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sexta-feira, 17 de julho de 2015

O BOM LADRÃO


      No meu imaginário introspectivo desde tenra idade, “bom” ladrão, seria o tipo de sujeito que tirava dos ricos e dava aos pobres. A princípio não tinha conhecimento da existência do heroi de histórias em quadrinhos (HQ), que viveu na Idade Média, que diante das injustiças dos reis absolutistas em cobrar altos impostos dos pobres em benefício dos ricos, esse roubava dos ricos, em situação inversa, para reverter aos pobres e isso para mim, era o correto, porque ele fazendo uma justiça, só que a seu modo se ver as coisas. Esse heroi mítico era Robin Hood, um fora-da-lei que roubava da nobreza inglesa, para dar aos pobres, aos tempos do Rei Ricardo Coração de Leão. Sujeito habilidoso no arco e flecha, vivia escondido na floresta de Sherwood. De acordo com a história era ajudado por seus amigos, “João Pequeno” e “Frei Tuck”, entre outros moradores da floresta. Teria vivido no Século XIII e gostava de vaguear pela floresta e prezava à liberdade. Por suas proezas, ficou imortalizado como o “Príncipe dos ladrões”. Existido ou fruto da imaginação do povo tal qual o conhecemos, “Robin Hood” é, para muitos, um dos maiores herois da Inglaterra. Foi assim que surgiu esse heroi mítico e que até hoje domina o imaginário de muitos, principalmente, em questões de tese do “bom ladrão”. Essa figura também veio a se tornar imortalizada nos telões do cinema.
     Adaptando à história atual com essa existência mítica, à mentalidade de muita gente, acreditam muitos que, embora de forma esdrúxula e exagerada, de que o político que rouba mais faz, teria assim, como justificar o seu mau-caráter de ladrão, porque “rouba mais faz”, porque apesar de tirar o que é do povo, mesmo assim fez ou faz alguma coisa em seu favor, não sabendo que quem rouba, se apropria indevidamente por qualquer meio ou forma, nunca deixou de ser ladrão. Veja aí minha gente, a que ponto chegamos na inversão de valores no inconsciente coletivo de nosso povo e pior, muitos desses políticos, são quem vêm de verdade a ser eleitos nas eleições com uma votação surpreendente. Seriam estes os “Robin Hoods” do mundo moderno, que ao invés de roubarem dos ricos, terminam por surrupiarem do próprio povo, abocanham em torno da metade do que é do povo e para engabelar e se passar por bom moço, ou político “nota dez”, como muitos gostam de se autorrotular imerecidamente, por se acharem no direito por muito ter “trabalhado” em favor de sua gente, na verdade não passam mesmo, da mesma forma, que meros ladrões do que ao mesmo povo a quem governou ou governa, e que veio a lhes tirar grande parte de recursos públicos para o seu próprio bolso através de vários artifícios imorais. Por isso mesmo, na minha opinião, não há como justificar esse tipo de roubalheira, porque mesmo fazendo em nome do povo, ladrão é ladrão e não deve ter contemplação, assim como a justiça faz com um reles ladrão de galinhas, que em muitos casos rouba mais para matar à fome, do que por mera contumácia de se apropriar do que não lhes pertence. Do jeito que a justiça é eficiente para punir furtos ou roubos de bagatelas, deveria ser da mesma forma, para esses ladrões dos dinheiros públicos que tiram do povo à olhos vistos, em plena luz do dia, todo mundo disso tem conhecimento e pior, ninguém faz nada e ainda por tabela, engabela o povo, mostra uma performance retocada de “bom ladrão” e torna-se eleito pelo povo assaltando tantas vezes quanto queira.
