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quarta-feira, 27 de maio de 2015

NA MATÉRIA DE HOJE, FAÇO UMA NARRATIVA SOBRE O VIGÁRIO JOÃO IGNÁRIO DE ALBUERQUE, O PÁROCO QUE TROUXE A FAMÍLIA MODESTO PARA BUÍQUE, QUE DAQUI GANHOU PARTE DO MUNDO E UM DOS NOSSOS FOI QUEM FUNDOU O MUNICÍPIO DE ARARIPINA.

PADRE JOÃO IGNÁCIO DE ALBUQUERQUE, O PÁROCO QUE TROUXE A FAMÍLIA MODESTO PARA BUÍQUE


    A questão da história de minha terra, Buíque, deixa muito a desejar. Ninguém sabe de seus primeiros intelectuais, daquelas pessoas ligadas à leitura habitual, se já houve algum escritor antes de nós que escrevemos e de gente quem fosse ligada à cultura de um modo geral, entre fins do Século XIX e início do Século XX. A gente tem conhecimento por alto de que existiram algumas pessoas ligadas à leitura, à cultura, que talvez por alguma omissão ou por não ter tido ligação, ninguém é citado no livro Infância, de Gracialiano Ramos, que aqui em Buíque aprendeu às primeiras letras, entre 1892 a 1898, mas ele ainda faz citação de tal de Bento Américo, entre outras pessoas, que gostavam de ler, porém não entra em maiores detalhes. Mais à fundo mesmo, ele fala sobre o Padre João Ignácio de Albuquerque, que ele o descreve como uma pessoa durona, ignorante, mas por outro lado, mostra que ele cuidou de muita gente na época, contaminada pela epidemia da peste bubônica, que ficavam isoladas e o remédio era furar com espinhos de mandacaru, o que comprova que ele tinha também o seu lado social, espiritual, fruto de sua religiosidade. Pelo que sei, ele não era muito de levar desaforo de ninguém. Foi ele também, que para cá trouxe praticamente parte de seus irmãos e irmãs, inclusive José Modesto de Albuquerque, pai de meu avô, Manoel Modesto de Albuquerque e foi aqui onde veio a disseminar grande parte da família Modesto. Meu avô, Manoel Modesto, se casou com Aurora Laerte Cavalcanti, que era cunhada de Severino Padilha, um velho rabugento e ranzinza que foi dono de um comércio do ramo de padaria, em que seu estabelecimento era ali naquela esquina da Praça Vigário João Ignácio, onde hoje é uma farmácia.
     Apontado como o primeiro prefeito republicano de Buíque, entre 1898 a 1904, o Padre João Ignácio de Albuquerque, administrou Buíque e ainda tem gente que o responsabiliza por não ter permitido a passagem da estrada de ferro que deveria por aqui ter sido implantada e, com essa negativa, quem ganhou foi Arcoverde, que por isso mesmo chegou a se desenvolver, que não é bem verdade essa versão maldosa no sentido de denegrir à imagem do pároco. Na verdade, a estrada de ferro não passou por Buíque, por pressão, imposição dos coronéis e fazendeiros da época, que temiam que, a passagem da linha férrea cortando o Município de Buíque, viria a matar o rebanho de gado dos quais eram donos e por isso mesmo, não quiseram de jeito nenhum que a estrada de ferro viesse a cortar por dentro de Buíque, o que talvez tivesse sido um meio propulsor de nosso desenvolvimento, como de fato o foi para Arcoverde. Agora o que indago é o fato de que, se foi para Arcoverde, por qual razão não foi ao mesmo tempo para Sertânia, se a mesma estrada de ferro chegou a cortar àquele município também, e nem por isso, veio a se desenvolver como deveria, se bem que, na década de cinquenta, Sertânia ainda chegou a ser o berço cultural de nossa região, só que, a partir da década de sessenta, como à Rio Branco da época, era uma c
idade polo mais centralizada no mapa de Pernambuco, foi quem veio mesmo a se desenvolver, porém nenhuma outra cidade chegou a condição de desenvolvimento que chegou a ser a alcançar Rio Branco, a não ser Pesqueira, que antes mesmo de Rio Branco, com o agigantamento do empreendimento familiar que veio a ser a Fábrica Peixe ou Indústrias Alimentícias Carlos de Brito S/A, foi quem primeiro apresentou tendências de crescimento econômico. Então a questão de Buíque não ter se desenvolvido, não foi por culpa do Vigário João Ignácio não senhor!, mas sim, em face do carrancismo do coronelismo retrógrado, que temia que seus animais viessem a ser atropelados e mortos pela linha de trens, o que não é verdade e, se acaso tivesse passado por Buíque, quem sabe se este município não tivesse tido o mesmo destino de Sertânia, hem! – Só a história poderá explicar esse fator fenomênico de desenvolvimento da economia naqueles idos de ouro. Atualmente, o que