Antes em mar revolto
O vento ia e vinha
Hoje no desconforto
De um tempo que já definha.
Momentos bons que se foram
Como águas de um rio a jorrar
No infinito desapareceram
E agora só restar lamentar!
Protestar não adianta
Tudo é milimetrada
Porque dantes vicejante planta
Encontra-se dilacerante e mofada.
Áureos tempos libertos
Em águas jorrantes da fonte
Tudo estava em lugares certos
E hoje parado, inerte e estonte.
Qual na vida que invade
O peito que lento se encontra
E não adianta alarde
Tampouco fazer-se de contra.
Urge o tempo sempre em frente
A cada minuto sem parar
E não há quem chegue e invente
Uma fórmula de tudo sobrestar!
O que era puro e belo
Vai ligeiro se esvaindo
Não mais sequer um apelo
Tudo está se decaindo.
São os tropeços deste viver
Não adianta espernear
Mesmo insistindo no querer
Só tem um destino a esperar.
E nesta curta vivência
Temos que nos conformar
É a chegança da calmaria
Não adianta mais se chorar!
Estrelas cadentes
Caem do Céu sem brilhar
Melhor viver como indecentes
Do que cintilantes vir a lamentar.
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