PASSANDO A LIMPO
SÉRIE BLOG DE ENTREVISTAS COM MANOEL
MODESTO
O Blog do Manoel Modesto, dando sequência à
SÉRIE DO BLOG DE ENTREVISTAS, teve uma conversa desta vez, com o atual prefeito
de Lajedo-PE, Rossine Blésmany, que vem desenvolvendo um trabalho
administrativo louvável no município lajedense, onde se elegeu prefeito pela
primeira vez, com uma votação recorde, nas eleições de 2012, desbancando
políticos tradicionais daquele município do Agreste pernambucano, localizado na
Microrregião de Garanhuns. Lajedo é um município com uma área de 189,09 km2 e
com uma população estimada em 2014, de acordo com fontes do IBGE, de 38.898
habitantes. Este entrevistador, conheceu Rossine Blésmany, quando morou em
Pesqueira, terra de origem do prefeito lajedense, trabalhando na Justiça do
Trabalho e depois, quando veio a estudar Direito em Caruaru, onde chegamos a
viajar no mesmo meio de transporte, e de ainda chegarmos a pagar algumas
cadeiras juntos. A partir dessa relação nos tornamos amigos e eu, segui o meu
caminho, tendo Rossine Blésmany, rumado um outro, chegando a ser aprovado em
concurso público de Delegado de Polícia Civil de Pernambuco e, vindo a
trabalhar em Lajedo, o que me chamou a atenção, foi saber que ele tinha sido
eleito prefeito nas eleições de 2012, o que me deixou lisonjeado por um amigo
ter sido eleito prefeito, numa cidade diversa da de sua origem, razão pela
qual, de nossa conversa para que ele nos explique como foi que a política
entrou em sua vida, principalmente, numa terra diferente de sua Pesqueira.
Vamos então às perguntas:
P – MM – Nobre amigo Rossine
Blésmany, em nossas muitas conversas, quer em Pesqueira, na vara do Trabalho,
nos encontros que sempre tivemos com a família dos “bananeiras”, ou em nossas
viagens para Caruaru, quando fazíamos Direito, nunca percebi em você, essa
tendência política. Como foi que a política chegou até você ou você foi até ela?
R – RB – Meu
nobre amigo Manoel Modesto, inicialmente quero dizer que para mim é uma alegria
e uma honra ser entrevistado por um amigo de longas datas como você. Você tem
toda razão quando diz que não percebia tendência política em minha pessoa, pois
eu também nunca me imaginei sendo político. Ingressei na política no ano de
2008, como candidato a vereador, a convite do ex-prefeito e ex-deputado
estadual Adelmo Duarte e de outras lideranças de Lajedo, dois anos depois de
ter trabalhado aqui como delegado de polícia.
P – MM – Uma das coisas que me
deixou impressionado, foi o fato de você ter vindo a cair na graça do povo e chegar
a ser eleito prefeito com uma votação recorde, de mais de 3,4 mil votos de
vantagem contra seu opositor, inclusive desbancando políticos tradicionais,
numa cidade diferente da que você nasceu, Pesqueira. Como foi essa fórmula
mágica de se tornar uma pessoa benquista, uma liderança política forte,
justamente fora de sua terra natal?
R – RB – Acredito que a
quantidade recorde de votos foi fruto de vários fatores. Quando fui delegado de
Lajedo minha atuação foi muito elogiada por todos os setores da sociedade,
inclusive pelos meus hoje adversários, a família Dourado. Em 2008 fui eleito
vereador e tive uma atuação diferente, abri um escritório para ouvir o povo e
fazia meus requerimentos e projetos baseados nas necessidades da cidade. Meus
adversários, a família Dourado, já estavam no poder há 16 anos e com uma
rejeição popular muito grande. E o principal, minha candidatura à prefeito teve
o apoio de um número grande de lideranças políticas e de setores diversos da
sociedade.
P – MM – Lajedo é um município que tem apenas 189,09 km2 de área, uma população
de cerca de 39 mil habitantes, e fica a 196 km de distância da capital
pernambucana. Quais são as principais fontes de renda do município e como você
tem feito para procurar fazer uma administração, que pelo que dá para se notar,
vem agradando ao povo lajedense?
R – RB – A
principal fonte de renda da prefeitura de Lajedo, assim como na grande maioria
de cidades pequenas, é o FPM. As prefeituras estão passando por uma grande
crise financeira. Acredito que o que tem nos ajudado muito a ter o apoio
popular é o fato de estar sempre consultando a população sobre os investimentos
que consideram prioridade e atuar com transparência, mostrando a situação
financeira e o que dar pra fazer com tão poucos recursos.
