Sabe-se
perfeitamente e com clareza estelar, que farrar na vida é bom demais, mas nem
sempre a farra em si, é bom durante toda à vida e a vida toda. Muitos se
esbaldam em farras, não tem hora para começar, tampouco tempo para terminar,
mas o que muitos não sabem é os danos que no geral advém das tantas farras que
se fez ou na vida se faz. Mas o fato é que ninguém pode viver de arrependimentos
pelo que fez ou deixou de fazer. Quando se chega em determinado momento da
vida, nada mais interessa, esta é a verdade.
Quando
se atinge um determinado estágio da vida da gente, que por mais que tenhamos
farrado, nos divertido sem causa alguma, tomado todas na vida, andado na
boemia, nos cabarés, enfim por tudo que se possa imaginar, nem sempre isso vem
a ser de todo positivo no decurso do nosso viver, pelo simples fato, de que, ao
invés de termos buscado fazer outras coisas mais importantes na vida, muitos de
nós nos perdemos nas farras homéricas e muitas chances e oportunidades passam
pela a gente e terminamos por nunca mais vir a recuperar o que poderíamos ter
feito, ter conquistado e perdemos de vista no avanço do tempo e este, cruel e
impiedoso que é, não volta jamais para lhes dar uma nova chance na vida. Não
que devamos viver de lamentos pelo que fizemos ou deixamos de fazer, afinal de
contas, o que está feito não poderá jamais ser desfeito. É o mesmo que alguém
impensadamente tirar a vida de alguém, depois vir a se arrepender do grande mal
que fez e aí, camaradas, já é tarde demais, não há como voltar o tempo ao status quo ante. O que passou não tem
mais volta. Só consequências danosas, que se tem para enfrentar e pronto e,
quando muito, pelo mal que veio a causar a alguém, pode até mesmo vir a perder a
sua própria vida.
Sabemos
que a vida é permeada por emboscadas, muitas das quais, nestas se cai,
voluntariamente, sabendo que não é o caminho correto a ser seguido, mesmo
assim, não dominamos nossa mente em determinadas ocasiões, nossa vontade, e
terminamos por enveredar por algum caminho jamais por nós pensado ou imaginado,
mesmo assim, somos capazes de seguir um caminho que não fora jamais o querido
por qualquer um de nós. Quando a gente reconhece, sai fora antes do tempo,
outros só chegam a percorrer esse caminho no campo da imaginação, mas muitos
quando entram não têm mais como sair, porque chegam a um ponto de atolamento
que não há como mais voltar atrás no tempo. Como se sabe perfeitamente, o tempo
não volta e não perdoa ninguém. Pode até consertar, agora, perdoar, jamais.
É assim que vivemos várias fases de nossas vidas e cada coisa a seu tempo.
Até mesmo em questão de virilidade, de intensidade de se amar com chamas
ardentes, tudo isso passa. Claro que pode até existirem as exceções, mas a
grande maioria, que ninguém é hipócrita, sabe perfeitamente que para tudo tem o
seu devido tempo e como senhor da razão e de sua imperatividade com a vida, este
é implacável, não dá trégua a ninguém e, menos dia, mais dia, todo mundo tem o
seu momento de atravancar a máquina vital e não mais se movimentar. É o dia D
final que é chegado para cada um de nós. Pode até ser que ele seja abreviado,
mesmo que o sujeito nada tenha aproveitado da vida e aí, por um acidente de
percurso qualquer, se vai antes de viver e isso, não se pode dizer proveitoso
para quem se foi em circunstâncias tais. Uns acreditam ser a vontade do
Criador, mas na verdade, está mais para um acidente de percurso do viver.
Por
isso mesmo é que, quem bem souber mesmo, o que deve fazer, é farrar o quanto
puder e tirar o máximo proveito que a vida pode oferecer, porque depois de
determinado momento, quando ninguém volta a ser o mesmo menino, que apesar de
viver para o sempre dentro de cada um, na verdade, àquele não voltará jamais.
Para isso, não tem mágica, volta do tempo, coisíssima alguma, apenas o fato de
que, o que se foi não se pode ser jamais, principalmente quando estamos
chegando ao topo do encurtamento da vida, até quando dois pontos se encontram e
aí, tudo para e nada mais funciona em nossa máquina que nos dá vida e
movimento. É o dia de nunca mais suspirar, sorrir, chorar, pensar ou nada mais
fazer. Chegou o eternamente em berço esplêndido de uma bela cova de sete palmos
e pronto. Acreditamos que a partir daí, para uns há um novo recomeço, já para
outros, tudo se findou, terminou, acabou como fumaça e pronto. O mundo da
escuridão tenebrosa chegou e pronto. Estou mais quedado para essa última
possibilidade, apesar de às vezes, pensar se a vida é assim, o nada vezes nada
depois da morte, qual é a razão de simplesmente viver por viver, hem? – É um
questionamento que faço e não se separa do meu eu, que apesar do tempo vivido,
ainda não consegui entender ou ter uma visão de outra forma, apesar de muitas
tentativas infrutíferas, mas sou assim mesmo, que fazer?
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