Não tenho conhecimento quem foi o idealizador da AMDRI,
projeto voltado para as pecuária e agricultura familiares da zona rural, em que
aglomerada 18 municípios da Região do Agreste Meridional e Sertão do Moxotó,
que se bem utilizada poderia ter sido o incremento econômico mais importante da
região, para desenvolver economicamente os municípios envolvidos,
principalmente Buíque, pela extensão do projeto, mas como foi criado e
executado com o fito de desvio de dinheiro e apropriação indevida do que seria
destinado aos agricultores e pecuaristas, veio a ter as suas distorções, mas
que, com sabedoria e tino administrativo poderia vir a ter correção de rumos e
ser reerguida pelo bem das populações rurais envolvidas, o que infelizmente não
foi levada à cabo pelo atual gestor que assumiu em 01.01.2009, vindo de logo em
sua mente, o fechamento dessa importante autarquia municipal, que não queria de
jeito nenhum, o que foi de positivo criado pelo governante anterior, apesar de ter
sido desde o início, um projeto contaminado de más intenções, mas que poderia
haver correções de rumos para quem tem uma visão de grandeza na continuidade
administrativa, independentemente de quem esteve ou esteja à frente.
Essa Autarquia Municipal foi tão importante, que deu ao
governante buiquense anterior, o título de prefeito empreendedor, embora
imerecido e com a mão do seu ex-aliado poderoso, Armando Monteiro, mesmo assim,
chegou a ser conhecido nacionalmente a ponto de vir mais de meia dúzia de
prefeitos de Mato Grosso do Sul, para ter conhecimento de perto do referido
projeto para introduzirem em seus municípios. Até um passei para à Itália, o
prefeito anterior chegou a ganhar, inclusive com direito a proferir palestra em
solo do velho continente. Pelo menos do ponto de vista teórico e em tese, o
projeto tinha tudo para dar certo, mas como existiam interesses escusos por
baixo de tudo que políticos de má índole buscam fazer nos municípios dos quais
chegam a ser gestores, passaram então a manipular o projeto em sua essência e
terminou por não dar certo desde o seu nascedouro.
O Banco do Brasil, como órgão escolhido para financiar os
beneficiários do projeto, que seriam de alguma forma organizados em associações,
e por núcleos centralizados para o armazenamento da produção agrícola e
pecuária, com a implantação de tais centros, mesmo assim, apesar do alto
investimento, ainda existem o que sobrou desses núcleos, que se tivesse sido
levado adiante com a devida responsabilidade que o projeto merecia e o atual
gestor não tivesse dado um fim mesmo sem ter revogado à AMDRI através de lei,
que por lei ainda existe, foi completamente destruída, seus equipamentos
desapareceram, as motocicletas que seriam usadas por dez técnicos agrícolas
para dar acompanhamento e assistência técnica ao projeto, também misteriosamente
sumiram do mapa, e assim um projeto que poderia ter se recuperado, que tinha
tudo para dado certo, mas como era de outro governante combatido pelo atual por
ter fazendas no Maranhão, preferiu destruí-lo de vez do que tentar reascendê-lo
para colocar no rumo certo, mas como também o que tinha era más intenções, a
ele não interessava levar adiante um projeto que já tinha sido usado
malversadamente pelo governante anterior.
Passado todo esse tempo desde a implantação dessa Autarquia
Municipal, acredito que cerca de dez anos ou mais, o que restou para muita
gente, foi dívidas no Banco do Brasil, nomes negativos no SPC e SERASA, por
conta de financiamentos de gato por lebre, só para alguém na época levar
vantagem. O que se sabia era que, privilegiados recebiam os melhores animais
bovinos, geralmente vacas leiteiras e um reprodutor, para a procriação e
aumento do rebanho e dentro de um cronograma de pagamento bem planejado, à
longo prazo com uma carência de três a quatro anos, a questão é o fato de que,
como os animais vendidos a preço de ouro, não produziram o que se esperava,
ninguém teve a menor chance de vir a pagar absolutamente nada e os que se beneficiaram
do projeto somente imaginando que nada pagariam e de que o banco jamais iria
cobrar a dívida, terminaram por cair do cavalo, porque estão pendurados da
mesma forma que os mini e pequenos agricultores e pecuaristas, esta é a
verdade.
O que se sabe na época é o fato de que, os beneficiários do
projeto, que eram escolhidos a dedos entre os aliados e apadrinhados políticos
do então gestor, adquiram em financiamento, animais bovinos que valiam em torno
de R$ 500,00 (quinhentos reais) por R$ 2.000,00 (dois mil reais) e a diferença
ia parar no bolso de alguém, só que quem adquiriu por financiamento o animal
pelo preço maior, vai ter que pagar ao banco por esse preço, o que levou a
muitos adquirirem gatos por lebres, porque muitos imaginavam que jamais iriam
também pagar absolutamente nada e agora, se vê muita gente enrolada, enrascadas
em dívidas que não podem pagar e todas elas estão com os seus nomes sujos, por
conta da irresponsabilidade de um gestor que não pensou no sucesso do projeto,
mas sim, em surrupiar o dinheiro do povo e de outro, que descompromissado com
esse mesmo povo, não imaginou sequer na possibilidade de dar um direcionamento
de rumo no projeto, mesmo que mudasse de nome, mas não o fez, porque em sendo
objeto do prefeito anterior, a ele não interessava dar continuidade e
atualmente o que hoje sobra da AMDRI são apenas sucatas do que se imaginava ser
essa Autarquia Municipal, a exemplo do que ainda existe no Núcleo do Riachão,
que só para se ter uma ideia era algo para não ter sido abandonado no meio do
caminho, mas sim, dado uma nova direção de rumo. Acredito que quem chegar a ser
o próximo sucessor, deve com toda certeza, repensar num projeto ambicioso,
pensando primeiro no bem-estar de nosso povo, sem roubalheiras, para que se
possa ter de verdade projetos voltados para a Zona Rural, o que deixou de existir
nesses últimos oito anos do atual gestor, que nem sequer uma Secretária de
Agricultura existe no Município, mesmo que 70% da população seja rural e estamos
passando por uma das maiores crises dos últimos anos em face da seca braba que
tanto aflige nosso sofrido povo rural.
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