Relembrando uma velha
frase atribuída ao ex-interventor de Pernambuco, na ditadura Vargas, Agamenon
Magalhães, na sua truculência política, dizia ele “que para os amigos tudo,
para os inimigos, a lei”. Pois bem, era assim mesmo na base do chicote e da
covardia que ele, como governador-interventor indicado por um ditador da época,
agia com mão de ferro com relação ao adversário político. Na verdade, essa
forma de pensar e agir dele, ainda hoje se encontra em voga, para os políticos
sem uma maior formação moral, social e mesmo política, buscam agir com relação
aos adversários. Adversários sim, porque em política, como já estamos cansados
de saber, o adversário, inimigo de hoje, pode estar de braços dados no palanque
do amanhã.
Certamente, se tivéssemos partidos políticos fortes, a coisa
talvez não fosse desse jeito, mas no Brasil, em todos os recônditos, é assim
mesmo. Foi não foi, o sujeito muda de lado político ou de partido, como quem
troca de camisa. Na verdade, para muitos partidos, o que tem valor mesmo é voto
e não o caráter, a honradez e a honestidade de alguns de nossos políticos, por
isso mesmo, não merecem ser projetados politicamente, porque senão, a liberdade
de agir e pensar, vai imperar e isso, nessa política de molecagem, político
algum ou partido, na verdade quer.
Vivemos numa coloração partidária que mais parece um arco-íris
e isso não tem sido muito bom para a nossa democracia, porque o que mais
existem mesmo são siglas de aluguel que sequer querem saber de ideário político
e o que está escrito como linha doutrinária, filosófica e ideológica do
partido, pode na verdade, jogar na lata do lixo, porque não vale absolutamente
nada. Costumam pregar uma coisa fora do poder, mas quando no pedestal se chega,
mudam a forma de agirem e pensarem e o estatuto, a lei partidária, é jogada na
lata do lixo, como ocorre sistematicamente em nosso ordenamento
político-eleitoral. É uma verdadeira farra que na verdade, não leva a lugar
algum, a não ser a corrupção desenfreada que estamos a enfrentar em todos os
quadrantes do país. Em cidades pequenas como a nossa, aí é que o cancão pia,
naquela que acreditar concentra o poder, mas no frigir dos ovos, quando o povo
está revoltado, tira do poder qualquer um, pouco importando quem seja, ou mesmo
quem venha a ser o adversário.
Estamos diante de uma crise porque nosso sistema político, o
regime de governo, é fragilizado por partidos fracos, despersonalizados,
formados por uma grande maioria de picaretas e isso só nos tem nos enfiado num
buraco político institucional cada vez mais fundo e pelo visto, deste não vai
sair tão cedo. Ou o povo acorda para esses fatos, faz valer sua voz, quer seja
no voto, na pressão ou numa revolução, ou então jamais sairemos dessa
encruzilhada política em que nos metemos.
O que nunca deu para entender é a gente presenciar, vivenciar
tudo isso assim de forma passiva, como quem não está nem aí e tudo acontecendo
ao nosso redor, e o principal prejudicado, o nosso povo, que deveria ganhar
forças e reagir a toda essa sorte de coisas dessa política sórdida que querem
nos impor, como se fossemos meros instrumentos de cobaias de laboratórios, ou
pessoas irrelevantes, menosprezíveis que não merecem o menos valor, também fica
imobilizado, como quem está alienado ou num mundo da Lua.
Por tudo isso minha gente, é que deveremos procurar readquirir
a vergonha perdida, a autoestima esquecida, e partirmos mesmo para a luta,
porque sem luta, jamais sairemos desse estado de letargia mental, cultural e
social em que nos encontramos metidos até o pescoço e isso, não se vê em país
democrático nenhum do mundo. Que sejamos pacíficos, mas não a ponto de
aturarmos toda sordidez de sorte que estamos presenciando no momento. Vergonha
na cara e a estima no coração de cada brasileiro, a busca da honradez, da
manutenção do caráter e da honestidade, são corolários necessários para que
possamos tirar esse nosso país, nossos estados e nossos municípios, do atoleiro
em que se encontram, principalmente, nossos municípios, que de tão
prostituídos, o povo não está nem aí para quem vem a ser os seus dirigentes
políticos. Por isso mesmo, na base do voto ou da luta revolucionária, é que
poderemos mudar esse nosso grandioso país que tanto queremos e amamos, bem
como, a terra onde nascemos, nosso cordão umbilical. A política de que “manda
quem pode e obedece quem tem juízo”, tem que acabar e isso vai acontecer aos
poucos, começando pelos municípios, isso se o povo colocar pessoas capacidades
e dignas de um voto, para bem lhes representar no poder de mando, esta é a
verdade nua e crua.
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