P – MM – O IDEB de Lajedo, chegou a um patamar acima de 6.0, tendo atingido a
meta de 2021, porém o IDH está em 0,611, mesmo assim, ainda é considerado em
nível médio. Como você tem conseguido esse ótimo índice para a educação básica
lajedense, e quais são as políticas sociais que você vem buscando implementar
para a melhoria do índice de desenvolvimento humano? – Quais as políticas principais
adotadas na administração pública, que outros gestores não conseguem fazer o
mesmo? - Qual o seu diferencial?
R – RB – Sou uma pessoa consciente de que ninguém consegue
crescer sozinho e em todos os eventos faço questão de dizer que o sucesso da
nossa gestão não está em mim e sim nos servidores municipais, pois são eles que
executam todo o trabalho e que o patrão deles não sou eu, e sim o POVO. Além de
implantar e investir em programas sociais como CRAS, CREAS, CAPS, PATRULHA
MIRIM, CASA DA JUVENTUDE, CASA DA MÃE CORUJA, CONSELHO TUTELAR, COORDENADORIA
DA MULHER, ABRIGO PARA CRIANÇAS DE RUA, nós temos um secretariado atuante e
popular, que sempre participam de reuniões com a população.
P – MM – Lajedo tem um número de eleitores em torno de um pouco mais de 27 mil
inscritos na Justiça Eleitoral, porém na última eleição, só comparecem às urnas
em torno de 22 mil, entretanto você conseguiu transferir para o seu candidato à
federal, André de Paula, mais de 8 mil votos. Como você conseguiu essa proeza,
se noutros municípios com mais eleitores inscritos, ele não chegou nem à metade
desses votos, a exemplo de meu município, Buíque?
R – RB – Desde
quando começou a andar em Lajedo, no ano de 2011, André de Paula caiu nas
graças do povo, homem sério, porém simples, muito atencioso e que passa
segurança e confiança pra todos. Eu acredito que a votação que um prefeito dá a
um deputado depende de duas coisas, do histórico do deputado e da credibilidade
que o prefeito tem junto à população.
P – MM – Vi nos blogues e redes sociais, que você numa audiência pública
realizada recentemente sobre segurança pública para o seu município, conseguiu
reunir mais de 4 mil pessoas. Como você faz para que o povo se faça presente
quando de seu chamamento, para discutir problemas de interesses de toda
população, reunindo inclusive, num só local, numa mesma mesa, até mesmo a
oposição ao seu governo?
R – RB – Desde o início de minha recente
carreira política eu digo a todos que quem manda numa cidade é o POVO, prefeito
é apenas um gerente escolhido pelo povo. Partindo dessa premissa eu sempre
convido e incentivo a população para participar de debates sobre obras, investimentos
e/ou dificuldades do município, e foi o que fiz com relação à audiência pública
sobre violência e segurança pública, que é um tema muito importante e muito
presente na vida das pessoas, convidei a população e ao final da reunião
combinamos de fazer uma CARTA ao governo do Estado e ao Congresso Nacional,
solicitando investimentos e mudança na política de segurança pública.
P – MM – Como administrador da
coisa pública de seu Município, você procura seguir rigorosamente o que
preceitua o art. 37 da Constituição Federal, buscando sempre agir dentro do que
manda esse mandamento constitucional, ou é do tipo populista, que busca fazer,
porém sem justificar os meios?
R – RB – Eu defendo a tese que todo mundo tem obrigação de
cumprir as leis e nós prefeitos mais ainda, pois somos responsáveis por toda população
de uma cidade. Quando é preciso eu digo a aliados e ao povo em geral que eu
entrei na política para fazer o que o povo e a cidade precisam dentro da
legalidade.
P – MM – Você pelo visto, sempre tem sido presente junto ao povo lajedense que
o acolheu e o elegeu prefeito, desde o dia em que assumiu. Isso é uma postura
para quem pretende um segundo mandato, ou o “Rossine Blésmany político”, é
assim mesmo, sempre presente e junto de seu povo.em quaisquer circunstâncias? –
Num provável segundo mandato, você vai se portar da mesma forma, ou
desaparecer, como muitos fazem?
RB -
.Eu sei que infelizmente alguns prefeitos e outros políticos realmente
desaparecem depois de eleitos, mas lhe garanto que não é da minha personalidade
nem do meu caráter esse tipo de mudança de atitude. Eu moro na mesma casa que
morava antes de ser político e num provável segundo mandato de prefeito vou
continuar morando na mesma casa, fazendo reuniões com o povo, trabalhando e
cuidando da cidade com a mesma boa vontade que faço hoje.
P – MM – Aí sempre foi uma terra de políticos de projeção estadual. Você no
futuro pretende galgar algum espaço, um voo mais alto, por exemplo, uma
candidatura à deputado estadual?
R – RB – Eu
não entrei na política pensando em fazer carreira política e isso não está nos
meus planos. Aceitei o desafio de ser prefeito porque como morador de Lajedo,
cansei de ver o povo e a cidade sendo tão maltratados pelo grupo político da
família Dourado.
