RAQUEL SHEHERAZADE,
REPÓRTER HOJE FAMOSA NO SUDESTE DO PAÍS, É NORDESTINA, BONITINHA, MAS
ORDINÁRIA.
Quando vi uma reportagem da
jornalista nordestina no SBT, dentre tantos de seus comentários, criticando
veementemente uma estudante por conta de uma postagem numa rede social,
preconceituosa até a medula contra nós nordestinos, imaginei logo, “eita
nordestina porreta!, essa é das minhas”. Paraibana arretada, “mulher macho sim
senhjor!”, que vai direto ao ponto e não mede as palavras. Por isso mesmo, passei
a admirar essa grande jornalista e repórter de origem nordestina, que em pouco
tempo ganhou o estrelato nacional no mundo da informação televisiva de massa,
através de âncora do Jornal do SBT, no horário noturno, mas essa imagem de
paraibana guerreira, aos poucos veio se esvaindo, se desmanchando como uma
montanha de gelo se derretendo.
Por suas matérias críticas, recebeu até alguma reprimenda do
dono do terceiro maior meio de comunicação brasileiro, Sílvio Santos e por isso
mesmo, recuou em suas críticas implacáveis contra desmandos fossem estes quais
fossem, mas nem por isso, deixou de ter o seu espaço noutros nichos de
comunicação no mundo da informática. Por isso mesmo, pela sua independência,
ganhou de lego minha simpatia e admiração por sair do nordeste e se tornar uma
pessoa que tinha vez e voz, mas isso aos poucos, diante de suas posições
dissonantes e atrabiliárias, passei a vê-la com uma certa desconfiança, não
mais como àquela galega nordestina arretada, que saída do Estado da Paraíba,
passou a ser uma estrela de primeira grandeza, no cobiçado meio jornalístico na
Região Sudeste do País, especialmente em São Paulo. Finalmente, a casa caiu, a
máscara foi tirada e pelo que a vi dizendo num vídeo postado nas redes sócias da
internet, ela mesma se desmistificou e mostrou realmente a sua verdadeira
faceta e um desconhecimento subliminar da região de sua origem.
Em uma entrevista concedida no Programa de humor negro, Pânico
na TV, de linha estapafúrdia e antiético que busca ridicularizar as pessoas de
quaisquer matizes sociais, a galega nordestina, bonitinha, bem apresentável, de
fala firma e fluente, sem sotaque nordestino, falou pelos cotovelos de um fator
que certamente ela, na condição de repórter e de jornalista, não tem domínio,
mas que tinha por obrigação de ter, para poder informa com conhecimento de
causa e propriedade de domínio, de que “aqui no Nordeste, e que eles do Sul do
país não sabiam, mas o nosso povo ainda vivia na impiedosa miserabilidade de
chegarem ao ponto de comer “calango” assado, beber água enlameada de barreiros,
juntamente com o gado, fato que me deixou praticamente indignado e estupefato,
porque entre o Nordeste que conheci desde a década de cinquenta quando nasci,
até a atual, mesmo nas mais cruentas dificuldades, nunca vi ninguém comendo “calango
assado”. Água de barreiro, eu mesmo já bebi e de onde o próprio gado também
bebia, mas apesar de tantas dificuldades que pela vida passei, nunca comi calango
assado, gabiru ou outro qualquer animal similar. Preá não digo nada, nunca
deixei de comer, porque sua carne é uma delícia, principalmente com uma dosinha
de cachaça da boa, coisa que hoje não faço mais. Mas calango, nunca em toda
minha vida e nunca ouvi falar que alguém tivesse comido calango como fonte de
alimentação. De camaleão, tejo ou teiú, que é um animal da família teidiidae,
de nome científico tupinambis teguixim, e vulgar, lagarto-teiú, muitos ainda
que costumam caçar, comem esses animais, que apesar da mesma família, nada tem
de calango. Sei também que algumas pessoas, principalmente os pingunços
inveterados, comem também os fedorentos gambás ou ticacas, que depois de bem
tratados, segundo os bebuns, tem uma carne deliciosa, mas eu mesmo nunca
provei. Quando vivi em São Paulo, lá pela década de 60 para 70, trabalhei de
peão numa fabriqueta e vi um de meus pares de trabalho quase-escravo, que
matava gato à pauladas, dentro de um saco, para depois cozinhar e usar como
tira-gosto de cachaça e disso ninguém fala. Comer gato em São Paulo pode;
calango no Nordeste, não! – Ora, para mim, nem uma coisa, tampouco outra.
Então dona Raquel Sheherazade, nessa você pisou feio na bola
e, não passou mesmo de uma galega bonitinha, bem asseada, certamente perfumada,
porém provou da mesma forma, que é preconceituosa, o que foi combatido por você
mesma, com tanta veemência naquela matéria, demonstrou cabalmente que não
conhece o nosso Nordeste de hoje, nem de ontem, ou antes de 2002 e depois desse
limite de tempo, porque não digo que ainda nesses ciclos de seca que sempre
enfrentamos, não se beba água de barreiro, que eu mesmo já bebi por muito tempo
e continuo vivinho da silva, mas calango, em toda minha vida, nem mesmo a
pretexto de tomar umas e outras, nunca degluti, nunca provei não senhora. Você paraibana
que se imaginava arretada, não passa de uma mentirosa, demonstrando se
encontrar radicalmente desinformada, por isso mesmo, está na hora de sair de
seu escritório atapetado, coberta de mordomias, com ar condicionado e fazer
novamente uma visita mais aprofundada pelo nosso não mais tão sofrido Nordeste,
para não sair por aí dizendo besteira e demonstrando-se completamente
desinformada de nossa realidade atual. Por seca, nunca vamos deixar de passar, porque
isso faz parte de nossa própria natureza, fato fenomênico, que o Sudeste vem
passando e não está sabendo sequer lidar com a seca, porque sempre viveu de
fartura e gozando, diminuindo e humilhando o nordestino e agora vem você,
nordestina, de raça miscigenada, como é que você se passa a ser um ventríloquo
de gente dessa região, que de onde você se tornou nacionalmente conhecida, para
falar de uma realidade que pelo visto, você esqueceu ou demonstrou não ter mais
conhecimento, hem? – Então minha antes admirável Raquel Seherazade, para mim no
momento, você não passa mesmo de uma reportezinha, galega bonitinha, perfumada,
com saltos nos sapatos, porém não passa mesmo de mais uma nordestina ordinária à
serviço escusos de interesses outros a denegrir à imagem de sua própria raça,
sua gente, não sendo digna se ser mais uma paraibana arretada, mulher macho sim
senhor!, como bem o disse o velho Luiz Gonzaga em sua épica música nordestina,
que esse sim, ganhou o mundo como nordestino da gema e o fez por merecer.
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