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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A MATÉRIA PUBLICADA HOJE, TRATA DO DIFÍCIL OFÍCIO DE ENSINAR, DE SER O TRONCO DE PREPARAR TODA UMA GERAÇÃO PARA O FUTURO, O PROFESSOR E DE MEU SONHO, QUE SEMPRE ACALENTEI NA VIDA, DE UM DIA VIR A ENSINAR.

A DIFÍCIL ARTE DE ENSINAR


     Ainda com tenra idade, quando cheguei a aprender as minhas primeiras letras aqui mesmo em Buíque, na Escola Duque de Caxias (a que foi demolida por um prefeito), que sempre admirava o poder e a sabedoria dos quais era dotada à minha primeira professora, Dona Aderita Cursino. Dela nunca esqueci por toda minha vida, porque era durona na queda, e escreveu não leu, a palmatória comia no centro sem dó nem piedade. Imaginava-me até num futuro qualquer de minha vida, de um dia também, vir a ensinar, ser um bom e admirável professor, mas isso com o tempo, com meus afazeres, fui me esquecendo e terminei por deixar de lado esse projeto de vida, não por me julgar incapaz, mas o tempo tratou de apagar esse sonho que cheguei a acalentar.
     No curso ginasial, que ainda comecei a fazer no Estado de São Paulo, não era diferente. O fato em si de ser nordestino, humilhado e menosprezado naquele lugar, principalmente por ser peão de fábrica, me fez levantar o ego interior e cheguei a me tornar o primeiro da sala de aula, motivo pelo qual, todos os demais alunos me respeitavam e pedia fila no dia de prova, pelo menos uma parte da turma mais chegada. Sempre fui um admirador do ofício de ensinar. Queria ensinar porque achava muito bonito, prazeroso e motivo de orgulho de quem tinha o poder da sabedoria e de transmitir conhecimentos, sem os quais, ninguém seria capaz de aprender absolutamente nada, pois sem o aprender, o conhecer, nada seríamos e isso costumava prezar muito para me preparar para à vida. Não foi coisa que alguém chegou a me forçar a estudar, mas era de mim mesmo, uma força maior que sempre existia e vinha de dentro de mim para poder mostrar que tinha e era capaz de ser o que vem quisesse e entendesse.
     O segundo grau, cheguei a fazer na Escola Estadual Carlos Rios, em Arcoverde. Tive grandes professores, apesar da precariedade do ensino, falta de material para pesquisas em laboratório, entre outras necessidades básicas de um bom ensino, de professores e pior, era o deslocamento de Buíque para Arcoverde, na velha estrada de piçarra, que nas épocas de inverno brabo, demorava cerca de duas horas de viagem para se chegar à escola no horário e assistir as aulas às 19h00 até às 22h30. Era um deus nos acuda. Íamos primeiro numa Rural que meu irmão Miltinho tinha comprado, de cor azul, juntamente com outros colegas que colaborava com as despesas do combustível. Depois, num corcel 1972 amarelo e num fusquinha. Era duro estudar num lugar tão próximo de nossa terra, porém distante de se chegar, em face das condições da estrada de deslocamento até se chegar à escola. Mas fiz o curso científico e tirei de letra e ainda alimentava um dia a vontade de ensinar. O mesmo veio a acontecer quando no Recife, no final da década de 70 para início da de 80, cheguei a estudar ainda três anos do curso de engenharia na UFPE. Terminei o básico, mas por questões de fatores circunstâncias, trabalhando no Bandepe e já casado, ao passar num concurso interno para ganhar um pouco mais e assumir uma função mais elevada, tranquei à matrícula da universidade, com isso, não dei lá muitas bolas e assim terminei a perder o vínculo com o curso de graduação em engenharia. Também nessa época, ainda imaginava ser um assistente de professor, pelo menos nas cadeiras de matemática ou de física, matérias com as quais me identificava em demasia, mas nada disso veio a se concretizar. Desvinculado da universidade, de fazer uma graduação, depois de cinco anos fora de uma escola superior, foi que em 1985, já que sempre tinha nos meus planos de vida, um dia vir a me graduar em curso superior, foi que me veio à telha, de fazer novo vestibular em Caruaru, na FADICA, no Curso de Direito e assim passei mais uma vez num novo vestibular e apesar das dificuldades também de locomoção entre Pesqueira, lugar onde morava à época, até Caruaru, cheguei finalmente em 1990, a me graduar em Direito, profissão que a tenho exercido com muito orgulho e sem a qual, teria enfrentando muitas dificuldades quando fui demitido injustamente, juntamente com mais dois mil colegas, em 1991, do banco onde trabalhara até então. A minha graduação em Direito, foi a salvação da lavoura e da qual busco viver com profissionalmente dentro da ética, disciplina nas ações que patrocino e defendo, com honradez, honestidade e dignidade. O problema é que sempre tive lá dentro de mim, a vontade de ser professor um dia de qualquer assunto que fosse, mas que tivesse domínio ou que pudesse desenvolver com os conhecimentos acumulados durante todo esse tempo de minha vida. Cheguei ainda a dar algumas aulas para concurseiros, mas foram poucas, dentro de minha área de dominação. Por volta de 2010, cheguei a fazer um Curso de Pós-Graduação, em Direito Civil e Processual Civil, patrocinado pela OAB/Faculdade Maurício de Naussau, em Garanhuns-PE e, para mim, foi mais uma boa e positiva experiência, o que só veio mesmo a nos fortalecer em temos de conhecimentos.
    Mas eis que finalmente, já nessa fase de minha vida, mais que de repente, passei a dar aulas num curso preparatório para profissionais na área de auxiliar administrativo e isso, no SISMUB, me deu ânimo porque o pessoal está gostando de minha metodologia de transmitir uma parte de meus conhecimentos e, por último, após apresentar meu curriculum vitae, fui convidado pelo professor Clécio Bezerra, para dar aulas no curso de graduação ministrado na antiga Escola Recreação Infantil, no Curso de Administração de Empresas, na área de Direito, com o que não medi esforços e vou finalmente, realizar mais um sonho de minha vida de poder transmitir conhecimentos, transferir experiência de vida e procurar dar o melhor de mim para que possa ser sempre bom naquilo que no decurso de minha vida me propus a fazer. Gostaria de ter me empenhado nessa labuta há mais tempo dessa minha caminhada, mas só agora vim a despertar de verdade, então minha gente, vou procurar dar conta do recado, como o bom recado me foi dado pelos bons mestres e professores me deram na vida e para quem faço questão de levantar meu chapéu para tão honrosa e desprezada classe na atualidade, a ponto de serem desrespeitados e menosprezados com os vencimentos que percebem à título do que buscam dar a quem de conhecimentos precisa. Professor, é peça importante para à humanidade, sem a qual, não existiriam pessoas formadas e preparadas para à vida, para nos sucederem em nossos misteres no futuro. Sem professor, não existe aprender e, sem este, não existe futuro alguma para à humanidade. Pobre da sociedade que não reverencia o seu corpo de professorado. Veja que coisa interessante, no Japão, o único ser humano que não está obrigado a se curvar diante do imperador, é o professor. Por aí, veja a importância e reverência que um país de pessoas sábias buscam dar a seus professores. Por essa razão, não é possível a gente presenciar cenas como as do Paraná, em que os professores, só porque reivindicavam melhorias salariais e condições de trabalho decentes, foram vil e covardemente massacrados em seus justos reclamos, e rechaçados com a dureza de pau no lombo, baionetas, tiros e todo tipo de violência contra uma classe que nada mais reclama do que os seus sagrados direitos, de realmente virem a ser reconhecidos como devem ser.

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