Jamais cheguei ao ponto de
ver a administração pública de Buíque, praticamente paralisada, quase parando,
o que nos remete ao questionamento, como é que pode a máquina pública funcionar
sem que quase ninguém desempenhe as suas funções? – Das doze secretárias, dá
para se pontuar as que não estão completamente paradas, porque em parte estas têm
que funcionarem de verdade, senão nem folha de pagamento saia no dia de se
quitar o salário do servidor público municipal, mas de resto, é só dar uma
olhada em cada uma delas e ver como é que esse município vem funcionando. É
tudo na base do toque de caixa. Basta se andar pela cidade e notar em que
situação esta se encontra que dá para se ter uma ideia, porém se quiser ir
além, visite cada uma das secretarias!
As que ainda funcionam, assim mesmo em estado de precariedade,
são as secretarias de saúde, que está sucateada; a de educação, na base do “se
empurra com a barriga”, assim mesmo com uma empresa de apoio desde o início de
2009, por que até professor contratado sem formação pedagógica é colocado para “ensinar”,
ninguém sabe o quê, mas é contratado como “professor”; a social, porque existem
os programas federais para o regular acompanhamento, além de outros serviços de
prestação de fornecimento de documentos de documentos ao povo, quando existe
material; a de finanças, para poder haver o controle (ou descontrole?) de
finanças e contábil, principalmente quando a empresa de contabilidade
contratada aparece por aqui e, por fim, a de administração, que funciona em
condições precárias, mas sem a qual, não seria implantada a folha de pagamento
todos os meses. No mais, as demais, não estão dando um prego numa barra de
sabão. Para conferir é só ir a cada uma delas. O pessoal que aparece, quando
bem entende, a maioria só faz o que o peixe faz, ou seja, “nada”. No prédio da
sede, o chefe da edilidade buiquense, nunca deu um expediente sequer e os que
lá aparecem, uma quantidade mínima, a maioria é somente para encantar grilos e
nada mais. O caos administrativo em Buíque, sejamos francos, está em verdadeiro
estado de terra arrasada. Enquanto isso, os senhores edis, eminências pardas
que deveriam fiscalizar o Executivo, ficam da mesma forma nessa letargia da
preguiça, nada fazem também e lá, no Legislativo, menos de meia dúzia de
pessoas, verdadeiramente trabalham, quando existem também uma penca de cargos
de confiança e comissionados. Parece que os setores da administração pública
municipal só existem no organograma mesmo e os cargos de confiança e em
comissão, estão todos praticamente preenchidos, mas dar expediente que é bom, é
coisa que só vê quem já chegou um dia a ver perna de cobra.
Enquanto isso, aqui em Buíque, se faz de conta que se
administra, e o povo, faz de conta que está sendo administrado, porque a não
ser alguns poucos dos contratados irregularmente, a maioria do pessoal, que
chega entre os efetivos e contratados por tempo determinado, chega a mais de mil
servidores. Agora se pergunta, por que tanta gente no setor público municipal,
se não se chega a ver ninguém dando um prego numa barra de sabão, hem minha
gente? – Será que nossos servidores, quer temporários ou efetivos, são
fantasmas, é isso? – Quando fui secretário de governo que pensava ter poder de
comandar minha secretária, ainda numa grande reunião que fiz, propus um choque
de gestão, documentado, que cheguei a entregar como sugestão de mudanças de
rumos administrativos, ao gestor público, ainda no início de 2009, para tentar
corrigir tais distorções, mas não se viu de lá para cá, resultado prático
nenhum. Foi o mesmo que entregar um rolo de papel higiênico. Na realidade,
estamos metidos numa verdadeira terra de uma administração pública municipal
completamente destroçada. Nada funciona, e o que vem a ser executado, quando
acontece, vem por gravidade, não por vontade e determinação do ordenador de
despesas, que é quem deveria ter o poder de mando, de comando, de direcionar
diretrizes, no entanto, não está nem aí para administração, muito menos para o
que é feito ou deixa de se fazer. O que aparece, é como muitos de seus “xiliprêus”
fazem questão de dizer mesmo, de que é porque o “home tem muita sorte” ou “nasceu
com aquilo voltado para uma estrela”. Mas se nossa terra viesse sendo bem
administrada, com toda certeza a gente não estaria vivenciando esse estado de
terra arrasada, quase paralisada com a qual nos deparamos.
As coisas aqui, só vem acontecendo vez por outra, de forma
extremamente precária, por que o poder público não pode paralisar de vez e uma
coisa interessante, que se dá para perceber, é que como os demais municípios,
nosso Buíque também, tem vida própria. Mesmo sem voz de comando firme, ainda
assim, consegue sobreviver, não como o desejado, mas mesmo sem gestor público,
os municípios não param por completo. Pode até se tornarem uma bagunça, uma
desordem generalizada como ocorre em Buíque, um estado de terra arrasada na
seara administrativa por falta de diretrizes a servir de norte na administração
pública, mesmo assim, o município não pode parar. Mesmo em setores vitais do
município, como o de arrecadação, que é vinculado à Secretaria de Finanças, as
coisas não funcionam como se deveria, porque acredito que a arrecadação não
está sendo como o previsto no orçamento anual. Só posso testemunhar uma coisa:
desde o início de 2009, que de logo percebi que Buíque tinha entrado numa
desembocada administrativa sem rumo e tocada na base dos cotovelos e executada
com a barriga, como pedras rolando numa ribanceira, que caiam onde caírem, se
chegar a algum lugar, tudo bem. É assim infelizmente que vem sendo tocada a
administração pública de Buíque. Deem um olhada, quem achar que estou falando
de chorumelas para se certificar de que estou dizendo a verdade!
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