Não deixa de ser uma
grandiosa festa e que pode impressionar os mais incautos, mas convenção
política de escolha de candidaturas de partidos políticos, não implica necessariamente
no ôba, ôba do já ganhou. Pode-se usar todas as ferramentas disponíveis,
principalmente para àquelas pessoas políticas que estão a representar as pré-candidaturas
de quem está no poder de mando, mas o tamanho de uma convenção não se mede pela
sua manifestação pública ou sua euforia momentânea, mas sim no tête-à-tête, na
batalha pela conquista do eleitor e na cabala de votos, pois só assim, no dia
da eleição, de quem digita o seu voto na urna eletrônica, é que vai realmente
saber quem ganha, ou quem perde. É uma disputa e candidatos escolhidos, quer sejam
majoritários, ou proporcionais, uns perdem, outros ganham. Sempre foi assim, e de
outra forma não poderá ser no atual pleito que se avizinha.
Sabemos que os partidos são instrumentos de personalidade
jurídicas privadas, nos termos da Lei de nº 9.096/95, que dar o devido poder à
estruturação independente, no entretanto, não deixa de obedecer a determinados
imperativos legais inseridos no leque da legislação eleitoral, principalmente à
Lei de nº 9.504/97, no que tange à realização de convenções partidárias, art.
8º, modificada em alguns aspectos para as eleições atuais, pela Lei de nº
13.165/2015, em que foram modificadas as datas das convenções, que eram de 20 a
30 de junho de cada ano de eleições, passando a ser de 20 de julho a 05 de
agosto. Só que, as convenções são atos interna
corporis dos partidos políticos e não se pode constituir em propaganda
eleitoral fora de época, nos termos da Resolução nº 23.455/2015. Sendo um
evento intrapartidário, somente, pelo menos em tese, aos partidos políticos e
seus filiados competiria a participação para escolha, pelos convencionais com
direito a voto, de seus candidatos, das coligações, de suas denominações, entre
outros assuntos que poderão ser levantados, menos ser transformados num evento
político-eleitoral de movimentação arquitetada previamente, como de fato
ocorreu no dia de ontem, em todos os recônditos do município de Buíque.
Ora, em sendo um evento intrapartidário, aos partidos
envolvidos somente, competiria a participação, porém o que se viu ontem na
verdade, foi um evento vultuoso, com bases montadas em todos os quadrantes do
município, fugindo de uma simples convenção para escolha de pré-candidaturas às
eleições majoritária e proporcionais, para se tornar num evento político em que
se gastou somas de dinheiro, que ninguém sabe de sua origem, o que dá vazão à
vários questionamentos no judiciário, porque na verdade, passou dos limites
previstos e permitidos pela legislação eleitoral, embora sejam os partidos
políticos instrumentos privados, mesmo assim, estão adstritos ao que a
legislação eleitoral determina.
Claro e evidente, que nem por isso, o adversário às
candidaturas escolhidas ontem numa festa-comício movida tão-somente para
impressionar, o pré-início de uma campanha político-eleitoral que mal se começou,
mesmo sendo fora de época, não poderia, ninguém deve com isso se fincar no
impressionismo, porque o ôba, ôba da euforia do já ganhou, não pode, tampouco
deve, ser um elemento para intimidar ninguém, porque se sabe que o município de
Buíque nos dias atuais, sem contabilizar os novos eleitores inscritos, conta
com 38.492 eleitores cadastrados e não é um movimento dessa natureza que deverá
impressionar ninguém, por que a campanha para valer de verdade, ainda não
começou, pelo menos do ponto de vista legal-eleitoral. Ainda existem muitas
favas a ser contadas. Então esse ôba, ôba, do já ganhou por antecipação, pode
sair pela culatra, porque não existe vitória antes do voto ser parido das
urnas, esta é a verdade, pelo menos é assim que sempre tenho observado em
Buíque. Aqui mesmo, já vi muitos que contavam com a vitória certa numa campanha político-eleitoral, face à cegueira do euforismo e no final de contas, terminaram por ser derrotados. Então que ninguém se engane ou cante vitória antes do tempo. Foi nessa confiança inabalável, que os amarelinhos (a seleção brasileira), perdeu em seu próprio berço esplêndido, de 7x1 para a Alemanha, na última copa do mundo.
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