PADRE JOÃO
IGNÁCIO DE ALBUQUERQUE, O PÁROCO QUE TROUXE A FAMÍLIA MODESTO PARA BUÍQUE
A questão da história de
minha terra, Buíque, deixa muito a desejar. Ninguém sabe de seus primeiros
intelectuais, daquelas pessoas ligadas à leitura habitual, se já houve algum
escritor antes de nós que escrevemos e de gente quem fosse ligada à cultura de
um modo geral, entre fins do Século XIX e início do Século XX. A gente tem
conhecimento por alto de que existiram algumas pessoas ligadas à leitura, à
cultura, que talvez por alguma omissão ou por não ter tido ligação, ninguém é
citado no livro Infância, de Gracialiano Ramos, que aqui em Buíque aprendeu às
primeiras letras, entre 1892 a 1898, mas ele ainda faz citação de tal de Bento
Américo, entre outras pessoas, que gostavam de ler, porém não entra em maiores
detalhes. Mais à fundo mesmo, ele fala sobre o Padre João Ignácio de
Albuquerque, que ele o descreve como uma pessoa durona, ignorante, mas por
outro lado, mostra que ele cuidou de muita gente na época, contaminada pela
epidemia da peste bubônica, que ficavam isoladas e o remédio era furar com
espinhos de mandacaru, o que comprova que ele tinha também o seu lado social,
espiritual, fruto de sua religiosidade. Pelo que sei, ele não era muito de
levar desaforo de ninguém. Foi ele também, que para cá trouxe praticamente parte
de seus irmãos e irmãs, inclusive José Modesto de Albuquerque, pai de meu avô,
Manoel Modesto de Albuquerque e foi aqui onde veio a disseminar grande parte da
família Modesto. Meu avô, Manoel Modesto, se casou com Aurora Laerte
Cavalcanti, que era cunhada de Severino Padilha, um velho rabugento e ranzinza
que foi dono de um comércio do ramo de padaria, em que seu estabelecimento era
ali naquela esquina da Praça Vigário João Ignácio, onde hoje é uma farmácia.
Apontado como o primeiro prefeito republicano de Buíque,
entre 1898 a 1904, o Padre João Ignácio de Albuquerque, administrou Buíque e
ainda tem gente que o responsabiliza por não ter permitido a passagem da
estrada de ferro que deveria por aqui ter sido implantada e, com essa negativa,
quem ganhou foi Arcoverde, que por isso mesmo chegou a se desenvolver, que não
é bem verdade essa versão maldosa no sentido de denegrir à imagem do pároco. Na
verdade, a estrada de ferro não passou por Buíque, por pressão, imposição dos
coronéis e fazendeiros da época, que temiam que, a passagem da linha férrea
cortando o Município de Buíque, viria a matar o rebanho de gado dos quais eram
donos e por isso mesmo, não quiseram de jeito nenhum que a estrada de ferro
viesse a cortar por dentro de Buíque, o que talvez tivesse sido um meio
propulsor de nosso desenvolvimento, como de fato o foi para Arcoverde. Agora o
que indago é o fato de que, se foi para Arcoverde, por qual razão não foi ao
mesmo tempo para Sertânia, se a mesma estrada de ferro chegou a cortar àquele
município também, e nem por isso, veio a se desenvolver como deveria, se bem
que, na década de cinquenta, Sertânia ainda chegou a ser o berço cultural de
nossa região, só que, a partir da década de sessenta, como à Rio Branco da
época, era uma c
Quando à Buíque, que é um município eminentemente de uma
economia voltada para à agricultura e pecuária, em face dos sucessivos ciclos
de seca, vem perdendo muito campo em seu crescimento nesses importantes setores
primários de nossa economia, porém ainda assim, aqui ainda se produz muita
coisa advindas da agricultura e pecuária, principalmente como importante bacia
leiteira e queijeira. A questão maior de nosso município, é que não existe
nenhuma política pública voltada para à agricultura e pecuária e um grande
projeto que se tentou implantar através de uma Autarquia Municipal, denominada
de ANDRI, que em tese era um projeto ambicioso, foi criado maldosamente para
roubarem do dinheiro público, mas se o governo que assumiu depois de 2008, tivesse
tido mais visão, reformulado o projeto e moralizado essa Autarquia e levado
adiante a implementação do projeto, com certeza teria dado certo e nossa região
rural com certeza teria melhorado consideravelmente em termos econômicos e
sociais, mas por comodidade e por conselhos de quem não conhece nossa terra, o
que fez mesmo foi afundar e terminar por quebrar esse importante projeto e
jogá-lo na sarjeta, como vem fazendo com tantos outros. Por esse descaso com o
projeto ANDRI, tanto por culpa de seus mentores e criadores antes de 2008 e
depois desse período, existem muita gente pendurada e prejudicada em
empréstimos bancários no Banco do Brasil, sem que tenham uma solução para essas
pendências nem à curto, tampouco a longo prazos.
Mas a questão central desta minha narrativa de hoje, era
justamente alertar para fatos importantes de nossa história e de que, não
existe uma pessoa sequer, que esteja exclusivamente voltada para desvendar e
melhor detalhar fatos históricos de nossa terra, a começar pelos primeiros
intelectuais e algumas pessoas preocupadas com o nosso desenvolvimento, a
começar pelo Vigário João Ignácio de Albuquerque, que vindo de Cajazeiras, na
Paraíba, foi quem para cá trouxe toda à família Modesto e daqui, um dos nossos,
José Victor Modesto, foi quem fundou o Município de Araripina, além de
existirem membros dessa família por toda parte do Brasil e do mundo. Acredito
ser de suma importância buscar se desvendar com mais detalhes, fatores e fatos importantes
de nossa história, inclusive a data exata da emancipação política de Buíque,
que no meu entender, ainda não está bem esclarecida, gerando muitas dúvidas,
inclusive no símbolo da bandeira municipal em que aparecem, a depender de quem
esteja no poder ocasional de momento, datas diferenciadas de fundação, de
elevação à condição de vila e da verdadeira emancipação, que para mim mesmo,
ainda continua sendo um grande mistério e só com uma pesquisa mais minuciosa e
detalhada é que se poderia realmente se voltar no tempo e se chegar a se
desvendar de vez essa história ainda mal contada de nossa querida Buíque,
inclusive explicado até os nomes de ruas de determinadas pessoas, o que foram e
o que representam ou representaram para a nossa história, para virem a ser
agraciados com um nome de rua.
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