NA VIDA
POLÍTICA É POSSÍVEL SERVIR SEM SER SERVIDO?
Não é possível a gente
iniciar uma narrativa sem ter que voltar lá atrás para buscar subsídios para
justificar ou explicar o presente. Por isso mesmo, quando de meus escritos,
sempre busco lá atrás, na minha infância, elementos integrantes de minha
formação moral e de sedimentação de meu caráter por toda a minha vida, para
desenvolver determinado assunto e, o tema hoje esposado, não poderia ser
diferente.
À bem da verdade, desde criancinha ainda, já começando a me
entender de gente, nunca fui uma criança ambiciosa, tinha meus desejos, meus
anseios de ter algum brinquedo, mas me contentava com uma bola de meia para
jogar futebol, coisa que nunca entrou na minha caixola (jogar futubel); também
me contentava em brincar com um rústico e chinfrim caminhãozinho de madeira, com
um monte de notas de papel de maços de cigarro para dizer que era dinheiro ou
com chimbras (bolinas de gude), jogando buraco com outros moleques, e tudo isto
me contentava o suficiente e não me importava brinquedos sofisticados, coisa
que só as crianças mais aquinhoadas da sorte eram capazes de possuir. Lanche no
horário de recreio na escola, nunca existiu, porque mal a gente tinha para às
refeições diárias e quando tinha, imagina levar um lanche para saciar à fome no
período de recreio escolar, hem! – Ficava por vezes a olhar alguns outros
meninos e meninas, deglutirem com gosto suas guloseimas, mas depois fazia de
conta que também houvera lanchado e, terminava à aula, voltava para casa e tudo
bem, findava por esquecer os infortúnios da vida, mas em alguns momentos,
chorava sozinho lá no meu cantinho, porque éramos esquecidos de Deus e não
sabia a razão ou como explicar, mas mesmo assim, aprendi no sofrimento, na dor,
no árduo trabalho, que a vida se sedimenta forte, quando a gente se pauta nesta
com o enfrentamento nas agruras que ela vem a nos impor, não necessariamente
nessa ordem, mas é assim que a gente pode se transformar numa verdadeira
madeira de lei de baraúna, em questões morais e de formação de caráter humanos.
Por toda minha vida sempre fui assim. Nunca fui de pedir
arrego a ninguém, coisa que nunca foi de meu feitio e por mais difíceis que
possam ter sidos determinados momentos, não me dobrei a quem não merece, porque
não fui moldado para ser mais um fraco no enfrentamento da vida. A gente em
determinadas circunstâncias, tem que ser ou aparentar ser uma fortaleza, senão
é engolido pelo que se dizem fortes neste mundo, quando na verdade, não passam
de meros canalhas, e desprezíveis seres humanos repugnantes, esta é a verdade.
Apesar de ter enfrentado muitos desafios e dificuldades por toda
minha vida, nunca fui de humilhar-me a quem quer que seja, e não é hoje, que
vou me passar para esse tipo de coisa. Continuo sendo a mesma fortaleza de
sempre, não em riquezas, poder econômico, poder político ou coisa que o valha,
mas em retidão de caráter e de moral, disto tenho certeza que tenho de sobra. Possuo
meus defeitos, isso porque, não existem pessoas perfeitas, mas acredito que
minhas qualidades são suficientemente grandes para cobrir os meus deslizes que
por acaso nesta vida tenha cometido.
