Desde o tempo que morei no
Estado de São Paulo, que adquiri o hábito de sempre me deparar e olhar diante
de mim, quando ou à procura de emprego ou num domingo que ia ao cinema, sempre
parava, ficava a olhar revistas, gibis, alguns velhos livros e, quando tinha
dinheiro, sempre comprava um gibi. Não tinha ainda adquirido o hábito de ler
jornais. Gibis era o meu mundo de viajar com as emoções de minhas leituras. Mas
nessa época, lia sempre algumas dessas duas revistas em voga, que eram Cruzeiro
e Manchete.
Com o evoluir de minha vida, tanto no crescimento físico,
quando de conhecimentos, fui me quedando para à leitura de livros e de jornais.
Houve uma época em que eu cheguei a ter assinaturas de quatro revistas, Veja,
IstoÉ, Exame e Época, ambas de publicações semanais. De jornais, cheguei a ter
três assinaturas, Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco e Folha de
Pernambuco, isto, aqui em nosso Estado. Quando em São Paulo, gostava de ler
esporadicamente, geralmente aos domingos, a Folha de São Paulo e o Estado de
São Paulo.
Na verdade, sempre me deparei com leituras praticamente
idênticas em ambos os veículos de comunicação, só mudando mesmo a forma de se
transmitir essa ou àquela notícia ou informação, mas no geral, eram todas elas
dentro de um mesmo contexto de visão dada por cada um desses veículos. Dos
jornais, não era muito diferentes não, porque no geral, reescrevem as mesmas
coisas e de novidades, só quando acontece uma grande atrocidade, um crime em
que se busca dar espetacularidade, além de noticiário político, que sempre
busquei ler assiduamente e sempre ficar atualizado no dia a dia da política,
sobre o que acontecia no meio e em nosso país.
Passados todos esses anos, não vou dizer que deixei de ler
revistas e jornais, mas com o advento da internet, a leitura desses outros
meios de comunicação, foi consideravelmente diminuindo paulatinamente, à medida
que a gente vai entrando no mundo da computação, no mundo digital, isso por
que, nos meios informatizados, você tem a notícia, seja ela qual for,
instantaneamente a ganhar o mundo, só que, se muitas das notícias difundidas
nos meios de comunicação convencionais (revistas e jornais), nos meios
internetários, a possibilidade de vir a serem mais mentirosas e frutos de
artifícios e armações, são bem maiores do que nos meios de comunicação
escritos, sem falar nos falados e televisados. Nestes, a notícia é difundida de
conformidade com os interesses de seus principais acionistas ou donos. Já na
internet, pelo escancaramento que é, de tudo se posta ou se publica, sem sequer
se saber da confiabilidade da fonte, se bem que, isso acontece com muita frequência
nos meios de comunicação convencionais também, mas na comunicação digital, a
coisa é bem pior.
Acredito que nos meios de comunicação convencionais, apesar de
duvidáveis também, mesmo assim, havia e há em menos grau, uma certa
credibilidade, mas na internet, dificilmente isso pode acontecer, por que a
certeza pode ser fruto de uma artimanha vil, de um ardil ou de uma montagem no
sentido de sempre buscar se prejudicar alguém. Pior é que na internet, enquanto
a matéria estiver postada na nuvem de arquivo espacial, ela sempre vai estar
atual, aberta à consulta, enquanto nos jornais e revistas, isso não acontece.
Juridicamente falando, o que se publica nos meios de
comunicação convencionais, quer sejam escritos ou falados, se pode
perfeitamente se imaginar em prazos prescricionais quando se feriu, causou
danos irreparáveis à imagem de alguém, mas já na internet, enquanto a
publicação estiver plugada, isso jamais virá a acontecer e a prescrição nunca
atingirá um prazo decadencial da perda completa do direito de buscar reparos na
Justiça, é essa a minha interpretação, e meu ponto de vista quando se busca
atingir a imagem de alguém no mundo internetário, assim como, nas redes
sociais, que permanecem, quando não retiradas de circulação, indefinidamente
numa nuvem acumulativa de todo lixo internetário, ela continua postada ou
publicada indefinidamente, sem interrupção.
Apesar de todos os anos passados, os quiosques de revistas ou
bancas de revistas, algumas ainda sobraram, estão vivas e continuando a expor e
vender revistas e jornais, além de livros, apostilas e outras quinquilharias
mais ligadas ao ramo de atividade. Não perdi ainda, o vício de sempre ao me
deparar com uma banca de revistas, para não parar e olhar e ainda chego a
comprar alguma revista, um jornal, mas nunca deixei esse antigo hábito. Outra
coisa que gosto de fazer quando vou ao Recife, é ir nas proximidades do Diário
de Pernambuco, onde tem vários sebos e sempre olhar alguns lugares ou mesmo
expostos no chão, livros antigos para ver se encontro alguma pérola que vale à
pena ser lido. Geralmente sempre encontro algum, mas um dos que sempre procurei
e nunca encontrei, foi o livro Cem Anos de Solidão, do Nobel de Literatura de
1982, Gabriel Garcia Marquez, de quem cheguei a ler Memórias de Minhas Putas Tristes,
mas o que queria ler mesmo era o Cem Anos de Solidão, que é um clássico da
literatura mundial.
No mais, os quiosques ou bancas de revistas de vender gibis,
jornais e revistas, podem daqui a alguns anos, não mais existirem e em seus
lugares, quem sabe, se substituir por quiosques repletos de computadores para
jogos de quaisquer natureza ou até mesmo para leitura virtual, que jamais
poderá substituir a leitura de um bom livro físico, mas esta é uma realidade
que poderá ou não chegar a um fim, embora seja daqueles que acredita que nada
poderá substituir um bom livro em que você possa sentir, colocar as mãos nele e
o ler com afinco e determinação, sempre querendo chegar ao deslinde do final da
história ou seja lá que tipo de livro a gente chegue a ler e ter o maior
interesse no que está lendo, porque na vida, não existe coisa mais preciosa, do
ponto de vista de conhecimento, do que a leitura.
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