antes em Rio Branco (Arcoverde), era um desenvolvimento industrial sem limites, inclusive com a Fábrica de Óleo Salada, fábricas de doces, Indústria Alimentícia Áureo Howard Bradley, bem como Pesqueira, hoje não existe uma indústria sequer, a não ser a Fábrica de Sabão do grande empreendedor Sr. José Miguel, que foi um dos grandes marcos do desenvolvimento de Arcoverde. Quanto à Pesqueira, o que sobrou de uma rica fase de industrialização, foram as velhas chaminés desativadas, que tanto expeliram fumaça no Século XIX. A questão da derrocada do desenvolvimento de ambos os lugares, foi sem dúvida alguma, a falta de políticas públicas voltadas para o fortalecimento dessas indústrias, do desenvolvimento de outros meios produtivos mais econômicos e mais próximos dos consumidores e, no caso de Pesqueira, por vir de um pequeno e rústico empreendimento familiar a se tornar um empreendimento gigantesco, que ao se diversificar, se misturar com vários interesses contrariados e pelo custo elevado de produção e aquisição da matéria-prima, veio finalmente a quebrar de vez, passando esses lugares hoje a viver de seus comércios e ligeiramente de suas próprias agriculturas e pecuárias, além do próprio poder público, que é um dos maiores meios empregatícios dessa região.
   Quando à Buíque, que é um município eminentemente de uma economia voltada para à agricultura e pecuária, em face dos sucessivos ciclos de seca, vem perdendo muito campo em seu crescimento nesses importantes setores primários de nossa economia, porém ainda assim, aqui ainda se produz muita coisa advindas da agricultura e pecuária, principalmente como importante bacia leiteira e queijeira. A questão maior de nosso município, é que não existe nenhuma política pública voltada para à agricultura e pecuária e um grande projeto que se tentou implantar através de uma Autarquia Municipal, denominada de ANDRI, que em tese era um projeto ambicioso, foi criado maldosamente para roubarem do dinheiro público, mas se o governo que assumiu depois de 2008, tivesse tido mais visão, reformulado o projeto e moralizado essa Autarquia e levado adiante a implementação do projeto, com certeza teria dado certo e nossa região rural com certeza teria melhorado consideravelmente em termos econômicos e sociais, mas por comodidade e por conselhos de quem não conhece nossa terra, o que fez mesmo foi afundar e terminar por quebrar esse importante projeto e jogá-lo na sarjeta, como vem fazendo com tantos outros. Por esse descaso com o projeto ANDRI, tanto por culpa de seus mentores e criadores antes de 2008 e depois desse período, existem muita gente pendurada e prejudicada em empréstimos bancários no Banco do Brasil, sem que tenham uma solução para essas pendências nem à curto, tampouco a longo prazos.
   Mas a questão central desta minha narrativa de hoje, era justamente alertar para fatos importantes de nossa história e de que, não existe uma pessoa sequer, que esteja exclusivamente voltada para desvendar e melhor detalhar fatos históricos de nossa terra, a começar pelos primeiros intelectuais e algumas pessoas preocupadas com o nosso desenvolvimento, a começar pelo Vigário João Ignácio de Albuquerque, que vindo de Cajazeiras, na Paraíba, foi quem para cá trouxe toda à família Modesto e daqui, um dos nossos, José Victor Modesto, foi quem fundou o Município de Araripina, além de existirem membros dessa família por toda parte do Brasil e do mundo. Acredito ser de suma importância buscar se desvendar com mais detalhes, fatores e fatos importantes de nossa história, inclusive a data exata da emancipação política de Buíque, que no meu entender, ainda não está bem esclarecida, gerando muitas dúvidas, inclusive no símbolo da bandeira municipal em que aparecem, a depender de quem esteja no poder ocasional de momento, datas diferenciadas de fundação, de elevação à condição de vila e da verdadeira emancipação, que para mim mesmo, ainda continua sendo um grande mistério e só com uma pesquisa mais minuciosa e detalhada é que se poderia realmente se voltar no tempo e se chegar a se desvendar de vez essa história ainda mal contada de nossa querida Buíque, inclusive explicado até os nomes de ruas de determinadas pessoas, o que foram e o que representam ou representaram para a nossa história, para virem a ser agraciados com um nome de rua.

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