Venho nessa luta de
campanhas políticas, logo depois que me formei, em 1990. Em 1992, já estava
dentro de uma das piores campanhas políticas de Buíque, mesmo engatinhando no
Direito Eleitoral, como se fora uma briga de foice, que era de verdade naquela
época e que continua sendo, a gente tinha que fazer as coisas na base da
pesquisa em livros e no improviso, porque ainda não existiam os computadores,
mesmo assim, trabalhei na pior campanha que já enfrentei em minha vida, há 24
anos, que na ocasião da apuração das urnas, houve quebra-quebra, tiros e até
bombas no interior do Clube Municipal, que era o local de apuração de votos,
ainda na tradicional urna antiga.
O alvoroço e corre-corre foi grande e causou medo e apreensão
por parte de quem estava no interior do clube, fazendo parte apuração das
eleições. Eu mesmo, para me livrar de possíveis tiros, tive que me esconder mesmo
nas pilastras do clube até entrar num recinto da diretoria, mas que a bagunça
foi geral, disso jamais esqueci. O juiz Eleitoral, então presidente daquelas
eleições, apesar de se ter encontrado cédulas de votação, até mesmo dentro da
piscina, rasgadas pelo chão, ainda assim, deu continuidade à apuração. Morava
em Pesqueira. Tinha ido embora, mesmo assim, ele localizou meu telefone e me
chamou para dar continuidade àquela farsa, que mesmo com recurso de impugnação
daquelas eleições para o TRE, mesmo assim não logrou êxito e o processo teve o
seu desfecho. Pior é que as provas cabais acompanharam o recurso eleitoral para
à Corte Eleitoral Superior e não deu em porra nenhuma!
Foi um momento para mim, que me iniciara na advocacia, triste
e decepcionante, mesmo assim, faz parte da nossa conturbada história política.
Outras eleições vieram e nunca deixei de advogar em campanhas eleitorais. Pior
é que nessa condição, o advogado daqui da planície, trabalha por amor à camisa
e não ganhando justos honorários, como o fazem os grandes escritórios de
advocacia, especializados na matéria. No interior, já é costume dos políticos,
não pagaram honorários advocatícios, que é uma das peças mais importantes numa
campanha política para a regularização da legalidade jurídica de todo e
qualquer candidatura, sem o qual, não existiria candidato algum.
Nas últimas campanhas que trabalhei, principalmente na de
2008, dei praticamente meu sangue e não fui devidamente reconhecido como
deveria e essa é uma das grandes mágoas que jamais esquecerei ou perdoarei. O
que ocorreu mesmo, foi traição, ingratidão e muita covardia. Não que eu
quisesse participar de bolo algum de divisão do poder público, isso porque,
corrupção nunca foi a minha praia e jamais, seja quem quer que seja que esteja
apoiando, em hipótese alguma vai me pegar com a mão na botija participando de
alguma falcatrua em busca de alguma indevida vantagem. Só quero ganhar se
merecer por bem fazer pelo meu município. É assim que apoio alguém. Com o
espírito de luta para ajudar a reergue o meu lugar, nunca para obter indevida
vantagem, como não ocorreu nesses quase seis anos em que participei desse
último alcaguete de governante e, por perceber tanta irregularidade, o melhor
que fiz foi quebrar o vínculo que parecia existir entre minha família e ele, de
vez, irrevogável. Então achei por bem, eu e minha família, quebrar esse vínculo
de vez e jamais votar em alguém por ele apoiado ou em alguém da família dele,
porque não são merecedores, salvo exceções, de nenhuma carta branca, nenhuma
credibilidade política e muito menos um voto num dia de eleição ou mesmo, em
alguém por ele apoiado, que de certa forma, vai ter a sua influência e a
participação de uma parcela no bolo da administração pública, isso se chegar a
ganhar, no que não acredito que venha a acontecer. Sou que ele está com medo de
perder a boquinha e pode contar que vai perder mesmo, afinal de contas, essa
mamata de Ali Babá vai ter que acabar de uma vez por todas.
Por isso mesmo, é dureza ser advogado de campanha política e
ainda por cima, como no meu caso, partir para uma batalha, sem um centavo no
bolso, crendo tão-somente na minha palavra de confiança que ainda pode existir
o voto de fidelidade, de acreditar em alguém, de liberdade, de protesto e de
apreço por quem deseja fazer um bom trabalho na pretensão política colocada à
disposição de nossa querida população, porque estou sendo pré-candidato por
você, buiquense da gema, barriga-preta como eu, lá das bandas do Sítio Cigano e
de toda a extensão de Buíque, meu centro do mundo, meu cordão umbilical!
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