Mais um sete de setembro.
Diferentemente dos demais, o de hoje, não amanheceu com o dia chuvoso ou
tendente a chover, tampouco houve o anunciado alvorecer da manhã com uma salva
de tiros, como costumava sempre acontecer nos anos dourados de minha vida. Hoje
pelo visto, apesar das dificuldades, das crises vivenciadas, que na verdade,
nunca foram tão diferentes das tantas vividas, este dia de hoje não mais se
comemora com a mesma devoção de civismo dos meus áureos tempos de infância.
A gente nessa época passada, ao se aproximar a comemoração da
data máxima da pátria, ficava ansioso para à chegada do sete de setembro, do
desfile organizado, todos fardados e enfileirados elegantemente e desfilando
cadenciadamente de conformidade com o tom dado pela banda à frente do desfile
de uma ou duas escolas existentes na época, mas era com euforia, vontade e
civismo que desfilávamos. Tempos bons que só ficaram mesmo em nossas
lembranças.
A alvorada das cinco da manhã, já nos dava o tom para ficarmos
bem alertas para o desfile do grande dia. Era como se fosse o preâmbulo do que
seria um dia especial de comemorações e, no final de cada desfile, em nossas
singelas criancices, após um cansativo dia de desfile, éramos compensados com
um reles sanduíche de pão e queijo e gasosa (guaraná da época) e nos
contentávamos com o pouco que recebíamos, como se fora um prêmio compensatório
por cada um haver feito o seu ato de civismo naquele glorioso dia.
Ao passar do tempo, fui percebendo que esse dia não era tão importante
assim no que pertine à nossa independência, por que neste mundo globalizado, quer
desde o ato do Grito da Independência por D. Pedro I, em 07 de setembro de
1822, que passei a entender que o país na verdade nunca foi independente de
verdade, a partir do momento que o filho de D. João VI, se tornou o primeiro
imperador do Brasil, que deixado sem um centavo pelo seu pai, que roubou nossos
cofres e levou tudo para Portugal, teve mesmo que pedir o penico aos ingleses e
a partir de então, nunca deixou de sempre ser um devedor contumaz e a repetição
da história desde então, mesmo após a implantação da república através de um
golpe militar perpetrado pelo Marechal Deodoro da Fonseca contra o império, em
1.889, ainda assim nunca deixou o nosso país de ser um eterno dependente, o que
acontece bem mais intensamente no mundo de hoje, em face dessa economia
globalizada, em que basta mexer numa peça do xadrez econômico da Wall Street,
em New York, para balançar toda a economia mundial, inclusive o bloco europeu
que buscou se ajustar no euro, moeda própria por esse bloco criada, mas que na
verdade, ainda é dependente da oscilação econômica do dólar, que mundialmente
ainda é a moeda mais forte que existe.
Na verdade, já não dou a importância de antes, mesmo assim,
não deixo de reconhecer o simbolismo que representa esta data em termos da historiográfica,
o que é muito importante para qualquer país que se preze, por isso mesmo,
apesar das crises intermitentes, mesmo assim, todos os jovens devem aprender
que temos datas importantes que jamais devem ser esquecidas e de que venham a
ser reverenciadas e comemoradas pelos que aí estão para nos suceder, há de
serem lembradas, como forma de fazer vivo o patriotismo e orgulho que cada um
deve ter de seu próprio país, apesar das canastrices que diuturnamente
acontecem, mesmo assim, devemos amar o nosso país para que a bandalheira não
tome conta do que ainda resta como esperança de salvação de nossa amada pátria.
Salve o 7 de setembro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário