NOITE LINDA, DE FRIO CORTANTE
Manoel Modesto
Não há nada mais
excitante
Que numa noite
qualquer
Quando dominada por
frio enebriante
Se envolve num
perfume de mulher, que tudo quer.
Quer doar
sutilmente o belo corpo
De um relampelar de
seus lindos olhos
Vem um convite com
tom de suave sopro
A mergulhar nas
belas curvas de teus rios.
Vem aí uma noite de
frio cortante
Onde o amor singelo
vai brotar
De teus lábios o
convite mais fumegante
E uma noite
caliente, adentro a nos amar.
Coisa na vida mais
fenomenal pode não haver
O remexer como nas
ondas infindas de um mar
Todos os desejos a
gente imagina poder ter
Até que tudo venha
a se esvoaçar.
Quão noites
perdidas tanto amei
Talvez não assim
jogadas ao leu
Tudo foi muito bom
e eu gostei
E nada se perdeu
entre mar e céu.
As lembranças ainda
estão vivas em min’alma
Como chamas ardentes
que ardem meu corpo
Nada ainda me trás a
calma
Quando vem àquele
olhar sedento de teu rosto.
Por isso mesmo em
tais noites
De fino e cortante
frio
Vem lembranças de
belos açoites
Que se foram na
imensidão da vida sem brio.
Como ainda sinto
frio e calor
Não posso esquecer
que certo dia
Este ser que pouco
ou muito deu amor
Tudo vem à mente
numa tênue noite fria.
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