QUANTA SAUDADE DA
QUARTA-FEIRA INGRATA
Voltando à vida no tempo
A gente se sensibiliza e
se extasia
E nada nos leva no vento
O que na alma se fantasia,
Vindo tristeza sem
acalento
De tudo de bom que se
fazia
Não havendo no mundo
encanto
Que nos dê a primazia
De ter um novo encontro
Do passado que anestesia
E ficamos no desencontro
Na vida atual tão vazia
Onde pouco se fez tanto
Por isso as lágrimas jorrantes
de dor
Nos chama para um clamor
De tempo bom que passou
Quando em eras priscas se
brincou
E tanto a gente brincou
Nos carnavais que passou!
Na cama, nas praças, ou em
qualquer lugar,
Se amou!
Ao ar tudo se jogou
Esquecendo o mundo, no
peito a dor
E tudo de repente se transmutou
Num reinado de alegria,
Onde tudo da vida fugia
A alma flutuava embevecida
Entorpecida pelas belezas vividas
Que nos fazia diferentes
Doces, pacíficos e
contentes
De dançarmos alegremente
Nos carnavais que se foram
Belos, singelos e puros,
Que ainda lá distante
ouvimos
As marchinhas de Aurora
Que nos fazia outrora
Ficar no ar por várias
horas
Pedindo sempre na vida
Alegria, amor e paz
Naquela vida que não volta
mais.
E hoje não temos jamais
Os antigos carnavais
Que ficou da história, os
anais
Da vida liberta e mundana
Das várias colombinas
amadas
E hoje só respingos restou
Lá no fundo bem distantes,
Onde todos doce brilhante,
A ouvir àquela música
serena
Bela e estonteante
De mais de mil palhaços no
salão
E vem tudo como num telão
Em relances de pirilampos
Esperando somente chegar
Não mais a quarta-feira
ingrata
Mas dias hoje de folia
Que só mata e maltrata
E demos de vez para sempre
Nosso adeus à quarta-feira
ingrata...
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