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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

QUÃO DURA É A VIDA



    Para uns, até parece que tudo está se desenvolvendo como se nada estivesse acontecendo à sua volta; já para outros, o que existe mesmo é uma torrente de trovoadas ou de chamas. Quando não está a se navegar num mar de calmarias, este se pode se encontrar revolto. Assim é nosso caminhar.
    Assim que nascemos, não sei bem se temos uma missão na vida, ou somos nós próprios que a desenhamos, a determinamos e por isso mesmo as coisas acontecem ou vão acontecendo. Acredito que sim; acredito que não. Prefiro ficar no meio termo, porque algumas coisas podem até surgir por acaso; outras não. Ninguém chegar a lugar nenhum se ficar parado no tempo, simplesmente esperando que as coisas caiam assim de graça em suas mãos, ou ficar parado no tempo esperando à morte chegar. As coisas nunca funcionaram ou nunca funcionam dessa maneira.
Eu mesmo, em particular, sou cético por natureza. Não acredito muito em destino, mas sim, em que com muito esforço a gente pode muito bem traçá-lo. Por outro lado, vejo que por mais que tenha sonhado ou buscado me esforçar ou não, nem tudo que quis realizei de verdade e isso me deixa e me deixou na verdade, frustrante nesse caminhar. Não que quisesse abraçar o Sol, a Lua, o Universo, isso não! – Isso nunca foi minha ambição maior, mas que poderia ter feito mais, disso não tenho a menor dúvida. Houveram percalços em minha vida!
- Claro!
- Muitos!
-Tive chances de debelá-los? – Posso ter tido menos que queria que me viesse às mãos. Oportunidades não vieram muitas e, certamente as que vieram, já se encontravam certamente, a destempo, por isso mesmo, perdi muitas coisas na vida ou quem sabe, fui negligente! - E agora? – Agora não há mais como voltar atrás e fazer tudo que quis, imaginei e pensei em fazer. Agora? – Agora, camarada, é tarde! Inês está morta. Não há como o tempo retroagir e se buscar fazer tudo que gostaria e se não fizesse tudo ou se nem ao menos chegasse a realizar parte do que consegui fazer e isso seria arriscado demais. Então voltar mais para que, hem?
-Porra!, mas o que foi que fiz nesta merda de vida?
-Nada vezes nada, foi isso que fiz?
-Bem, só que o que fiz ou deixei de fazer, está posto à vista de todos; pode está oculto, no inconsciente de cada uma das pessoas mais próximas de mim e de mim mesmo, mas afinal, o que porra fiz de verdade? – Às vezes nem eu mesmo sei me responder...
-Bem não sei, só sei que fiz o bastante que a vida me permitiu fazer e agora não tem mais como regredir, voltar e fazer o que ficou para trás. Desmanchar tudo! – Não dá mais camarada, porque a determinação é tudo se protrair no tempo e o resto que passou, está tudo lascado mesmo e pronto! – Fazer o que, afinal de contas? – Nada! – Respondo no meu eu introspectivo!
    Por mais que se faça na vida, nunca é o bastante e suficiente para ninguém. Nem para nós próprios, tampouco para os que estão de seu lado, dos olheiros de ocasião e por aí se vai. Você pode fazer um castelo de ouro, porém nem sempre será o suficiente, porque sempre vai faltar alguma coisa, algum detalhe tolo que você esqueceu de colocar como adorno. Na verdade, nada vale nada nessa porra de vida, porque é assim que a humanidade caminha nesse caralho de mundo. Que se exploda então essa caceta e pronto!
   Será que disse isso mesmo? – Disse sim! – Hoje posso até me arrepender do que não fiz, de ter sido uma pessoa bem melhor do que certamente não fui, mas fui eu mesmo. É isso, não pude mudar quando deveria, mas alguma coisa mudei sim, e para melhor. Não sou o ouro dezoito que nunca fui, também não sou o ferro bruto que querem me pintar. Posso até ficar no intermediário, mas sempre busquei fazer o que pude e o que esteve ao meu alcance. Acaso nada ficar para os pósteros, que fazer então a essa altura? – Nada mais! – Então que retirem pelo menos a lição, o supra-sumo daquilo de bom, positivo e exemplar que deixei, porque se ao menos isso não ficar, já sei que não passei mesmo de um zero à esquerda e o que na verdade mereço, é ser esquecido para séculos sem fim amém. Então não serei digno sequer de uma lápide inscrita na dormida sepulcral, porque se nada deixei, então de nada sou digno. Mas uma coisa posso dizer, “quão dura, incompreensível e tumultuada foi a minha vida”, mas foi assim que vivi, sem ter realizado nem ao menos metade dos sonhos que quis, mesmo assim, vivi de alguma forma e esta é uma realidade de minha vida que vai comigo ao sono derradeiro e sei que frutos bons, valiosos deixei para se multiplicarem na atual e futuras gerações.

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