Não que ninguém deva buscar o seu direito
lesionado, mesmo contra um profissional do Direito, seja qualquer que venha a
ser o seu nível de atuação, mas sempre tive como parâmetro ético, nunca pegar
uma causa contra um colega da mesma base profissional, a não ser para
defendê-lo, afinal, mesmo que em momentos ocasionais estejamos em lados
opostos, demandando pelo direito de quem ousamos defender, de quem nos
constituiu, mas a pendenga é no direito, no âmbito jurídico e não de ordem
pessoal.
Por essa razão, muitas pessoas já
chegaram a me procurar para ajuizar ações contra um colega advogado, mas nunca
aceitei, porque acredito que agindo assim, a não ser contra um desconhecido,
sem que tenhamos convivência ou contatos profissionais vagos, mas sem nenhum
coleguismo em nosso campo de atuação. Nunca em toda a minha vida de militância
profissional de 26 anos, tive essa capacidade, essa ousadia, porque sempre
acreditei que, agindo assim, estaria traindo um colega que como eu, vive
militando numa mesma região, com o intuito de sobrevivência profissional da
mesma categoria, e isso não seria nada ético do ponto de vista de coleguismo,
por isso mesmo, nunca encarei como correto e honrado, embora não me considere
acima da lei, mas isonomicamente igual a qualquer pessoa comum, atuar, mesmo
como advogado, contra um colega de profissão.
Já cheguei em determinadas ocasiões,
tanto em minha base profissional, quanto no Recife, a defender colegas, mas ajuizar
ações contra outro, jamais, porque como sentir-me-ia moral e eticamente, para olhar
na cara, olho no olho, cumprimentar cordialmente no cotidiano, um colega do
qual busquei acusá-lo por algum provável fato antijurídico que por acaso tenha
cometido, por algum fator circunstancial de vida? – Sabemos que somos
vulneráveis, factíveis e passíveis de erros ou equívocos em nossa vida, mas não
sou capaz e jamais faria um ato dessa natureza contra um colega, principalmente
quando a gente é conhecido de alguém por longas datas e sempre se manteve um
relacionamento amistoso durante todo um lapso de tempo.
Ora, colegas advogados, nunca ousei atuar
para acusar um colega, por que acredito na falta de ética profissional o
sujeito que todos os dias está em contato com o outro, vir de repente a, por
questões de vaidade pessoal, pegar uma ação contra outro, hem caros colegas? –
Como eu me sentiria, sentado numa sala de audiência, frente à frente, acusando
ou outro colega e, depois de tudo isso, ter a desfaçatez e o mau-caratismo de
vir a cumprimentá-lo cordialmente como se tudo fosso normal, fizesse parte da
profissão e do dia-a-dia profissional de cada um dos advogados militantes de
uma determinada região? – Acredito que não teria moral, tampouco respeito, se
depois de atuar contra um colega, ter a decência de a partir daquele momento,
olhar olho no olho, cumprimentá-lo, porque para mim, seria uma falta de
respeito de minha própria pessoa e isso não faço, porque uma coisa na vida
aprendi, posso combater o bom combate, menos contra um colega de convivência do
cotidiano da vida. Até mesmo de conhecidos de nossa mesma região, eu tenho me
negado a pegar determinadas causas contra algum conhecido, porque isso vai contra
os meus princípios éticos e morais. Já imaginou a gente pegar uma causa contra
um amigo que a gente todos os dias se fala, se cumprimenta, troca conversações,
como é que a gente poderia se sentir agindo dessa forma, mesmo a troco de
valores vultuosos, hein colegas advogados? - Não trabalho dessa forma, porque
ganhar honorários, ou fazer uso de vaidade pessoal ou de vingança, foi a minha
arma na persecução da Justiça, através do Direito, junto com os demais
operados, buscar a pacificação social.
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