Insônia foi um dos livros
mais lidos de Graciliano Ramos. Não vou dizer que o li, pois não cheguei a ler
esse livro, mas tão-logo possa, vou ler. Acredito que o escritor alagoano de
Quebrangulo que aprendeu as primeiras letras em Buíque, no final do Século XIX
para início do XX, viveu com os seus demônios interiores próprios de muitos de
nós, seres humanos e por isso mesmo, da inspiração para escrever essa famosa
obra literária, que ele denominou de Insônia. Sua vasta obra é rica no trato
com a nossa língua e já foi traduzida para mais de 80 (oitenta) países em todo
o mundo. É um escritor universal e grandioso em nosso país, apesar de pouco
conhecido pela juventude, que deveria ter um pouco mais de interesse e ler a
sua obra, composta por 13 (treze) livros.
Lembrei desse livro de Graciliano Ramos, por ter escolhido o
tema de hoje, das tantas insônias pelas quais somos acometidos na vida. Não
somente minha própria pessoa, mas grande parte de outras, também sofrem do
mesmo mal. É ruim a gente ter, vez por outra, crises de insônia, não significa
em dizer, que estejamos com a consciência pesada, mas quando existe qualquer
coisa, principalmente para nós que temos a devida responsabilidade, a nos
perturbar, já é motivo suficiente para passarmos senão a noite toda, mas pelo
menos parte desta, indormida, o que é completamente nocivo para o nosso
cotidiano da vida. No geral quando passamos por uma noite assim, parece que o
tempo para, não passa, os minutos não andam e os segundos permanecem como o
gotejar de água pingo à pingo. É como um atordoamento intermitente a nos
perturbar a mente e a alma.
Não é coisa boa a gente passar por noites seguidas de
insônia. O positivo disso, acredito, é a sensibilidade que qualquer espécie de
problema, que às vezes não chega à tanto, e é passível de solução, a gente
colocar na mente e ficar martelando e aí é que com a ideia fixa em mente, os
olhos não chegam a fechar, as pálpebras não pesam para que a sonolência venha e
então, venhamos a descansar, para, num outro dia, amanhecermos preparados para
o enfrentamento de um novo dia.
Eu mesmo, como tive um infarto que fez aniversário este mês,
8 anos, em Maceió, vivo tranquilo ou não, a depender das circunstâncias de cada
momento de minha vida. Costumo me preocupar com muito pouco. No cumprimento de
minhas responsabilidades e obrigações, com algumas pendências inerentes da
vida, que tenho que a resolver ou por algum ato falho que porventura possa ter cometido,
isso me deixa aturdido à ponto de entrar num estresse medonho, às vezes até em
depressão, mas com o passar dos dias tudo passa e a normalidade volta a
prevalecer, mas nunca vivo cem por cento tranquilo, até porque a gente vive de
uma profissão extremamente estressante, entediante, sob pressão e convivendo
com muita deslealdade entre nossos pares e isso, faz com que nos deixe
estressados com tanta gente que não tem o devido discernimento para respeitar o
próximo. Na condição de político também, isso é uma atividade muito estressante
também, em que sempre permanecemos em sinal de alerta, apesar de aparentarmos
calmaria, sempre estamos num mar de turbulência, mas no final de contas, tudo,
de uma forma ou de outra, vem a se resolver, quer profissionalmente, na vida
privada de cada um e na vida do militante político, que sofre por não ver a
prática de uma política séria em nosso país e isto, no meu caso particular, me
deixa estressado, até mesmo com a situação política de nosso país, que está
dominado por uma horda de ladrões e isto me dói, me aflige, por não ter o
alcance de poder fazer alguma coisa mais ampla, para mudar esse quadro dantesco
a que chegamos em nossa política nacional. Quanto à local, vamos lutar para que
o lado no qual estamos dando apoio, chegue a vencer, bem como, o modo de
conduzir a coisa pública, é isso que mais almejo e por isso vou sempre lutar e
isso, de certa forma, me deixa dolente por não poder mudar o que imagino mudar,
mesmo que seja um pouco, mas gostaria muito de ser um desses partícipes da
mudança que tanto almejamos.
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