A questão que pode até deixa alguém meio cético, é o fato de
que, na verdade, por toda minha vida, sempre procurei servir sem ser servido;
sempre busquei me doar mais sem receber nada em troca, então querem exemplo de
vida melhor do que este? – Na minha fase adulta de vida, sempre fui assim
também, nunca busquei tirar proveito de ninguém. No campo da política, nunca
foi diferente. Ajudei muitos políticos, fiz grandes campanhas no campo
jurídico, pois sem este, em muitas circunstâncias, poderá sequer existir uma
candidatura, e nunca recebi nada em troca, o que talvez tenha sido o meu
defeito. Ajudei políticos canalhas de Tupanatinga, de minha própria terra,
Buíque e nunca recebi um centavo pelo meu trabalho e na Pedra, um dos únicos
que cheguei a fazer um contrato para vigorar até um determinado período, depois
de eleito, até hoje ainda me deve, não passando também de mais um canalha do
meio distorcido da política. Então minha gente, quem viver a imaginar que eu
devo a qualquer que seja dessa laia política, está arredondamente enganado,
porque na verdade, são esses lacaios que me devem. Acaso fosse eu cobrar deles a
conta pelos de meus honorários pelos serviços que prestei, eles são quem ainda me
devem e muito mais do que eu a eles, por que nada deve a nenhum dessa corja,
nem mesmo favor. Outra mais, nomear como fui nomeado para carguinhos de merda,
ganhando por merecer, porém muito menos do que deveria, uma “merreca”, a mim
ninguém fez favor algum, porque do que recebi das municipalidades onde
trabalhei, prestei serviços em defesa de cada um dos municípios, principalmente
Tupanatinga e Buíque e, quem quiser averiguar, é só verificar as defesas que
fiz em todas as esferas da Justiça, inclusive administrativamente, então “não
comi ou recebi sem trabalhar”, porra nenhum!.- Não ganhei de graça e não devo
favor a nenhum calhorda desses que vivem a surrupiar dos cofres públicos, e
disso todo mundo sabe, porém como se trata de crime na denominada cifra
dourada, ninguém paga porra nenhum dos crimes que praticam à olhos vistos e em
pleno luz do dia, o que não dá para entender. Sei de muitos que nada fazem, nem
no lugar residem ou aparecem, mas todos os meses recebem os seus proventos, ou
será que estou falando de chorumelas? – Posso até dar nome aos bois.
Por isso mesmo é que posso bradar aos quatro cantos, que
nunca me servi de política ou de político picareta nenhum, muito pelo
contrário, sempre imaginei a política como um meio de servir ao povo sem se
servir, porém, os que vim a servir, infelizmente, para minha decepção, o que
mais fizeram foi se servirem do povo e pior, rindo e gozando da cara de todo
mundo, fazendo o povo de palhaço. O que nunca entendi em toda minha vida, é o
fato de que, mesmo sendo roubado escandalosamente, e disto todos tendo
conhecimento, o povo ainda chega a votar nesses calhordas, a mim me parece, ser
o mesmo que querer apanhar na bunda limpa até o sangue brotar e jorrar. É não
ter vergonha na cara e consciência de que, quando um político rouba do povo,
está tirando da saúde pública, provocando mortes por falta de médicos e de
atendimento; está tirando o dinheiro da educação e provocando o analfabetismo
e, via de consequência, transformando crianças e adolescentes em futuros
marginais e, se roubando do social, não se implementam programas de melhorias
de vida de nosso povo. Por isso mesmo é que acho um absurdo se roubar tanto, se
fazer pouco, se dizer que faz e rir da cara do povo quando está com o quengo
cheio de cana e mandar até o povo para a casa do caralho! – É isso mesmo o que
merece eleitor que não pensa duas vezes antes de votar em determinados
calhordas, esta é a verdade.
A questão é o povo entender que, quem gasta de oito a dez
milhões de reais numa campanha política e, durante quatro anos, não há o
retorno nem de dez por cento desse dinheiro investido, deveria de logo imaginar
que um político desse naipe, jamais vai estar com boas intenções. O que na
verdade ele quer, é ser eleito e roubar sempre mais do que não lhes pertence e
o povo, que se dane, vá mesmo para a casa do caralho, que é o que merece quem
não procura votar em quem faz jus ao voto do eleitor. Enquanto essa mentalidade
não mudar, nada pode ser mudado em nossa política e tem mais, se alguém quiser
formar uma terceira via, nessa mesma linha de gastar tufos de dinheiro para
ganhar uma eleição, pode acreditar que em nada dos que são os demais, vai mudar
não. Será o mesmo que trocar seis por meia dúzia, e só! - Será a cópia fiel de
quem já foi, então não dá para acreditar em quem assim quiser enfrentar uma
luta política, porque no meu entender, política não é a arte de se servir, mas
sim, de servir ao povo e quem já entra se dizendo diferente, mas querendo se
juntar com essa laia, jamais fará nada diferente disso que representa toda essa
bandalheira política. Agora pergunto, até quando isso vai durar, hem minha
gente?
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