratava de alma penada coisíssima nenhuma, mas sim, uma combustão de gases de animais mortos em atrito com o gás oxigênio, daí pegar fogo, se formando tochas soltas a se deslocar no ar e a nos meter medo. Eram horripilantes noites de terror, se é que, morar naquelas brenhas já não fosse aterrorizante.
       Os duendes na verdade, pareciam reais, mas pelo sim, pelo não, cheguei muito depois à conclusão, que eram fruto das histórias de bruxas, da moura-torta, entre outras infantis, mas com certo teor mais para histórias de terror, que minha mãe contava para nós, antes de dormir, daí ficavam as personagens a vaguear incrustadas em minha mente e vinham indubitavelmente os sonhos, que na verdade, pareciam reais e o susto, o medo que tinha dos duendes verdinhos que apareciam de baixo e nos pés de minha cama, era de arrepiar. Só lembro que o susto era grande.
      No momento atual, pelo visto, os pesadelos reais continuam, mas não com duendes frutos do imaginário em face das histórias da carochinha que a minha mãe nos contava antes de dormir. Os duendes a nos assustar no mundo contemporâneo ou pós-modernista, são reais e de outra forma, mas sempre estão em todos os lugares a nos rondar e nos meter medo, sobretudo para quem quer viver em paz e com a consciência tranqüila. Em todos os lados a gente encontra duendes, não só os verdinhos e pequeninos, mas de todas as cores e de todos os tamanhos, porque o mundo chegou a um ponto de crudelidade tal, que os duendes de hoje, não são mais aqueles de meus sonhos de tenra idade, mas reais de verdade e que tiram a vida de muitos, além de levarem o que você tem ou não. Se acaso só tiver a vida, eles a levam impiedosamente. São os duendes pestilentos e bestiais da horda da criminalidade e das maldades que se alastram por este mundo tão avançado, porém tão distante das coisas simples que um dia a gente na vida viveu. Os papas-figos só nos assustavam, figura criada pelos mais velhos, para assustar as crianças que não obedeciam os pais, que tinham a mania de devorar os fígados das criancinhas, só que, hoje eles existem de verdade e devoram os fígados não tão-somente de criancinhas, mas sim, de gente grande também.
      Os duendes de minha rude infância, os papas-figos, só assustavam. Que eram horripilantes, disso não se pode ter dúvidas, mas não levavam vidas. Os de hoje, levam até a sua alma, além de tudo que você tem em sua vida e até mesmo, inexplicavelmente, sem nenhuma justificativa, a sua própria vida. Os duendes e os papas-figos que me assustam hoje, são reais, existem aos montes, se multiplicam todos os dias e não são como os duendes dos meus sonhos de criança ou os papas-figos comedores de fígados de gente miúda. 

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