  Em um estado enorme como São Paulo, isso vem acontecendo escancaradamente desde a época do governador Ademar de Barros, que era um político benquisto, foi eleito diversas vezes em vários cargos políticos, mas nunca deixou de ser conhecido como mais um “heroi” do “rouba mais faz” e muita gente, com a maior cara de pau, ainda acha que isso está certo, sob a justificativa de que, “ah!, esse pelo menos fez alguma coisa; pior é quem rouba e nada faz”, como se roubar, minha gente, fosse uma regra, quando na realidade, no meu entender, ladrão é ladrão, nada mais que isto. Também nessa mesma linha seguem vários outros políticos, em todo nosso país, do qual um dos que se encontram vivos e ainda continua em destaque, é Paulo Salim Maluf, que da mesma forma que Ademar de Barros, mesmo tendo sido preso, não poder sair do país que é pego pela INTERPOL, com uma montanha de processos nas costas, ainda assim, é deputado federal eleito com uma margem de 500 mil votos do povo paulistano e mesmo com a denominada Lei da Ficha Lima, continua deputado federal. Aí fico matutando a me indagar, que povo da porra é esse que ainda continua a eleger um pilantra desse naipe, hem minha gente? – É Maluf mais um “Rogin Hood às avessas, ou o quê? – Quando o povo vai entender que tanto faz ladrão rico ou pobre, praticou o crime, por imperativo da letra da lei penal, jamais deixará de ser ladrão, hem?
     Só sei que na minha concepção de visão de mundo, não contempla esse tipo de ladrão, do “rouba mais faz” e “pior é quem rouba e nada faz”. No meu entendimento e na correta interpretação da lei, ambos são ladrões, pouco importando se fez ou deixou de fazer. A questão desse inconsciente coletivo de inversão de valores, do ponto de vista de valores morais, éticos e de caráter humano, jamais vai entrar na minha cachola como politicamente correto, porque nunca foi e jamais será. Quem assim age, não tem boquinha não senhor, é ladrão mesmo! – Por que se prende ligeirinho um mero ladrão por uma tentativa frustrada de furto, como ocorreu recentemente aqui mesmo em Buíque, em que um jovem bêbado a ponto de sequer saber o que estava fazendo, tentou escalar um muro de uma residência para tentar roubar uma galinha, não consegui seu intento, porque no estado elevado de etilidade em que se encontrava, terminou dormindo dentro do próprio muro da residência e, acionada à polícia, sem contemplação foi preso, recambiado de imediato para o Presídio Roque de Brito Alves em Arcoverde e lá permaneceu ainda por cerca de mais de dez dias. Solto, não teve conversa, chegou a ponto de vir andando à pés, de Arcoverde à Buíque, porque sequer tinha seis reais para pagar uma lotação, tendo de lá saído por volta de três horas da tarde e aqui chegando por volta de mais de oito horas da noite. Quer dizer, para alguém que nunca roubou ninguém, não se tem contemplação, é preso, humilhado, judiado e levado às masmorras de uma prisão entupida de marginais periculosos, enquanto que, ladrões de alto escalão, principalmente os que estão nas cifras douradas (nível bonito para o ladrão de colarinho branco do tipo político pilantra, né mesmo gente!), ninguém vê nenhum mala na cadeia e, pior, ficam por aí rindo da cara do povo e sequer dando bolas para as autoridades ou para à justiça, que vão levando na base do banho-maria e até patrocinando as suas defesas na montanha de processos a que respondem, pagando honorários advocatícios, com o próprio dinheiro do povo e ainda assim, o povo acha que o “bom ladrão” é um bom político. Sinceramente, pobre povo que pensa às avessas do que deveria ser e do que realmente é, coisa que ainda estamos longe de alcançar, a pensar da maneira como muitos ainda pensam. No meu entender, lugar de ladrão é atrás das grades vendo o sol nascer quadrado. Agora um mero ladrão de galinhas, pela desimportância do furto ou roubo, geralmente de bagatela, não merece sequer ser preso, porque isso é questão a ser resolvida a nível de delegacia de polícia, e não se levar para presídio, justiça, o que só vem a ocupar um aparato estatal e se gastar dinheiro público, de forma irrazoável e desnecessária, esta é a verdade, não havendo o que se discutir nessa inversão de valores que vem assolando o nosso país e como uma praga pestilenta, pelo visto jamais vai ter um basta ou um fim de vez. Nessa política do BOM LADRÃO, camaradas, que me desculpem, tô fora!

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