O MENINO E A GALINHA AMARELIINHA
DOS OVOS DE OURO
Isso gente, aconteceu há
muitos anos. Não vou começar esse conto como sempre acontece nas historietas de
criancinhas ou de adolescentes ainda meio abilolados, como sempre acontece nas
histórias de contos infantis. A narrativa relata a história de um fato que se
passou aqui mesmo em Buíque, de um menino paupérrimo, que os seus pais o
chamavam de “Joaquinzinho”, que sonhava um dia chegar a ser rico assim como que
da noite para o dia, como num sonho de canção de ninar ou de contos de fadas. A
idade dele era por volta de seus dez para doze anos de idade, mas mesmo com
tenra idade, já sonhava alto. Tinha o discernimento obsessivo de vir a se
tornar rico e sem dar um prego numa barra de sabão. A questão era aparecer uma
coisa que fosse mágica, assim como que, caída dos Céus e vir a cair em suas
mãos, para de uma hora para outra se ver como um rei tronado em riqueza, com
uma penca de servos e vários castelos, carrões, belas mulheres, para escolher com
a qual ia dormir e em que castelo, tudo ao seu bel prazer. Ele foi realmente um
sonhador, desses que sonham entre um milhão de pessoas no mundo real de hoje em
dia, em ganhar na sena, porque é coisa, na lei da probabilidade, muito difícil.
Certa feita, meio desnorteado da vida, o pobre menino
sonhador e que queria a qualquer custo enriquecer, se dirigiu para à uma densa
mata, que ainda era meio fechada, afinal, naquele tempo, a destruição da
natureza ainda não tinha chegado àquela bela floresta, que pouca gente ousava
chegar até lá, mas ele, como era determinado e destemido, sozinho, sem ninguém
a lhe acompanhar, não temia nada do que se dizia sobre àquela misteriosa mata e
danou-se a caminhar para seu destino. Caminhou da cidade de Buíque até lá, por
certa de um dia até chegar ao seu destino. Quando começou a adentrar no meio da
mata, parecia que ela tinha vida própria. Coisas estranhas começaram a ser
sentidas, como a sensação de que estava sendo seguido por alguma assombração,
do tipo alma penada, bicho-papão, ou de algum duende, de tantas historietas
infantis que a sua mãe lhes contava antes de dormir. Uma dessas histórias era a
da galinha que botava ovos de ouro e de que, ela vivia escondida numa mata
escura, densa e meio distante de Buíque, por isso mesmo, iludido com essa
história, ele foi em busca da galinha dos ovos de ouro, porque se a
encontrasse, com certeza, iria ser rico para o resto de sua e não precisaria
mais trabalhar como sempre houvera feito, ajudando seus pais nos serviços na
roça que mantinham num sítio próximo à cidade e, não suportava imaginar que
seria assim o tempo todo, ter que ser um mero puxador de cobra para os pés e
isso, em nada lhe parecia agradável, daí ir atrás da galinha dos ovos de ouro,
afinal, ser rico e poderosos era o seu maior sonho.
Infiltrou-se mata à dentro, com o zunir do vento lhe
azucrinando e sussurrando os seus ouvidos, os galhos de árvores e arbustos e
balançarem de um lado para outro, alguma aparição com feição demoníaca, mas nada
disso lhe metia medo em seu intento. O que queria mesmo era encontra a galinha
dos ovos de ouro e ser rico para sempre para nunca mais pegar numa enxada e
puxar cobra para os pós, que não tinha nascido para isso, pensava com seus próprios
botões. Caminhou por um bom pedaço até chegar praticamente no centro da mata
densa, e isso, já era por volta da meia-noite, mesmo assim, com um lampião de
querosene que houvera levado, aceso, continuava em sua incansável busca. O
medo, em face da escuridão intensa, já começa a lhe afetar um pouco os seus
nervos, até mesmo pelo cansaço. Estava quase entregando os pontos, de tão
debilitado que já estava ficando, mesmo assim, queria porque queria chegar até
os ovos de ouro dos sonhos de sua galinha amarelinha e nem por tudo que estava
acontecendo iria desistir de seu intento de ser uma pessoa rica e poderosa.
Andou até onde não mais podia e parou. Sentou-se um pouco.
Tirou um cochilo e eis que de repente, é despertado com um barulho estrondoso e
uma iluminação deslumbrante, reflexiva para todos os lados, e eis que, como que
de repente, vem descendo de um disco voador, um tipo parecido com um bicho
desfigurado, verdinho, com uma aparência de duende, mas comprido, de olhos grandes
e falando uma língua inteligível, com uma galinha amarelinha e chegou perto
dele, que sem esboçar nenhuma reação ou medo, o alienígena lhe presenteou com à
galinha, balbuciando algumas palavras que de nada ele entendeu, mesmo assim,
aceitou o presente. De repente, tudo se apaga e como numa explosão para dentro
de uma estrela, o alienígena desapareceu como que por encanto, mas o pobre
menino ficou agarrado com a galinha, que pouco depois, feliz e sorridente, não
se contentava, gritava, esbanjava sensação de felicidade, porque finalmente,
tinha encontrado a galinha dos ovos de ouro e já imaginava seus castelos
formosos, seus carrões de luxo, mulheres bonitas e tudo que poderia querer na
vida, agora isso, não para uma criança de apenas dez ou doze anos de idade, mas
já se imaginando um adulto. Imaginava consigo mesmo, é, “agora, adeus inchada,
puxar cobra pros pés nunca mais, e só riqueza e felicidade”. Que quero mais da
vida? - Indagava para si mesmo. Meus pais, dou uma merrequinha, já é o bastante
para eles. O que interessa sou eu mesmo.
Com pouco tempo, percebeu que uma pesada mão apalpava em cima
de suas costas, já na boquinha da noite, dizendo, acorda Joaquinzinho, sai do
mundo da lua, que está na hora de tomar teu café, que era na base de um pão com
pão e nada mais e depois, dormir, para no outro dia, começar mais um novo dia,
na mesma dureza de sempre, de puxar cobra para os pés. Foi aí que o menino se
deu por conta que tudo não houvera passado de um sonho, em que ele por volta
das três horas da tarde, por mando de sua mãe, tinha ido dar comida às galinhas
que eram criadas num galinho no muro de sua casa e que tinha algumas árvores
frondosas e, começou a brincar com uma das galinhas, chamada de amarelinha,
pela coloração da mesma e assim, chegou a pegar no sono encostado numa frondosa
mangueira, e nesse sonho fez essa viagem imaginária e, quando olhou em sua
volta e para sua roupa, o que pensava ser ovos de ouro, estava mesmo era todo
sujo de merda de galinha e foi assim, que dentro dessa realidade, foi que
esbravejando, disse para si mesmo, “que porra é isso, caceta!” – Cadê minha
galinha amarelinha e os ovos de ouro, hem? – Foi quando chegou à realidade que
na verdade, tudo não tinha passado de um sonho e que na vida, o que tinha mesmo
era que trabalhar duro, estudar e lutar para poder dignamente ser alguém no
futuro. Sonhar é bom, mas não se pode sempre ter o impossível, a não ser quando
alguém se imagina que as coisas podem vir a cair nas mãos com facilidade com
uma galinha amarelinha dos ovos de ouro. Mas isso, só se o sujeito tiver o seu
zero volta para uma estrela, o que acontece de um para um milhão. E foi assim,
que Joaquinzinho, veio a cair na real, que na vida, se a gente não trabalhar
para valer, nada cai do Céu por encanto. Sonhar é bom, mas a realidade
palpável, é bem mais adiante.
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