No meu
imaginário introspectivo desde tenra idade, “bom” ladrão, seria o tipo de
sujeito que tirava dos ricos e dava aos pobres. A princípio não tinha
conhecimento da existência do heroi de histórias em quadrinhos (HQ), que viveu na
Idade Média, que diante das injustiças dos reis absolutistas em cobrar altos
impostos dos pobres em benefício dos ricos, esse roubava dos ricos, em situação
inversa, para reverter aos pobres e isso para mim, era o correto, porque ele
fazendo uma justiça, só que a seu modo se ver as coisas. Esse heroi mítico era
Robin Hood, um fora-da-lei que roubava da nobreza inglesa, para dar aos pobres,
aos tempos do Rei Ricardo Coração de Leão. Sujeito habilidoso no arco e flecha,
vivia escondido na floresta de Sherwood. De acordo com a história era ajudado
por seus amigos, “João Pequeno” e “Frei Tuck”, entre outros moradores da
floresta. Teria vivido no Século XIII e gostava de vaguear pela floresta e
prezava à liberdade. Por suas proezas, ficou imortalizado como o “Príncipe dos
ladrões”. Existido ou fruto da imaginação do povo tal qual o conhecemos, “Robin
Hood” é, para muitos, um dos maiores herois da Inglaterra. Foi assim que surgiu
esse heroi mítico e que até hoje domina o imaginário de muitos, principalmente,
em questões de tese do “bom ladrão”. Essa figura também veio a se tornar
imortalizada nos telões do cinema.
Adaptando à história atual com essa
existência mítica, à mentalidade de muita gente, acreditam muitos que, embora
de forma esdrúxula e exagerada, de que o político que rouba mais faz, teria assim,
como justificar o seu mau-caráter de ladrão, porque “rouba mais faz”, porque
apesar de tirar o que é do povo, mesmo assim fez ou faz alguma coisa em seu
favor, não sabendo que quem rouba, se apropria indevidamente por qualquer meio
ou forma, nunca deixou de ser ladrão. Veja aí minha gente, a que ponto chegamos
na inversão de valores no inconsciente coletivo de nosso povo e pior, muitos
desses políticos, são quem vêm de verdade a ser eleitos nas eleições com uma
votação surpreendente. Seriam estes os “Robin Hoods” do mundo moderno, que ao
invés de roubarem dos ricos, terminam por surrupiarem do próprio povo,
abocanham em torno da metade do que é do povo e para engabelar e se passar por
bom moço, ou político “nota dez”, como muitos gostam de se autorrotular
imerecidamente, por se acharem no direito por muito ter “trabalhado” em favor
de sua gente, na verdade não passam mesmo, da mesma forma, que meros ladrões do
que ao mesmo povo a quem governou ou governa, e que veio a lhes tirar grande
parte de recursos públicos para o seu próprio bolso através de vários
artifícios imorais. Por isso mesmo, na minha opinião, não há como justificar
esse tipo de roubalheira, porque mesmo fazendo em nome do povo, ladrão é ladrão
e não deve ter contemplação, assim como a justiça faz com um reles ladrão de
galinhas, que em muitos casos rouba mais para matar à fome, do que por mera
contumácia de se apropriar do que não lhes pertence. Do jeito que a justiça é
eficiente para punir furtos ou roubos de bagatelas, deveria ser da mesma forma,
para esses ladrões dos dinheiros públicos que tiram do povo à olhos vistos, em
plena luz do dia, todo mundo disso tem conhecimento e pior, ninguém faz nada e
ainda por tabela, engabela o povo, mostra uma performance retocada de “bom
ladrão” e torna-se eleito pelo povo assaltando tantas vezes quanto queira.
