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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SONHO DE INVERNO NUM PARAÍSO EUROPEU



   Estava meio absorto da vida, quando menos esperava, assim como um estalar de dedos, de repente, lá me via eu, sentado num banco de Place de La Concorde (Praça da Concórdia), em Parias, a segunda maior praça da capital francesa e de uma grande importância história para o mundo europeu. Não imaginava jamais ir à Paris dos Champs Élysées (Campos Elísios), mas ali estava eu, encoberto em minha insignificância nordestina, mas finalmente, sem mais nem menos, me encontrava num dos berços de grande importância histórica de parte da humanidade do mundo ocidental. O frio era cortante de rachar e doía até à medula e se rangia os dentes mesmo sem querer. Encontrava-me bem aconchegante com cachecóis e vestido de um sobretudo escuro aveludado, de uma grossa lã e com um espesso chapéu de pelo de algum animal do polo norte, sei lá, só sei que esta todo paramentado para suportar àquele horripilante frio, que mendigo algum, que a gente via transitar nas vias públicas de Paris, naquele dia escuro e recoberto por caídas finas chuvas de neblina e no chão, por grossas camadas de neve.
  Houvera chegado a Paris, já no finalzinho do mês de novembro, época do pico de frio do inverno europeu de um modo geral, mesmo assim, sem saber direito do domínio da língua, mas como sabia arranhar um pouco, ainda pude ralar do meu rudimentar francês e cheguei até mesmo a fazer algumas amizades num barzinho localizado nas proximidades da grande praça. Cheguei ainda a conhecer umas belas francesas, todas elas bem vestidas, mas sempre impetuosas, com àquela beleza e sutileza e perfumadas, a ponto da gente sentir de longe o penetrar congelado em nossas narinas do perfume de mulher suave e dócil, apesar do frio de doer, mesmo todo aconchegante como me encontrava. Depois de visitar lugares históricos, fui Tomar umas doses de uísque com um grupo de franceses que misteriosamente os conheci, juntamente com àquele grupo de mulheres. Embora os franceses sejam chegados a um bom vinho, mas como nunca fui lá muito habituado a tomar vinho, engoli mesmo foi umas doses de uísque europeu envelhecido na base do cowboy mesmo, porque como colocar gelo no que já se encontrava gelado pela própria natureza, não viria a calhar bem de jeito nenhum, então o certo mesmo era tomar a bebida à seco mesmo.
  Já em horário um tanto avançado, já por volta de umas dez horas da noite, depois de ter visitado a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Catedral de Notre Dame e o Museu do Louvre, já beirando à noite, depois de ter tomada umas boas doses de uísque, já meio enamorado de uma bela e doce francesa, procurei me dirigir ao hotel onde estava hospedado no Renaissance Paris Vendome Hotel, muito bonito, de arquitetura que lembrava os idos medievais histórico do mundo europeu, e parti para o meu quarto com a minha belle de j our que me fazia acompanhar desde o transcorrer do dia. Já no meu quarto com a francesa que disse-me que se chamava de Angelique, estava em estado de êxtase, enebriado e estonteado de contetamente, pela beleza e o doce perfume de mulher que dominava e se espalhava pelo ambiente aconchegante em que me encontrava. Até cheguei a pensar, será que estou no Céu? - Isso aqui é o mundo terreno ou o Céu de verdade? – Mas não procurei perder tempo. Comecei a tomar o meu uísque, que já estava passando do limite suportável pelo organismo e ela, não largava de uma garrafa de vinho tinto da região Côtes de La Loire, um dos mais tradicionais e caros vinhos franceses, mesmo assim, não estava nem aí para o vinho. O que queria mesmo era mergulhar na noitada fria, de corpo e alma naquela la belle perfume de mulher e amar e fazer o melhor amor do mundo que já poderia imaginar. Bebemos à vontade, deglutimos alguns petiscos do que há de melhor da cozinha francesa e depois fizemos o melhor amor que jamais poderia ser imaginado pelos deuses. Foi realmente o néctar dos deuses, o doce toque de amor que fiz com Angelique! - Que mulher, que coisa de louco, imaginava eu! - Será que existe mulher mais pura, doce e bela do que àquela francesa de pele sedosa, perfumada e cheirosa como nunca se viu, hem? – Estava mesmo no paraíso, mundo melhor para mim, não poderia querer outro ou existir e isso, imaginava nunca mais terminar, de que seria para sempre.
  Depois de fazermos uma amor puro e gostoso, lá por volta da madrugada, chegando à manhãzinha, senti no meu rosto, um toque meio quente e molhado, a roçar as minhas faces, meus lábios e de repente, depois de toda àquela noitada, percebi que era a minha cachorrinha que houvera adormecido comigo depois de uma noitada regada à uísque, aí percebi, olhando para o teto de telhas rústicas, um rudimentar colchão no chão e vim a perceber que houvera tomada uma daquelas num botequim lá nas proximidades da feira-livre de Buíque e, depois fui para casa, adormeci, cheguei ainda a sonhar com esse estonteante sonho de Paris e vim à triste realidade numa ressaca daquelas e percebi que na verdade, tudo não passara de um belo sonho de noite de inverno buiquense e de que, nunca houvera na realidade ido à Paris. Minha Torre Eiffel mesma, foi uma ida que fiz à praça central de Buíque, onde vim depois a saber, para dar uma bela mijada e minha belle francesa, não passava de uma rapariga banguela que houvera ficado com ela antes de ir para a casa. Essa foi uma das tantas noites de viagens que quem bebe além das contas, tendo como consequência uma grande ressaca e uma deprê de doer até os cabelos da cabeça ou de vir a se sentir perturbado até mesmo com um pingar de água repetido da torneira. Por isso mesmo, o melhor que se faz é deixar de beber, para não sonhar com um mundo que nunca existiu para você, a não ser nos tortuosos sonhos da vida de um ébrio e perdido nos descaminhos do triste viver e nada melhor do que sonhar, mesmo na ebriedade dessa nossa caminhada.

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