Existiu há muitos anos, um mundo
encantado, que era um paraíso, bem distante, mas tão distante, que sequer se
encontrava no mapa. O reino era governado por um rei muito bonzinho e uma
rainha asquerosa, sua família iluminada, que eram tratados pelo seu povo, como
um semi-deus e que nada existia para à realeza, quando ao povo, levado pela
suposta beleza, tinha que todos os dias cantar à luz do sol brilhar, para que o
rei ficasse alegre e não se irritasse. Até mesmo os bichos, os pássaros
silvestres, também faziam parte dessa orquestração harmoniosa implantada na
corte do mundo do Brasillius dos Cullhões Rouxius, porque todos tinham a
obrigação de ser felizes, pois essa era a vontade e imposição soberanas,
divinas, sob o manto do rei. Do mais simples camponês, ao mais abastado aldeão,
tinham que esbanjar alegria, porque senão, poderia ter como presente uma
sentença condenatória de seu senhor e vir a ser levado à força ou degolado na
guilhotina ou no mínimo levado às masmorras putrefatas, porque todos, apesar de
todas as fantasias perpetradas pelo trono, tinham que esbanjar alegria, fartura
e dar demonstração de que tudo esta às mil maravilhas.
O reino do Mundo Brasillius, tinha no
seu trono o Rei Brasillius I, autodenominado por ele mesmo, era um rei muito
bonzinho para o seu povo. Tudo prometia e buscava fazer, para não desagradar
seu povo e provocar uma rebelião, porque isso seria ruim, então tinha que impor
a sua vontade, a forma dura de governar e o sorriso era uma obrigação constitucional
escrita pelo próprio rei e isso, ninguém poderia contrariar. Diariamente, cada
morador desse pequeno reinado, tinha que levar mantimentos para a família do
rei, como pagamento de proteção de todos e para que, ele pudesse manter a
família real e a sua guarda real, que fazia a segurança do reino e de seu povo,
com muita sustança e fartura. Ninguém podia dar um piu, senão, era pena de
morte na certa e todos tinham que aceitar, afinal um reinado bonzinho,
existindo de tudo, quem poderia falar alguma coisa de mal de se ter um
semi-deus protetor tão caridoso e voltado para o seu povo, hein!?
O que ninguém sabia, era que, esse povo
vivia na sob mão de ferro do “rei bonzinho”, que fazia de conta que mantinha o
seu povo nas melhores condições de vida, mas quem usufruía das riquezas desse
reino, era justamente a família real, os bajuladores da corte, os apaniguados e
os militares, que lhes davam sustentação. Esse pessoal roubava toda a riqueza
de seu povo, pintava e bordava e ninguém podia fazer ou dizer nada, porque
senão, ia direto para às masmorras onde seriam torturados com as mais cruéis
formas de tortura então existentes, depois ir a um julgamento sumário de pena
de morte ou até mesmo, desapareceria do mapa sem ninguém saber, porque ninguém
poderia questionar as determinações emanadas do rei e de seus súditos mais
próximos.
Enquanto todos demonstravam que viviam
felizes, na verdade, era só aparência para poder suportar algo que era imposto
por uma casta de poder e pelo visto, não aparecia ninguém com coragem
suficiente para se defrontar com o poder de mando de uma nata social, que fazia
de seu povo gato e sapato. Era um regime de realeza duro, inflexível e
impiedoso, porém, todos tinham que demonstrar felicidade e alegria para o seu
rei, sua família e seus vassalos mais chegados.
Mas essa felicidade aparente, não
poderia perdurar para sempre e por isso mesmo, surgiu um grupo com ideias
libertárias e isso, chegou aos ouvidos do rei, que revoltado, dominado com a
ira dos diabos, procurou saber através de espiões infiltrados no povo, quem eram
esses seus súditos revoltosos, porque teriam com certeza, a pena capital,
porém, esse pequeno grupo foi crescendo, se rebelando e não demorou muito, mais
da metade da população do pequeno reino, já não era de rir tanto e não aceitava
continuar sob o jugo de um reinado corrupto, cruel e demasiadamente impiedoso
com o seu povo, que querendo manter no todos encabrestados, acreditava que iria
esmagar sem dó nem piedade, os revoltosos e continuar com a sua tirania de uma
realeza falsa, plantado de mentiras jogadas de boca em boca por quem estava
participando das benesses da realeza e com isso, o povo era quem pagava o pato,
porque povo, imaginavam, tem que se submeter a quem pode mais, tem que poder o
menos. Não era isso o que se via nas ruas, nos guetos obscuros da noite, onde
se conspirava contra essa tirania existente no Reino de Brasillius dos Cullhões
Rouxius. O povo rebelou-se, se tornou maioria, chegou ao poder através de seu
líder Sem Nome, Chegueratama, para não ser identificado e terminaram por
derrubar o rei, sua corja e seus asseclas. Depois disso, coloram todos eles
numa fogueira, outros enforcam de imediato e outros ainda, foram levados à
guilhotina e seus restos mortais foram deixados por dias, até a fedentina
subir, para mostrar ao povo que a realeza imperial e impositiva, fede tanto,
quanto o povo e depois os jogaram numa vala comum e a partir desse momento
glorioso da derrubada do reino, o povo foi às ruas farrar, rirem, beberem e
acreditavam que a felicidade houvera chegado, enfim, a porta de cada morador de
Brasillius, que passou a ter o nome de Liberdade. Convocaram eleições, e
elegeram o seu líder Sem Nome, Cheguatemara, para ser o novo governante.
Chegado ao poder com muita sede no poço, juntamente com o comando principal de apoio,
com pouco tempo, a história estava sendo repetida, agora como nome de
democracia, porém pelo visto, o povo, que não tinha consciência nenhuma, estava
pagando o pato mais uma vez, porque na verdade, seja num conto inventado ou na
mais pura realidade, o povo é sempre o saco de pancadas preferido por todos,
quer no mundo da fantasia, que na realidade, cuja semelhança com um país que conhecemos,
é mera coincidência, embora esse reinado fosse Basillius dos Cullhões Rouxius.
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