Vivi praticamente todas as políticas de Buíque. Desde menino
que, de uma forma ou de outra, sempre estive no miolo de praticamente quase
todas elas desde a época que passei a me entender de gente. Nunca assisti à uma
política que não tivesse um problema, uma confusão, um lado querendo sempre
superar um ao outro, e isso, sempre gerou muita confusão e de certa forma,
quebra de equilíbrio em cada pleito eleitoral. A política aqui é atípica,
começa desde mesmo, que os palanques são desmontados.
Quanto menino, lembro que nossas políticas sempre foram
acirradíssimas, a ponto de um partidário de um dos lados, deixarem de se falar,
se intrigaram e quem fosse de uma corda não frequentava sequer uma festa, um
baile, por exemplo, promovido por um dos lados. Era uma política de inimigos e
não, de adversários. Isso parece que ficou no sangue de nossos “hermanos”
remanescentes, porque pelo visto, esse ânimo de exaltação, não como uma festa
da democracia, mas da insanidade e da insensatez, pelo visto não vão terminar
tão cedo.
Percebo isso pelo que se denota da atual política, em que um
dos cordões, quer do lado encarnado, quer do amarelado, não se dão as mãos de
forma alguma, nem mesmo um aceno sequer. Acredito ser isso uma verdadeira falta
de uma melhor formação política, que acredito nossos ancestrais não foram
capazes de nos dotarem e fazer entender, que política, é tão-somente uma
disputa eleitoral em busca do poder de mando de representatividade de nosso
povo e que para isso, não deveria se chegar a tanto, afinal de contas, quem
ganha, em tese, seria o representante de toda a nossa população e isso a gente
não vê em Buíque. O lado vencedor sempre busca governar para os que votaram
nele.
Quando se passa a política, os eleitos passam a zombar dos que
perderam e pior, é a chacotice gratuita, as gozações até certo ponto
desmoralizantes, às quais são submetidos quem é derrotado e isso é uma praxe
política buiquense que pelo visto, não vai se acabar nunca. Na verdade, com
essa forma de se fazer política, quem sai perdendo mesmo, no frigir dos ovos, é
a própria população, porque é costume de quem é eleito, se o adversário não se
passar ou se vender para o lado de quem ganhou, de alguma forma, com certeza
será perseguido e os benefícios sociais, se acaso merecidos, jamais chegarão à
sua porta, só porque não acompanhou o lado vencedor. Veja aí, por exemplo, o
que vem acontecendo com o atual gestor!
Essa forma de se fazer política em Buíque, tem sido por demais
nefasta, nociva e danosa. Por isso mesmo, quem vence, no geral, vai centralizar
o poder tão-somente em quem nele votou, quando o certo é, passada a política,
quem for eleito, é representante de toda à comunidade, porque é assim que reza
a cartilha da democracia, e é isso que se acaso chegar a ocupar um cargo
público eletivo, com certeza vou bater muito nessa tecla, além de lutar com unhas
e dentes pela moralidade da administração pública, tanto à nível do
legislativo, quanto do executivo. Mesmo que seja uma andorinha só, o meu
compromisso é não dar trégua a ninguém, seja lá quem forem os eleitos.
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