Sempre tive em meu irmão
mais velho, o meu ídolo, meu amigo, meu herói. Foi assim que aprendi desde
cedo, que o irmão mais velho, à falta de pai e mãe, era quem os substituía como
se fora o próprio pai ou mãe. Criei-me com essa visão e nunca deixei, mesmo já
nessa idade, em ter no irmão mais velho, o maior respeito do mundo, embora
sejamos todos nós muito unidos.
Uma das coisas mais importantes de minha vida, é o fato de
que, entre eu e os demais irmãos, nunca houve brigas, como costumeiramente a
gente vê no mundo atual, o que parece que tudo, em termos de família, se
desmoronou, degringolou para pior. Respeito que é bom ninguém tem mais, e nem
sequer a pai e mãe se respeita da mesma forma. Para uns é o modernismo, já
outros, veem tudo isso como fins dos tempos ou de mundo.
Nosso convívio, apesar das intempéries impostas pelas
dificuldades da vida, nunca foi motivo para nos motivar à desunião, tenham sido
quais foram as circunstâncias por nós vivenciadas. Perdi minha irmã mais velha,
Maria José (Ninha), atropelada por um ônibus na avenida São João, em São Paulo,
logo ela que era a nossa galega, mas se foi sem sequer minha mãe ter tomado
conhecimento, em face de sua total debilidade já na fase final de sua vida, mas
para nós, foi uma grande perda. Não devia ter ficado em São Paulo. Deveria ter
retornado com todos nós para o nosso torrão amado nordestino, mas não,
constituiu família com uma italianada daquela Selva de Pedra e lá firmou sua
própria família e lá ficou para a eternidade em seu sono eterno.
Não tenho o que falar de meus irmãos, que éramos seis, hoje
somos cinco, mas nunca fomos desunidos. Tive e tenho em meu irmão mais velho o
meu amigo, meu irmão, meu ídolo maior. O lugar dele em meu coração ninguém
tomará. É só dele e de mais ninguém. Vai passar por uma cirurgia do coração no
dia de hoje, mas com toda certeza, como sempre foi um vencedor e uma fortaleza
de homem, vai enfrentar e ultrapassar mais essa barreira em sua vida, afinal
quantas não foram as lutas, as trincheiras que na vida teve que enfrentar! –
Não é uma doençazinha do coração que o vai derrubar não senhor! – A mão do
Criador com toda certeza, vai está segura e firme para ajudar habilidosos
profissionais da medicina a lhes proporcionar mais um determinado tempo de
sobrevida, até que a sua luta, a guerra que sempre enfrentou, venha finalmente
a ser terminada, aonde não mais existirá vencidos, tampouco vencedores. Desejo
a ti meu amigo, meu irmão, meu ídolo, toda a sorte do mundo em mais essa
empreitada em tua vida. Viva Miltinho Modesto, meu sangue, meu herói maior que
a vida me deu e que tenhas vida longa!
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