Na vida o comum é, de um modo geral, se
ter medo de tudo. Na verdade, quando se nasce, já se é fruto do medo. Por
exemplo, o temor de um parto malsucedido, de a criança vir à óbito, da
parturiente também correr esse mesmo risco, sobretudo, se o parto é realizado
através de cesariana e por aí em diante, porque na verdade, todo procedimento
médico-hospitalar, por mínimo que seja, já trás embutido, um risco para à vida
de qualquer pessoa que se submete a um procedimento dessa natureza, ou até
mesmo, ambulatorial. Isso na verdade, faz parte da vida, os medos de nascer, de
viver e de morrer.
À medida que o mundo vai ficando cada
vez mais habitado, aí sim, é que realmente, com as sofisticações, os métodos de
crueldade que ficam mais precisos e periculosos, os tipos de armas letais que
vão surgindo, na verdade, está nos levando a ficar a cada dia, mais
aprisionados de nós mesmos, trancafiados dentro de casa, que na verdade, não é
da mesma forma, um lugar muito seguro para se abrigar, ainda assim, em casa o risco
é menor, se bem que não o afasta, porque a população mundial aumentou
estratosfericamente, de forma geométrica, enquanto segurança entre outras
necessidades humanas, o avanço foi simplesmente aritmético, daí a fonte cada
vez mais num crescendo do medo de tudo.
O medo também nos chega a nossa própria
alma, porque não somos capazes sequer, de tentar viver uma nova vida novamente,
porque se tem medo de que tudo volte a ser repetido, por essa razão, tentar
outra vez, como diria o aloprado RAUL SEIXAS, não é lá muito reconfortante,
principalmente se pairam tantas desconfianças de um ser humano para outro. Não
se pode confiar pelo que se viveu no passado, daí o medo da própria vida, de se
reviver novamente, por medo, temor do que pode acontecer lá na frente. E de
tanto medo, se chega a um ponto, de querer mesmo ficar isolado de vez, porque,
como diz o dito popular: “melhor só do que mal acompanhado”.
Na verdade, temos medo de tudo. Da morte
em se fala tanto, mas a única certeza que se tem, é a de que esta,
inexoravelmente, um dia vai chegar. Não importa de que estamento social alguém
venha a pertencer, porque ela não perdoa ninguém. Todos, querendo ou não, mais
dia, menos dia, terão que ir, sem cara feia, a não ser, a da própria morte
quando chega, sem dó nem piedade. Nossos medos na verdade, nunca nos deixarão
ir adiante daquilo que imaginamos poder fazer, mas o que não se pode, por tais
medos, é se deixar de viver, apesar da sombra de nossos próprios medos a nos
perseguir diuturnamente, como se fora numa escuridão profunda.
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