P – MM – Sua terra de nascença,
Pesqueira, que tenho muita consideração por já ter morado naquele chão por
cerca de dez anos, onde fiz fortes ligações afetivas e grandes amizades, você
que tem raízes fincadas naquela que se chama também, a Atenas do Sertão, não
almeja um dia vir a ser prefeito de sua própria terra? – Acalentas esse sonho
em sua vida?
R – RB
– Não. De forma alguma. Não
quero fazer de prefeito uma profissão. Eu aceitei ser prefeito de Lajedo por
que o povo estava precisando de uma administração séria, honesta e
transparente. O povo de Lajedo me adotou como filho da terra e não pretendo
trocar Lajedo por nenhuma outra cidade. Além do mais, Pesqueira é uma cidade
que tem muitas pessoas de bem, que moram na cidade e que podem dar bons
prefeitos.
P – MM – Como você está vendo a política nacional e como tem buscado
administrar os recursos financeiros dos repasses obrigatórios federais, que
muitos prefeitos reclamam, porém, mesmo assim, muito dinheiro vem sendo
religiosamente repassado para os municípios? – Você é daqueles que vive
reclamando demais ou buscando agir categórica e firmemente para correr atrás de
mais recursos para o seu município?
R – RB – Os
prefeito têm razão de reclamar, pois o governo da presidente Dilma tem atrasado
o repasse de muitos recursos para os municípios. Mas costumo dizer que ficar só
reclamando não adianta. Num momento de crise é preciso cobrar, apresentar
projetos bons, correr atrás de outras alternativas, pedir apoio dos deputados,
ter criatividade. Aqui em Lajedo tem muitos programas federais que só não
pararam porque os estamos mantendo com recursos próprios, tendo em vista que o
governo federal atrasa os repasses vários meses.
P – MM – Pelo que se pode notar, sua administração tem sido exemplar. Que
receita você daria para seus pares, para acertarem em suas administrações, sem
precisar se apropriarem indevidamente daquilo que ao povo pertence? – Que
recado você daria para os mais jovens e que desejam entrar na política? – Nos
moldes como estão as coisas no Brasil e no mundo, nessa ideologia filosófica
negativista, de sempre se tirar vantagem de tudo e de todos, vale à pena ser um
político honesto? - Você se considera um político que age dentro da cartilha da
legalidade administrativa?
R – RB – Agradeço
suas palavras elogiosas, mas, apesar de saber que nosso governo melhorou em
MUITO a administração do município e a vida do povo, eu ainda quero melhorar
muito mais. A quem pretende entrar na política eu aconselho a só entrar se for
pra fazer o bem ao povo e não pra tentar se dar bem, pois o povo brasileiro vem
sofrendo demais com os maus políticos. Pra quem tem caráter e boa índole, ser
honesto, mais do que valer a pena, é obrigação.
Bem
minha gente, mais uma vez, a SÉRIE BLOG DE ENTREVISTAS COM MANOEL MODESTO - PASSANDO A LIMPO,
achou por bem entrevistar um cidadão, que por fatores circunstâncias da vida da
gente, cheguei a conhecê-lo de perto e por isso mesmo, achei por bem
entrevistá-lo não como àquele jovem serventuário de Justiça da Vara da Justiça
do Trabalho de Pesqueira, ou como Delegado de Polícia Civil de Pernambuco, mas
sim, como político e Prefeito do Município de Lajedo, por vir fazendo uma
administração exemplar e por ter desbancado daquela terra, políticos que já
estavam fincados há quase duas décadas no poder, e ele, mesmo sendo filho de Pesqueira,
lá chegando, através de seu bom trabalho como autoridade policial civil e, ao
entrar na política como vereador, tendo realizado um trabalho exemplar num
lugar onde conseguiu captar a partir de então, a ponto de vir a conquistar a simpatia daquele povo, que
está sob o seu comando, o que o faz se considerar como sendo da mesma terra,
como acontece com muitas pessoas e, pelo sucesso que vem sendo a sua
administração em favor do povo de Lajedo, que segundo ele, quem manda nos
destinos daquela terra é o seu povo, sendo ele, na condição de prefeito, diz qaue é apenas
um gerente do que ao povo pertence, buscando sempre governar junto com o povo o
qual representa e democraticamente, implantar o programa de levar à prefeitura aos bairros onde vem se reunindo diretamente com o povo para que este venha a apontar as prioridades que desejam que sejam implantadas. Agradeço de coração ao camarada Rossine Blésmany pela sua
atenção em me conceder essa enriquecedora entrevista, e por ser um prefeito que
sempre se faz presente junto de seu povo, o que não acontece com muitos, que depois de eleitos, esquecem do próprio povo que lhes outorgou um efêmero mandato popular. Parabéns prefeito Rossine Blésmany!
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