A ansiedade para chegada
do carnaval, após os festejos tradicionais de final de ano, era tanta, que a
alegria invadia a alma dos foliões, quando chegava o famoso sábado do Zé
Pereira. Era só alegria e folia pura, bela e sadia no ar. A dominação do
período do Rei Momo, invadia a alma de todas as pessoas, que sempre gostaram de
brincar e de alegria, afinal, na condição de seres humanos, ninguém pode se
furtar à uma inebriante fonte de alegria como os festejos dos velhos carnavais.
Hoje em dia, já não se pode falar naqueles encantadores
carnavais de nossa infância, que estava mais para a singeleza, a beleza, a
falta de malícia, mesmo assim, havia também muitos exageros. O lança-perfume
era liberado e não deixava de ser uma pesada droga entorpecente, mas o seu
cheiro era demasiado extasiante que invadia a alma a se espalhar pelo ar dos
foliões inebriados pela droga até então legalizada, que foi banida após o
governo de Jânio Quadros. Mas era um mundo, mesmo assim, de muita alegria e
velhos carnavais eram de certa forma, muito família que não voltarão jamais.
Nunca, evidentemente, deixou de existirem as pessoas, os foliões mais saidinhos
que sempre passavam dos limites e, via de consequência, muitos casamentos na
marra vinham no logo depois. Era assim, mas não deixava de ser uma das melhores
festas de quem as viveu. Carnavais como àqueles, infelizmente, não voltarão
jamais.
Os atuais carnavais, o que se vê, são músicas extremamente
ritmadas dentro de outro contexto musical de um som extremamente estridente,
que nada tem a ver com os antigos carnavais que a gente viveu. Mas como o tempo
evolui sempre para frente, não há como não aceitar essa tristeza para uns, e
alegre para outros, ainda, realidade. Para nós que vivemos esses velhos
carnavais, dificilmente vamos esquecer daqueles singelos tempos vividos e,
quanto aos atuais, o que temos que fazer, é simplesmente aturar.
Aqui mesmo em Buíque, nossos carnavais eram sempre alegres e
participativos, embora nunca tenha deixado de existir as querelas de ordem
política, mas no carnaval, de um modo geral, quase que praticamente todo mundo
se misturava, porque era uma festa do povo. Houve uma época mesmo nos tempos
atuais, em que nosso carnaval já foi um dos melhores da região, mas de 2009
para os dias atuais, já não se pode mais dizer a mesma coisa, porque, em se
fazendo festas momescas megalomaníacas só com fito de alguém tirar indevidas vantagens
com contratações caríssimas, acabaram de vez com um carnaval que sempre trazia
muita gente de fora para nossa terra e, de certa forma, muitas pessoas ganhavam
alguns trocados a mais e havia grande movimento de pessoas e o comércio com
certeza esquentava. Nesses últimos anos tudo isso esfriou de vez. Foi colocado
em banho-maria e o que sobrou foi simplesmente um arremedo de carnaval, que não
haverá possibilidade de que tudo o que era antes possa voltar jamais, a não ser
que alguém que tenha competência e saiba fazer as coisas como devem ser feitas,
possa ter a habilidade de tentar levantar os nossos carnavais, mas com crise ou
sem crise, o carnaval gambiarra vai acontecer nesse último ano de quem acabou
com o grandioso carnaval que foi a única coisa deixada pelo (des)governante
anterior ao ano de 2009, que se espera, da mesma forma que o atual, desapareça
do mapa para sempre, como os nossos velhos carnavais. Que todos tenham um belo e pacífico carnaval, são os votos do Blog do Manoel Modesto!
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