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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
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sábado, 15 de agosto de 2015

ESTAMOS MESMOS ABANDONADOS POR COMPLETO, ATÉ MESMO AS CASAS DO JUIZ E PROMOTOR ESTÃO AOS DESTROÇOS!


   No nosso Buíque de um tempo passado, aqui a gente costumava dizer que existiam somente quatro autoridades de respeito, o Prefeito, o Juiz de Direito, o Delegado de Polícia e o Padre, como nas demais cidades interioranas. Até mais ou menos a década de final de 90, ainda podia se perceber que pelo menos Juiz de Direito morava em Buíque. De lá para cá, a coisa desandou de tal maneira, que nem prefeito passou a residir em nossa cidade e se tem residência, mesmo para os que são barrigas-pretas, esta é somente para dizer que tem, que mora em seu lugar, por que na maior parte do tempo passa cuidando de seus interesses pessoais noutros lugares, em farras homéricas e gozando à vida como bem quer, que ninguém é de ferro com o “trabalho” estafante de ser prefeito dum lugar. A partir do ano dois mil, isso passou a ser uma regra. Prefeito, lá alguma vez e assim mesmo, às escondidas do povo, aparecia por aqui; Juiz de Direito e Promotor, passaram a não mais morar em Buíque e o padre, ninguém sabe, a não ser pastores de algumas ordenações evangélicas, que se encontra em qualquer esquina, é que ainda se pode encontrar, de resto, é como perna de cobra. O maior problema é do Judiciário do Município, que com esse descompasso existem hoje cerca de nove mil processos acumulados e pouco ou quase nada, apesar do esforço do atual magistrado, saem do lugar.
  O mais interessante em tudo isso, o que a mim me parece uma tragicomédia, é que na cidade existem duas casas para os juízes e promotores de Justiça, só que, pelo abandono voluntário do Tribunal de Justiça, pelo descaso, sem promover a devida conservação dos imóveis, se encontram estes, completamente abandonados, semi-destruídos, paredes com rebocos destroçados e caindo, o matagal e ervas daninhas, tomando conta do interior das residências, fazendo com que as mesmas no momento atual, se encontrem sem as mínimas condições de moradia para quem quer que seja, a não ser algum sem-teto, que mora até embaixo de uma ponte. As residência, para à época em que foram construídas, eram pomposas, hoje para que venha a abrigar um juiz ou um promotor de justiça, devem praticamente ser reconstruídas e ampliadas, porque estão sem a menor condição de abrigar alguém da magnitude dos respectivos cargos.
  Como sempre ocorreu antes do ano dois mil, o certo mesmo era o juiz de direito, o promotor de justiça, o delegado de polícia, o prefeito e o padre, morarem na cidade onde exercem os seus ofícios, porque impõe um certo condão de respeitabilidade, de moralidade e de proximidade com à população. Distantes, só aparecendo quando bem entenderem, o povo demonstra desprotegido, jogado à sua própria sorte, como acontece quando existe à prática de um ato de violência por menor que seja, sem um delegado de polícia, nada se resolve e, quando a coisa é pior, se manda para à Delegacia Regional em Arcoverde; sem um juiz de direito que more na cidade, como julgar e ter o seu convencimento com base na realidade local, se sequer tem conhecimento do modo de vida peculiar de cada localidade para onde foi designado para ser o olho da Justiça e bem aplicar à lei, para não cometer injustiças absurdas como vem acontecendo em muitas localidades, inclusive em Buíque mesmo; sem um delegado de polícia, sem um juiz, a bandalheira toma conta de tudo, porque se torna uma cidade sem lei e sem ordem; sem um padre, os fiéis ficam órfãos de receberem a atenção de uma palavra de conforto e sem o prefeito, o povo fica desprotegido por completo, principalmente numa hora inesperada em que só a principal autoridade é quem tem o poder de resolver uma determinada questão ou situação.
  É assim que estamos vivendo em Buíque, bem como em muitas outras cidades. Mas como somos de Buíque, devemos mesmo nos focar para nossa cidade, esta é a verdade. Atualmente, certo que temos um juiz de direito, mas que, apesar de vir dando regularmente o seu expediente, não mora na cidade; se temos um juiz, além de não dar conta dos inúmeros processos acumulados, também não existe uma promotoria definitiva, só aparecendo um emprestado de outras comarcas que só aparece mesmo de quinze em quinze dias e quando aparece; delegado de polícia, que sempre vinha às terças-feiras, dava um tempinho e ia embora, agora nem delegado está mais aparecendo; o padre, não sei sequer se mora em Buíque, talvez seja pelo fato de não ser católico, mas pastores, a gente encontra em toda esquina, com tantas igrejas evangélicas que são abertas e o pior de tudo mesmo, é a ausência do prefeito, que se o anterior era um turista que só aparecia aqui vez por outra e assim mesmo, fazia reuniões às escondidas no Pousada de Dedinho, o atual, embora seja filho nato de Buíque, ninguém sabe onde ele se esconde, aonde pode aparecer assim de repente, apesar que, não conto as madrugadas, que passando em frente à sua casa, já tem um monte de gente humilde enfileirada, à sua espera, não sabendo os coitados, que vão perder tempo e de que jamais serão atendidos por ele, porque se sair de casa, sai com o seu carrão e não dar a menor atenção para ninguém. É nesse cipoal de abandono em que se encontra o povo de Buíque no momento atual.
  Mas uma das questões cruciais no momento, seria o Tribunal de Justiça de Pernambuco, providenciar as reformas das duas casas do Juiz de Direito e da Promotoria de Justiça, para que os mesmos morassem aqui mesmo, porque talvez quem sabe, poderiam ver como é que na verdade é o nosso município, fiscalizar com outra visão as práticas administrativas públicas e ter o devido conhecimento dos hábitos e costumes do lugar, para, sabendo de per si quem é quem, julgar verdadeiramente usando o condão de se fazer e aplicar os primados da verdadeira justiça, dentro do figurino do que manda e determina a lei. Acaso o Tribunal não tenha alguma destinação para as casas em comento, então que se dê outra destinação em favor do povo buiquense, no campo social, cultural e que venha a ter a devida utilidade para à nossa população, mas o certo mesmo, é reformá-las e fazer com que o Juiz de Direito e o Promotor de Justiça, para aqui designados, morem em Buíque mesmo, como sempre foi, pois tais autoridades, são necessárias que morem nos lugares onde exercem os seus misteres, para impor a lei e a ordem, esta é a verdade, doa em quem doer.

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