Em um estado enorme como São Paulo,
isso vem acontecendo escancaradamente desde a época do governador Ademar de
Barros, que era um político benquisto, foi eleito diversas vezes em vários
cargos políticos, mas nunca deixou de ser conhecido como mais um “heroi” do “rouba
mais faz” e muita gente, com a maior cara de pau, ainda acha que isso está
certo, sob a justificativa de que, “ah!, esse pelo menos fez alguma coisa; pior
é quem rouba e nada faz”, como se roubar, minha gente, fosse uma regra, quando
na realidade, no meu entender, ladrão é ladrão, nada mais que isto. Também
nessa mesma linha seguem vários outros políticos, em todo nosso país, do qual
um dos que se encontram vivos e ainda continua em destaque, é Paulo Salim
Maluf, que da mesma forma que Ademar de Barros, mesmo tendo sido preso, não
poder sair do país que é pego pela INTERPOL, com uma montanha de processos nas
costas, ainda assim, é deputado federal eleito com uma margem de 500 mil votos
do povo paulistano e mesmo com a denominada Lei da Ficha Lima, continua
deputado federal. Aí fico matutando a me indagar, que povo da porra é esse que
ainda continua a eleger um pilantra desse naipe, hem minha gente? – É Maluf
mais um “Rogin Hood às avessas, ou o quê? – Quando o povo vai entender que
tanto faz ladrão rico ou pobre, praticou o crime, por imperativo da letra da
lei penal, jamais deixará de ser ladrão, hem?
Só sei que na minha concepção de visão
de mundo, não contempla esse tipo de ladrão, do “rouba mais faz” e “pior é quem
rouba e nada faz”. No meu entendimento e na correta interpretação da lei, ambos
são ladrões, pouco importando se fez ou deixou de fazer. A questão desse
inconsciente coletivo de inversão de valores, do ponto de vista de valores
morais, éticos e de caráter humano, jamais vai entrar na minha cachola como
politicamente correto, porque nunca foi e jamais será. Quem assim age, não tem
boquinha não senhor, é ladrão mesmo! – Por que se prende ligeirinho um mero
ladrão por uma tentativa frustrada de furto, como ocorreu recentemente aqui
mesmo em Buíque, em que um jovem bêbado a ponto de sequer saber o que estava
fazendo, tentou escalar um muro de uma residência para tentar roubar uma
galinha, não consegui seu intento, porque no estado elevado de etilidade em que
se encontrava, terminou dormindo dentro do próprio muro da residência e,
acionada à polícia, sem contemplação foi preso, recambiado de imediato para o
Presídio Roque de Brito Alves em Arcoverde e lá permaneceu ainda por cerca de
mais de dez dias. Solto, não teve conversa, chegou a ponto de vir andando à
pés, de Arcoverde à Buíque, porque sequer tinha seis reais para pagar uma
lotação, tendo de lá saído por volta de três horas da tarde e aqui chegando por
volta de mais de oito horas da noite. Quer dizer, para alguém que nunca roubou
ninguém, não se tem contemplação, é preso, humilhado, judiado e levado às
masmorras de uma prisão entupida de marginais periculosos, enquanto que,
ladrões de alto escalão, principalmente os que estão nas cifras douradas (nível
bonito para o ladrão de colarinho branco do tipo político pilantra, né mesmo
gente!), ninguém vê nenhum mala na cadeia e, pior, ficam por aí rindo da cara
do povo e sequer dando bolas para as autoridades ou para à justiça, que vão
levando na base do banho-maria e até patrocinando as suas defesas na montanha
de processos a que respondem, pagando honorários advocatícios, com o próprio
dinheiro do povo e ainda assim, o povo acha que o “bom ladrão” é um bom
político. Sinceramente, pobre povo que pensa às avessas do que deveria ser e do
que realmente é, coisa que ainda estamos longe de alcançar, a pensar da maneira
como muitos ainda pensam. No meu entender, lugar de ladrão é atrás das grades
vendo o sol nascer quadrado. Agora um mero ladrão de galinhas, pela
desimportância do furto ou roubo, geralmente de bagatela, não merece sequer ser
preso, porque isso é questão a ser resolvida a nível de delegacia de polícia, e
não se levar para presídio, justiça, o que só vem a ocupar um aparato estatal e
se gastar dinheiro público, de forma irrazoável e desnecessária, esta é a
verdade, não havendo o que se discutir nessa inversão de valores que vem
assolando o nosso país e como uma praga pestilenta, pelo visto jamais vai ter
um basta ou um fim de vez. Nessa política do BOM LADRÃO, camaradas, que me
desculpem, tô fora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário