Reconheço que no decurso
de minha vida, em determinadas circunstâncias, busquei ser radical ao extremo
em minhas posições filosóficas de conduta de vida. Dentro de uma ótica de visão
de mundo, ora fui crítico, não abri mão daquilo que via e pensava, mas a vida
nos ensina num determinado decurso do caminhar, que as coisas nem sempre devem
ser resolvidas se utilizando das ferramentas do radicalismo exacerbado, porque
até as águas turvas, tendem a se acalmar. É assim também que devemos agir no
viver.
Claro que existem determinado preceitos de principiológicos de
conduta humana, em que a gente não pode em hipótese alguma, abrir mão,
principalmente de nossa liberdade de agir e de pensar, que para mim, são
qualidades inatas, estão no centro da alma e são inalienáveis, não estão postas
à venda, tampouco à negociatas. Livre pensar, a liberdade de agir, respeitando
as normas vigentes, a depender destas, a gente tem que ser livre de verdade e independentes,
mas existem circunstâncias que a gente tem que tergiversar, parar um pouco e
maneirar. É isso que estou buscando a fazer nas minhas ações de vida nessa
terceira fase da caminhada, porém sem nunca ter que desistir da luta.
Não que a gente deva em hipótese alguma abdicar de nossos
ideais, de nossos sonhos e de tudo àquilo que perseguimos por tudo que
caminhamos para trás, mas existem coisas, que sinceramente, a gente não
consegue, por mais que queira, mudar coisíssima alguma, mas acredito que pelo
menos, de certa forma, fui útil nesse meu até agora no meu caminhar. Ouso até
me questionar: como seria o mundo se eu não tivesse existido?
Acredito que em parte cumpri e ainda estou cumprindo a minha
missão, porque só pararei quando vier indubitavelmente, o último suspirar da
vida, que na verdade, é a única mudança de verdade que certamente a gente tem
nesse doloroso viver para muitos e prazeroso, para uns poucos, mas como diz o
dito popular, “viver é preciso, navegar é preciso”, como se uma coisa fosse
imprescindível à outra, inquestionavelmente.
Mas no passar da vida, a gente vai se dando conta, que muitas
lutas a gente não ganha, perde ou a perde em parte e de que, não vale à pena a
gente continuar, porque o exemplo que a gente deve deixar, é de que, essa luta
não pode parar, mesmo que alguma mudança expressiva só venha a aparecer daqui à
dois séculos ou mais. A questão é que os pósteros, futuras gerações, não devem
e não podem desistir da luta, pois ela tem que ser uma constante na vida de
cada um de nós, mas o que se aprende de tudo isso, é o fato de que, em muitas
circunstâncias a gente tem que recuar para poder avançar mais na frente, porque
o mundo gira, a vida continua em outras vidas e assim por diante. É uma
verdadeira roda-viva a girar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário