Ainda cheguei a
assistir parte do debate dos senadores, na TV Senado, desse projeto de lei, que
cria o modelo de federação para a junção de partidos políticos por um período
de cada quatro anos. O que seria essa junção apontada nesse projeto, que foi
aprovado na noite de ontem, pelo Plenário do Senado? – Bem, pela proposta, os
partidos passarão a se unir em uma federação a nível nacional, como já citado,
pelo prazo de validade de quatro anos. Com isso, eles passarão a atuar com
identidade única, votando conjuntamente e obedecendo a uma mesma matriz
ideológica, não sendo mais possível que se unam para eleger um candidato e,
depois disso, venham a se desvincular e seguirem linhas políticas diferentes.
A vantagem nesse projeto aprovado ontem,
prevê que os candidatos unidos por uma federação, digamos assim, formados pelo
PSB, PC do B e DEM, se beneficiariam com os votos uns dos outros para
complementar o quociente eleitoral, mas isso não trás novidade nenhum, porque
já existe nas atuais coligações partidárias. A única questão, é que a partir da
formação da federação, por um período de quatro anos, todos tem
obrigatoriamente que seguir uma mesma matriz ideológica, ficando amarrados uns
aos outros, sem nenhum deles poder vir a se desvincular, podendo até, se assim
o quiserem, virem a se transformar num único partido maior, o que poderia
beneficiar partidos pequenos, beneficiar grandes partidos e até juntar os pequenos
num só saco de gatos, para medir forças com os grandes. Os grandes certamente
não teriam interesse em fazer essa espécie de federação, mas os partidecos de
alugueres, com certeza, teriam interesse em se formarem com os grandes partidos
porque aí sim, teriam vantagens agindo em bloco como se fora um único partido
político.
Como era natural, nos debates do
senado, o projeto causou polêmica, porque alguns senadores alegaram ser muito
rigoroso obrigar partidos a permanecerem quatro anos unidos em torno de uma
mesma linda de atuação, lembrando o senador paraibano, Cássio Cunha Lima, do
PSDB, que essa modalidade política, “vai acabar com a política municipal”, o
que poderá ser verdade, ou não, porque na verdade, partido em cidade de
interior, como ele mesmo deve saber, se faz na base do tapetão e partido e
nada, é a mesma coisa. Então que prejuízo poderá trazer essa federação nacional
para à política dos municípios, é o mesmo que trocar seis por meia dúzia. O que
poderá ocorrer, é alguns deles, esperando alguma vantagem do poderoso ocasional
do momento, perder força em não ver atendidas, seus pleitos a nível municipal,
porque se todos os partidos que se unirem nesse sistema de federação, em tendo que
agir dentro de uma mesma linha que será ditada pelo “coronelzinho” ocasional do
momento e por uma imposição nacional, porque o que vem de cima, terá que ser
acompanhado cá embaixo. Não acredito que esse projeto venha a beneficiar em
nada a tão prefalada reforma política de nosso país, muito pelo contrário, vai
embaralhar ainda mais, porque os partidos em bloco obrigatoriamente agindo como
se foram um unido partido, melhor seria deixar como está essa bandalheira, buscar
acabar com essa picaretagem de coligações para uns se beneficiarem com os votos
alheios, e criar a figura da candidatura independente, implantar o voto
distrital e aí sim, a gente já poderia vislumbra um início de reforma política
pra valer, mas isso, não muda em nada o que já existe em termos políticos. Na
verdade, essa de “reforma política”, é só mesmo para nossos políticos encherem
seus tempos com propostas inócuas e desnecessárias como essa apresentada e
aprovada na noite de ontem.
Acredito piamente que esse projeto de
reforma política de algaroba que estão fazendo no Congresso Nacional, se presta
tão-somente para encher linguiça e não resolve em nada a questão
político-partidária de nosso país, que pelo visto, vai mudar para ficar tudo
como está. Esse pessoal do Congresso Nacional, pelo visto, se elege na base da
compra de votos, do poder econômico, político e o escambau e ainda tripudia da
cara do eleitor, apresentando projeto que não tem a menor relevância para as
verdadeiras mudanças que a nossa política precisa para entrar nos eixos de
verdade como uma política dentro de padrões éticos e morais.
Venho acompanhado vez por outra, os
debates tanto na Câmara, quanto no Senado, mas pelo visto, o que se vê, a não
ser acaloradas brigas entre eles sem levar a lugar nenhum, é projetos de lei
sendo aprovados, a exemplo desse de federação de partidos políticos, que na
verdade não vai contribuir em nada para o aprimoramento da política e de sua
praxe, tampouco influência alguma vem a trazer para a forma de se fazer
política. Apenas vai obrigar um bloco partidário a ser fiel na marra a um
determinado político ou grupelho no poder de mando, mesmo que venha este a
contrariar tudo o que de mais ético deveria existir na política, tendo que
apoiar até mesmo a prática corruptiva desbragada que venha a ser praticada por
quem estiver na cabeça desse grupelho que resolveram denominar de “federação de
partidos”. Seria melhor denominar de federação de “quadrilheiros”. Por isso
mesmo, em termos de criatividade, nota zero para o senado e se acaso vier a ser
aprovado tal projeto na Câmara, zero dobrado também.
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